Dirigentes do sindicato e aprovados protestaram contra a retirada de direitos e em defesa da Caixa
No Dia Nacional de Luta dos Empregados da Caixa, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região realizou ato no prédio Sede 1, na Praça Carlos Gomes, contra a retirada de direitos e em defesa da Caixa 100% pública. Aproveitando a visita do atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi, dirigentes do sindicato e representantes dos aprovados do último concurso entregaram um ofício em mãos, pedindo por mais contratações e valorização dos empregados.
A bancária da Caixa, Maria de Fátima Costamilan – secretária de políticas sociais da FETEC-CUT-PR, destacou que a categoria precisa se manter mobilizada para garantir direitos e conseguir mais avanços. “O mínimo que se espera de um banco público com funções estratégicas para o desenvolvimento do país é que valorize os seus empregados e viabilize o protagonismo desses trabalhadores que executam uma importante parcela das políticas públicas nacionais”, avaliou.
No encontro, Occhi afirmou que sua gestão vai concluir o processo de reestruturação ainda nesse ano e que nesse período não haverá novas contratações. Após esse processo, pretende fazer um levantamento das vagas e só então ver a necessidade de novas contratações nas unidades.
Os dirigentes alertaram ao presidente que a redução do quadro tem acarretado sobrecarga de trabalho e como consequência adoecimento dos bancários com casos de extrema gravidade. Na oportunidade, foi solicitado que se faça um levantamento dos casos e que sejam tomadas medidas de prevenção.
Outra preocupação dos trabalhadores é em relação à privatização das loterias da Caixa, Occhi garantiu que a Caixa não está vendendo as loterias, porém existe um estudo para reativar a Loteria Instantânea em parceria com a iniciativa privada para criação de uma empresa onde a Caixa detenha apenas 49% das ações.
Para o diretor Genesio Cardoso o encontro foi importante para que a atual gestão tenha conhecimento dos principais problemas da base e sinalizar que os empregados já estão mobilizados para a campanha que se aproxima.
“Esperamos que o atual presidente encaminhe as temas abordados no documento entregue, haja vista que ele também é empregado de carreira da instituição”, afirma Genesio Cardoso, diretor do sindicato dos bancários.
Confira texto do Ofício entregue ao Presidente da Caixa:
Curitiba, 24 de agosto de 2016.
Ao Senhor Presidente da Caixa
Gilberto Occhi
Em mãos
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários de Curitiba e região vem por meio desta, manifestar a insatisfação dos empregados da Caixa com as atuais medidas tomadas por essa direção, bem como os possíveis desdobramentos da atual conjuntura política que venham afetar negativamente os trabalhadores e a empresa.
A atual política de gestão vem reduzindo drasticamente o número de empregados, o que acarreta sobrecarga aos que permanecem, provocando o adoecimento e muitos afastamentos. Mesmo realizando um concurso em 2014, que, pela primeira vez, delimitou um número por pólo no cadastro de reserva, a direção se recusa a repor a defasagem no número de trabalhadores.
Solicitamos a imediata reposição do PAA e das demais vagas abertas por motivos orgânicos. Não podemos concordar que um colega deixe de ser promovido por não ter quem assuma sua função ou, ainda, que haja destacamento temporário em regime de urgência para suprir a falta de pessoal nas unidades, deixando a outra unidade descoberta.
Também não aceitamos que os métodos de gestão aplicados pelo banco – como reestruturação, extinção de função de caixa e novas regras de incorporação – tragam insegurança ao corpo funcional.
Outra questão de grande preocupação é a venda da Seguridade e das Loterias, que, caso se concretize, enfraquecerá significativamente o papel que a Caixa exerce na sociedade brasileira. Mesmo diante de crise, o lucro dos bancos não para de crescer. É preciso valorizar quem faz o lucro da Caixa. Em época de retirada de direitos, é preciso fortalecer as relações de trabalho entre e Caixa e seus empregados.
Contamos com seu empenho, visto também ser empregado da Caixa, para o fortalecimento da empresa e a valorização dos trabalhadores.
Camila CecchinSEEB Curitiba