Brasília – Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pediram hoje (26) ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, o aumento de recursos para a reforma agrária e para os programas de fortalecimento da agricultura familiar camponesa. O dinheiro seria destinado ao desenvolvimento de projetos de agroindústria, assistência técnica e comercialização da produção agrícola.
De acordo com Marina dos Santos, da direção nacional do MST, embora o governo tenha destinado aos projetos de reforma agrária e agricultura familiar R$ 12 bilhões em todo o país, existe necessidade de mais verbas. “Nós gostaríamos da ampliação desses recursos, mas principalmente da garantia da liberação desse dinheiro para que chegue lá na ponta na hora de implementar os projetos”, afirmou.
A representante do MST reclamou que o governo destina mais recursos para a agricultura empresarial do que para a familiar. “Os setores do agronegócio levaram mais de R$ 60 bilhões, no sentido de ter crédito e apoio para financiamentos”, disse ela.
Marina referia-se ao Plano Agrícola e Pecuário (PAP), anunciado em junho pelo governo, que atende os grandes produtores rurais e cujos recursos divulgados chegam a R$ 58 bilhões. Para o Plano Safra da Agricultura Familiar, foram destinados R$ 12 bilhões na mesma ocasião.
Segundo Marina, a crítica foi repassada ao ministro Mantega, que se colocou à disposição para tentar encontrar uma solução para as demandas do MST e designou o secretário adjunto de Política Econômica, Gilson Bittencourt, para acompanhar o andamento das reivindicações do movimento.
De acordo com a assessoria de Mantega, foi a primeira vez que líderes do MST foram recebidos por um ministro da Fazenda. “É histórico, e uma das questões que o próprio ministro colocou é que não é normal os movimentos sociais estarem com o ministro da Fazenda, principalmente na sala do Conselho Monetário Nacional”, enfatizou a líder Marina dos Santos.
Ela disse também que o fato marca um momento especial e importante no andamento da reforma agrária, fortalecimento da agricultura familiar e de programas que combatem a fome e a miséria com a produção de alimentos saudáveis e preços baratos acessíveis a todos, incluindo os trabalhadores urbanos.
Por Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil. 6 de Setembro de 2007 – 14h32 – Última modificação em 26 de Setembro de 2007 – 14h32
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Manifestações pela reforma agrária seguem em 15 estados
Brasília – Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) da Bahia, do Mato Grosso do Sul e Paraná aderiram hoje (25) à Jornada de Lutas do MST. Desde ontem (24), trabalhadores rurais fazem protestos e ocupações de prédios do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
As mobilizações ocorrem em 15 estados e têm por objetivo cobrar agilidade na reforma agrária. De acordo com a direção nacional do MST, atualmente, cerca de 150 mil famílias permanecem acampadas em todo país. O movimento considera o assentamento desses trabalhadores fundamental para resolver o problema da pobreza e da concentração de renda.
Na Bahia, 600 famílias de trabalhadores rurais ligados ao movimento ocuparam hoje a superintendência do Incra, em Salvador. Segundo o MST, eles pedem o assentamento de 15 mil famílias acampadas, além de infra-estrutura, crédito para a produção agrícola, habitação e vistorias de áreas improdutivas.
Ainda segundo o MST, hoje também no Mato Grosso do Sul, os manifestantes bloquearam rodovias e pediram o assentamento de 3.500 famílias acampadas no estado.
Os protestos acontecem desde ontem em Goiás, Paraíba, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Maranhão, Santa Catarina, Alagoas e Ceará.
Neste momento, 15 integrantes do MST se reúnem com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e com o presidente do Incra, Rolf Hackbart, para entregar uma pauta de reivindicações relativas à realização da Reforma Agrária no país.
Por Grazielle Machado – Da Agência Brasil.
25 de Setembro de 2007 – 20h16 – Última modificação em 25 de Setembro de 2007 – 20h16
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