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Mobilização terá de crescer para evitar retrocesso!

Para analista do DIAP, governo dará prioridade à reforma da Previdência, que terá de passar por mudanças para ser aprovada

Outro tema pendente é o da terceirização!

por Vitor Nuzzi, da RBA publicado 04/01/2017 14:03

Reprodução You Tube

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Toninho: “É preciso tirar muita gente da zona de conforto” para aumentar as mobilizações

São Paulo – Com maioria folgada em um Congresso “pró-mercado”, o governo, se mantiver a coesão, pode aprovar todas as matérias que mexem em direitos trabalhistas e previdenciários ainda no primeiro semestre, avalia o analista político Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). A chance de barrar o conjunto de propostas está em uma mobilização crescente, bem mais ampla do que se conseguiu até agora. “Vai ter de mostrar muito mais volume para criar algum tipo de temor na base (governista)”, afirma.

Ele se refere, entre outros, a matérias como o Projeto de Lei (PL) 6.787 – que trata de contratos temporários de trabalho e prevalência do negociado sobre o legislado –, a Medida Provisória (MP) 761, que altera o Programa de Proteção ao Emprego, que se torna Programa Seguro-Emprego (PSE), e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de reforma da Previdência. Leis ordinárias, segundo o Diap, podem ser aprovadas até com facilidade, dada a correlação de forças “muito desfavorável” no Parlamento.

“Com a mobilização que tínhamos antes, não conseguimos impedir o retrocesso”, alerta o diretor do Diap. “É preciso tirar muita gente da zona de conforto”, acrescenta. Segundo ele, a quantidade de parlamentares no campo da esquerda, com alguma divisão do chamado “Centrão”, tem chance de barrar PECs, mas não leis ordinárias.

Segundo ele, o governo dará prioridade à reforma da Previdência, “considerada determinante em termos de credibilidade frente ao mercado”. Mas terá de mexer no texto enviado à Câmara: “Do jeito que está, não passa. Vão ter de fazer ajustes, especialmente nas regras de transição”.

O Executivo tem no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um aliado. Na segunda-feira, ele declarou que a PEC 287 deverá ser aprovada até o final de março na Casa e até junho no Senado. “Com uma projeção de crescimento de despesa da União sem receita, eu tenho certeza de que a maioria absoluta da Câmara dos Deputados vai ter condição de aprovar essa matéria. Tenho convicção de que a Casa vai cumprir seu papel”, disse Maia, segundo a Agência Câmara. O analista do Diap lembra que, por sua formação liberal, o deputado tem “compromisso ideológico” com as reformas.

Outro tema pendente é o da terceirização. No Senado, Paulo Paim (PT-RS) se prepara para apresentar um substitutivo ao PLC 30, aprovado na Câmara como PL 4.330. Mas Toninho lembra que o governo vai priorizar outro texto, o PL 4.302, de 1998, ainda do governo Fernando Henrique, relatado por Laercio Oliveira (SD-SE), vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O 4.302 está pronto para ser votado.

Notícia colhida no sítio http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2017/01/mobilizacao-tera-de-crescer-para-evitar-retrocesso-avalia-diap-2303.html

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Sem condições

Bresser-Pereira: ‘Não vejo nada sendo feito para o país superar a crise’

Para economista, Temer produz desastre. “Proposta que neoliberais inventaram, aceita por volta de 1980, morreu”, diz. “Nossa mídia pensa com a cabeça de Washington; perdeu completamente a ideia de nação”

por Carlos Drummond publicado 04/01/2017 12:54, última modificação 04/01/2017 13:14
Marcia Minillo/RBA

bresser-pereira

A PEC 55, do congelamento de gastos, é um ‘perfeito absurdo’, define o economista

CartaCapital – Ex-ministro de FHC e ex-PSDB, Luiz Carlos Bresser-Pereira não passa um dia sem fustigar a política tucana. Não bastasse, criou com colegas da academia uma teoria econômica antineoliberal.

Na entrevista a seguir, faz autocrítica do apoio ao ajuste fiscal de 2015, diz ter sido o único da sua classe social a votar em Dilma Rousseff, critica as elites e explica por que decidiu criticar a Operação Lava Jato.

Como o senhor vê o Brasil sob o governo Temer?

Estamos sob um governo nascido de um golpe parlamentar. Não é democrático. Assumiu a Presidência a partir de um impeachment absolutamente sem legitimidade. Falou-se que Dilma Rousseff cometeu estelionato eleitoral, por mudar a política assumida na campanha. Não fez isso, pois não sabia da crise, nem ela nem ninguém.

O Boletim Focus de janeiro previa um crescimento do PIB em 0,5% e caímos 3,8% em 2015. Quem fez um estelionato brutal foi Michel Temer. Eleito duas vezes por uma chapa de centro-esquerda, adotou uma política rigorosamente de direita neoliberal. Mas é o presidente. Como disse Fernando Henrique, é isso que a gente tem aí.

