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Por 13:28 Sem categoria

Presidente do Sindicato de Curitiba fala sobre o que espera da greve

A greve dos bancários deste ano promete ser uma das mais acirradas deste ano. Quem afirma é o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Elias Jordão. Em um bate-papo, ele falou sobre o que espera, sobre a proposta e intransigência dos banqueiros e chama a categoria para aderir em massa para que o bancário e a bancária não sejam prejudicados. Confiram:
Seeb Curitiba – Qual a expectativa para a greve deste ano?
Elias Jordão – De acordo com a assembleia que tivemos no dia 1.º e pelo retorno da base que estamos tendo, acredito que já iremos começar a greve amanhã, 6 de outubro, com uma adesão bem forte. Acredito também que, com o passar dos dias, o movimento irá ganhar mais força, pois o bancário e a bancária vão perceber a movimentação dos que começam a participar desde o início e acabam se empolgando e participando desta luta.
Seeb Curitiba – Quais as orientações que estão sendo dadas aos bancários e bancárias?
Elias Jordão –  Estamos fazendo um apelo, uma conclamação para que a grande maioria faça a adesão da greve o quanto antes, pois quanto mais forte ela for no início da greve, maior será a pressão em cima da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Se isso não ocorrer, a Fenaban ficará medindo forças e dificultando o nosso trabalho. É importante também não só participar, mas também convencer os colegas para que façam parte disso. É o momento em que o trabalhador e trabalhadora irão lutar por seus direitos. Por isso a importância em aderir à greve.
Seeb Curitiba – Como a greve pode ajudar na campanha salarial?
Elias Jordão – A greve é um instrumento de pressão do trabalhador e trabalhadora. É preciso que a categoria e a sociedade entendam que não fazemos greve só porque gostamos. Para se ter ideia, levamos 45 dias negociando, com seis rodadas intensas, acompanhadas de discussões exaustivas para evitar uma paralisação das atividades. A greve é o último recurso que existe para que as revindicações da categoria sejam atendidas. Se nós chegamos até aí, foi porque as outras opções foram esgotadas.
Seeb Curitiba – A Fenaban soltou uma nota dizendo que a proposta era de 5,5% com o abono de R$ 2,5 mil. Você acredita que essa insistência em manter uma oferta baixa está motivando ainda mais a categoria?
Elias Jordão – Acredito que sim. Os bancos estão tendo muito lucro, graças ao trabalho e esforço dos bancários e bancárias e a proposta veio de forma rebaixada. É impossível que algum trabalhador não tenha se sentido indignado com o que foi oferecido. Levando em consideração que boa parte de outras categorias tiveram aumento real, não justifica o sistema financeiro fazer uma proposta desta. Eles estão tentando jogar a sociedade contra a gente. Porém, são os banqueiros que estão expostos por querer aumentar ainda mais os seus lucros. Portanto, a categoria está, sim, incentivada a participar da greve.
Seeb Curitiba – Mesmo diante de lucros altos, por que, na sua opinião, os banqueiros insistem em desqualificar os bancários?
Elias Jordão – Tem um nome para isso: pura ganância. O banco é o único setor que, a despeito de qualquer dificuldade na economia, nunca deixará de ganhar e lucrar. Eles exploram os trabalhadores e trabalhadoras, os clientes, sempre por meio de metas abusivas, pressão e altas taxas de juros. A atitude deles vem sendo extremamente gananciosa.
Seeb Curitiba – Embora não há como fazer uma previsão, há alguma tendência de que teremos uma greve longa?
Elias Jordão – Nós trabalhávamos antes da última proposta com a possibilidade de que a oferta seria próxima da inflação, com uma margem em quer seria possível negociar e resolver logo a questão. Contudo, nestes moldes, nem repondo inflação, que vai ocasionar uma perda de 4,5% no salário, estou certo de que, para chegar nos números dos quais queremos, vai dar muito trabalho e não será uma luta fácil e tampouco rápida.
Seeb Curitiba – Qual é o recado final para a categoria?
Elias Jordão – Só por meio da luta é que a gente conquista. É preciso lembrar que somos uma das categorias mais organizadas do Brasil e que nada veio de graça. Tudo o que conquistamos veio com luta e mobilização no decorrer das décadas. Esse ano não será diferente. Sempre dizemos para os bancários e bancárias que o tamanho da conquista será de acordo com a nossa mobilização. Tenho certeza de que ela virá forte.
Autor: Flávio Augusto Laginski
Fonte: Seeb Curitiba
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