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Por 15:24 Sem categoria

Inflação e alta do dólar resultam em endividamento recorde das famílias

A atual política econômica dirigida pelo ministro da economia Paulo Guedes que resultou em alta recorde do dólar e desvalorização da moeda brasileira, o real, fazendo explodir a inflação – a maior em mais de duas décadas – elevando os preços dos alimentos, combustíveis, gás de cozinha e energia elétrica. E quem paga a conta do desastre econômico é o trabalhador brasileiro, que vê seu salário perder o poder de compra cada fez que vai o supermercado para levar o sustento da família.

A recessão trouxe ainda mais um índice que confirma que é o povo quem paga a conta da crise: o endividamento das famílias bateu novo recorde em setembro.  Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 74% dos brasileiros está endividado no mês passado, superando os 72,9% de agosto e o mesmo período de 2020 (67,2%). É o maior índice de endividados em 21 anos, desde a primeira pesauisa da série realizada, em 2010.

Guedes ganha com a crise

Mas, conforme matéria publicada na última edição do Jornal Bancário, há quem está faturando muito dinheiro com a atual política econômica do ministro da Economia Paulo Guedes, entre eles, o próprio Guedes, que está faturando milhões com investimentos em paraísos fiscais e tem uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe.  A denúncia foi feita em matéria da Revista Piauí, que revelou que na criação da companhia aberta, em 2014, teria aportado US$9,55 milhões, através do banco Crédit Suisse, em Nova Yorque. O valor equivale a cerca de R$51 milhões no câmbio atual. Este tipo de investimento no exterior, feito para que especuladores, banqueiros e grandes corparações fujam dos impostos em seu país, não é considerado ilegal, desde que declarado no Imposto de Renda. O problema é que, além de Guedes não ter confirmado se fez a declaração ao fisco de sua fortuna no paraíso fiscal, há um conflito de interesse.  O artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, “proíbe funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior, passíveis de serem afetadas por políticas governamentais”, sobre as quais “a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão de cargo ou função”. A infração varia de uma simples advertência à recomendação de demissão do cargo público. Outro fato que coloca em dúvida se Guedes não está sendo beneficiado em seus negócios com as informações privilegiadas que possui e com a própria diretriz da política econômica do país ditada pelo ministro da Economia é que Guedes teria feito lobby para que, no projeto da reforma tributária, a proposta da Receita Federal de taxação de ganhos de capital no exterior, inclusive em paraísos fiscais, fosse derrubada pelo Congresso Nacional.
A offshore de Guedes continua ativa, conforme denuncia a matéria.

O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que trabalhou 18 anos como executivo do Santander, também teve uma offshore no Panamá, fechada em agosto de 2020, mas manteve os negócios no paraíso fiscal durante 602 dias em que esteve a frente da presidência do Banco Central. O banqueiro disse que os investimentos foram declarados à Receita Federal, mas o conflito de interesse também ocorreu no caso de Campos por um longo período.

O ex-ministro da Fazenda do Governo Temer, Henrique Meirelles, também possuiu um trust (relação jurídica pela qual certo patrimônio é administrado por um titular formal – o trustee – em benefício de um terceiro ou de um determinado fim, que também é titular de direitos reais sobre o mesmo patrimônio e recebe uma proteção jurídica especial) em paraíso fiscal no período em que ocupou o comando da economia do país.

Fonte: Seeb Rio

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