E isso que a gente tem aí tem produzido um desastre. Não toma absolutamente nenhuma iniciativa para acabar com a recessão brutal iniciada em janeiro de 2015. Quem quebrou não foi o governo nem os bancos, mas as empresas, em consequência da taxa de câmbio apreciada entre 2007 e 2014. Começou com a própria Dilma, quando chamou Joaquim Levy para assumir a Fazenda e ele entrou em uma política violenta de ajuste fiscal. Confesso que errei aí porque, inicialmente, apoiei.

Por que apoiou?

Estava interessado em preservar Dilma. Vi que a situação era muito ruim, mas não tinha a menor ideia do tamanho da crise e acho que nem Dilma nem Levy tinham ideia. Mas estava errado. Querer recuperar a confiança apenas com um ajuste quando há uma situação objetiva de empresas quebradas é tolice, tanto que só agravou o problema.

E o atual governo continua na mesma toada. O ajuste fiscal é essencialmente de investimentos, o mais fácil de cortar. A taxa de juros foi mantida em um nível altíssimo, não foi criado nenhum sistema especial de crédito para as empresas.

E a PEC 55?

Um perfeito absurdo. Com isso, o governo não vai resolver o problema fiscal. Duvido que, no ano que vem, ainda tenha poder para tanto. Está em processo de forte deslegitimação nas elites que o apoiaram se dizendo contra a corrupção.

Na verdade, eram contra a esquerda do PT e o Lula. Isso está óbvio hoje, quando se vê o nível e o padrão do governo que substituiu aquele da Dilma. O padrão moral da gestão dela era muito mais alto.

As elites começaram a retirar seu apoio ao governo?

Aquela frase do Fernando Henrique que mencionei antes é bem típica. O Estado de S. Paulo, que cerra fileiras com quem está de acordo e ignora os erros, publicou muitos artigos claramente negativos ao governo. Acho que Temer termina o seu mandato, mas sem poder nenhum.

O Brasil sairá da recessão no próximo ano?

Pode ser que saia um pouquinho e muito lentamente. Não vejo nada sendo feito para o País superar a crise.

Como vê o combate à corrupção?

A Operação Lava Jato, no início, foi um grande avanço, pois descobriu uma rede criminosa e pôs gente na cadeia. Depois continuou uma caça às bruxas, que são os políticos, em particular Lula, e isso me pareceu absolutamente antidemocrático, desnecessário e um prejuízo muito grande ao país. Não fazer logo os acordos de leniência e possibilitar que as empresas superem essa crise, isso é também inaceitável. Essas empresas são um patrimônio do país e têm sido muito maltratadas.

Como avalia a condução da economia no governo Lula?

A estratégia correta de Lula foi fazer uma coalizão de classes desenvolvimentista com industriais, trabalhadores e burocracia pública. Isso fracassou, pois os juros e o câmbio não foram mexidos da forma certa. O PT, brinco, inventou o capitalismo sem lucro.

Não queria fazer revolução socialista, mas governar um país capitalista distribuindo um pouco de renda, algo muito correto. Mas fazer isso sem garantir lucro para as empresas industriais é uma tolice.

A política econômica brasileira está na contramão do mundo?

A proposta salvadora que os economistas neoliberais inventaram e foi aceita pela sociedade por volta de 1980 morreu. No Brasil, caminhamos no sentido inverso, de aprofundar o neoliberalismo no qual entramos a partir de 1990, com Fernando Collor.

O único momento em que esse neoliberalismo foi desafiado foi quando Dilma, em 2011, baixou os juros. Mas fez isso sem ter os elementos necessários e logo teve de voltar. O desenvolvimentismo malfeito, como nesse caso, é muito ruim, mas o neoliberalismo é ruim por definição.

Os neoliberais não têm a menor condição de promover o desenvolvimento econômico do Brasil. Nunca fizeram isso. Criam crises financeiras sempre, por defenderem altos déficits em conta corrente, que eles dizem que é poupança externa, mas é mais consumo e endividamento, até que o País quebra. Isso aconteceu com FHC muito claramente, a crise de 1998 é desse tipo.

Qual o núcleo de sua proposta de novo desenvolvimentismo?

Nasceu do desenvolvimentismo clássico e concentra a atenção nos cinco preços macroeconômicos, ideia inexistente na macroeconomia keynesiana: as taxas de lucro, juros, câmbio, salários e inflação.

Concorda com o pensamento keynesiano na política fiscal e monetária, mas coloca no centro a ideia de que há uma correspondência entre taxa de câmbio e déficit ou superávit em conta corrente e desenvolve uma teoria nova para determinar a taxa de câmbio.

Em termos práticos, a necessidade de uma taxa de câmbio que torne competitivas as empresas industriais é um aspecto fundamental. O obstáculo principal é a doença holandesa, apreciação de longo prazo do câmbio causada pela possibilidade de exportação de commodities com uma taxa mais valorizada que aquela necessária à indústria.

Outras causas são as políticas de crescimento com poupança externa, ou seja, com déficit em conta corrente, de âncora cambial para combater a inflação e de altas taxas de juro para atrair capitais e combater a inflação. Isso é desastroso para um país em desenvolvimento. O novo desenvolvimentismo propõe a manutenção de uma taxa de câmbio competitiva, e para isso oferece um conjunto de políticas novas.

Qual a responsabilidade da mídia na radicalização da classe média e no ódio profundo ao PT?

A mídia reflete em qualquer país a visão das elites, incluídos os capitalistas donos dos jornais, que são a mídia mais importante, vendidos para a classe média. Então eles têm de publicar aquilo que as classes média e rica querem ouvir.

Elas ficaram extremamente conservadoras no país porque fizeram uma clara opção de associação com as elites tradicionais de Washington e Nova York. Perderam completamente a ideia de nação. A verdade que a imprensa nos traz todos os dias é a verdade do Ocidente, de Washington e Nova York. Uma verdade profundamente imperialista. Isso dá um resultado, aqui no Brasil, muito ruim.

É absolutamente incompatível com crescimento econômico e diminuição da desigualdade. Leva a estratégia política da esquerda a dividir a direita e tornar uma parte dela progressista. Mas isso fracassou no governo Lula e eu não vejo quando haverá outra oportunidade para fazer isso.

O senhor foi o único egresso do PSDB a assinar o manifesto contra a perseguição judiciária e policial a Lula.

Assinei imediatamente porque fiquei absolutamente indignado quando fizeram a condução coercitiva de Lula, menos por isso e mais por causa do press release que os procuradores federais publicaram.

Disseram que Lula é o principal beneficiário do esquema de corrupção, que alcança entre 10 bilhões e 14 bilhões de reais, e tinha se beneficiado por meio de um apartamento que não comprou e um sítio que amigos lhe emprestaram.

É de um ridículo, de um absurdo completo. Lula segue morando no mesmo apartamento em São Bernardo, com o mesmo padrão de vida. Que negócio é esse? Lula não tem crime nenhum contra ele. O PT, infelizmente, tem, por se envolver institucionalmente com a corrupção. Isso foi uma tragédia para a esquerda.

O senhor foi ovacionado no Tuca, em evento de apoio a Dilma. Seria um reconhecimento da sua transição política?

Não sei. Saí do governo Fernando Henrique em julho de 1999. Só por volta de 2004 consegui entender a lógica do governo, ou seja, da teoria da dependência desenvolvida por FHC e Enzo Faletto, em 1969. Fiquei convencido de que devia deixar o PSDB, que se tornara um partido de direita em vez de centro-esquerda socialdemocrata, como era o projeto.

Não existia nele nenhuma ideia de nação e sem isso considero impossível haver desenvolvimento. Tomei a decisão de só me dedicar à vida acadêmica e de intelectual público, e sou muito feliz nessa condição, embora corra riscos.

Na eleição de Dilma, estava contra toda a minha classe social. Mas cumpro a minha obrigação republicana. O republicano é capaz de, em alguns momentos, ir contra seus interesses para defender o interesse público. Essa é a diferença em relação aos neoliberais.

Notícia colhida no sítio http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2017/01/bresser-pereira-nao-vejo-nada-sendo-feito-para-o-pais-superar-a-crise-6494.html

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democracia

Lula: ‘Brasil só vai superar crise se passar por novas eleições’

Para ex-presidente, governo Temer leva país a uma crise econômica sem precedentes por falta de “credibilidade e previsibilidade”
por Redação RBA publicado 29/12/2016 09:54, última modificação 29/12/2016 10:08
TVT/reprodução

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Lula: sem credibilidade política e sem previsibilidade da economia, governo nenhum tira o país da crise

São Paulo – O Brasil só vai superar a crise e retomar o crescimento se investir mais no mercado interno e passar por novas eleições. O alerta é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem (28) publicou um vídeo em sua página no facebook pra comentar o cenário político e econômico do país.

“O Brasil depende muito, mas muito do seu mercado interno. Nós somos mais de 204 milhões de pessoas, nós temos um potencial extraordinário de aquecer o nosso mercado interno e para isso é preciso a gente ter uma política de crédito mais agressiva… É preciso voltar a discutir desenvolvimento, discutir crescimento econômico, que gera emprego, que gera aumento de salário, que gera consumo, e que gera mais emprego”, resume Lula.

O ex-presidente aponta as razões para o governo de Michel Temer estar levando o país a uma crise econômica sem precedentes. “Tem duas palavras mágicas em economia: credibilidade e previsibilidade. Se o povo e o governo não tiverem isso, ninguém acredita, nem o mundo exterior, nem aqui internamente.”

Lula aponta a necessidade de recuperar a credibilidade do governo central e a previsibilidade das políticas econômicas e sociais. “Penso que, se a gente quiser voltar a crescer, vai ter que pensar em ter um presidente eleito democraticamente pelo povo. Como a gente não pode esperar até 2018, quem sabe a gente tenha que fazer uma PEC (proposta de emenda à Constituição) e antecipar as eleições.”

Assista na íntegra:

Notícia colhida no sítio http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/12/lula-brasil-so-vai-superar-crise-se-passar-por-novas-eleicoes-553.html

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