Brasília – Para o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a maior dificuldade do Brasil para fechar acordos com os Estados Unidos é a falta de diálogo. “Nós não conseguimos conversar com alguém do governo americano. Diferentemente do que acontece na China, nos Estados Unidos a relação é entre empresas, a relação entre governos é menor. É difícil falar com alguém nos EUA”, reclamou o executivo, durante o debate Criando um Futuro Seguro e Sustentável para o Setor Energético. O evento fez parte da Cúpula Empresarial Brasil-Estados, reunida hoje (19), em Brasília.
A proposta dos empresários é otimizar o que cada país tem de melhor. “Temos departamento de energia e eles têm papel de liderança. No entanto, é muito mais complicado do que tratar com a China”, disse Gabrielli. O presidente ressaltou que “os EUA têm protecionismo muito forte e, por um tempo, vão continuar protegendo agricultores americanos. Mas é possível considerar os interesses brasileiros”, rassalvou.
Por Luciene Cruz – Repórter da Agência Brasil. Edição: Vinicius Doria.
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Dilma pede a Obama regras mais transparentes para exportações
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff cobrou hoje (19) “regras mais transparentes” em relação à Rodada Doha e “fluxos mais equilibrados tanto em termos quantitativos quanto qualitativos”. Dilma fez a cobrança em discurso no Palácio Itamaraty, ao lado do presidente norte-americano, Barack Obama.
A cobrança de Dilma é uma resposta aos apelos do empresariado nacional. Os empresários brasileiros reclamam das barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos aos produtores do Brasil, principalmente no que refere ao aço, suco de laranja e à carne bovina.
A presidenta ressaltou que o Brasil vem apresentando “desenvolvimento sustentável com respeito ao meio ambiente”, com sua matriz energética renovável, e está disposto a fazer uma parceria energética com os Estados Unidos tanto no pré-sal quanto em energias limpas.
Em meio aos esforços para avançar na reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas de tal maneira que o Brasil consiga ocupar um assento permanente, Dilma destacou a posição pacífica do país. “Temos orgulho de viver em paz há mais de um século com todos os nossos dez vizinhos”, afirmou.
Ela ressaltou que o Brasil intensifica as parcerias desenvolvidas na África e no Oriente Médio e a participação para um acordo de paz entre israelenses e palestinos. A presidenta reiterou as demandas do governo brasileiro antes do brinde que ofereceu em homenagem a Obama e sua família.
Por Danilo Macedo e Renata Giraldi – Repórteres da Agência Brasil. Edição: Graça Adjuto.
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Falta vontade política para derrubar barreiras ao etanol, diz usineiro
Brasília – Para Rubens Mello, presidente do Conselho de Administração da Cosan, uma das maiores produtoras mundiais de açúcar e álcool à base de cana-de-açúcar, falta vontade política para resolver o problema das barreiras impostas às expoprtações de etanol do Brasil para os Estados Unidos. “O problema do etanol é exclusivamente político. Existe alto protecionismo e subsídio muito grande nos Estados Unidos. Falta coragem politica para enfrentar o problema”, criticou.
De acordo com Mello, a parceria comercial seria vantajosa para os dois países. “Essa situação precisa ser enfrentada. Abriria um mercado enorme e nós poderíamos perfeitamente trabalhar em conjunto com os americanos. Os EUA precisam criar consumo e abrir outras alternativas. Há espaço para todo mundo e pode ser feito um remanejamento tributário nos EUA. Os americanos precisam sair do defense [da defensiva] e partir para o negócio ativo. Isso não vai prejudicar os produtores americanos e é benéfico para os dois países”, argumentou.
Segundo o representante da Westinghouse Eletric Company, Aris Candris, existe interesse do governo americano de reverter esse quadro. Prova disso, segundo ele, é a própria visita do presidente Barack Obama ao Brasil. “Pensar no Brasil de forma colaborativa é um evento recente, mas o fato de Obama estar aqui, e do convite à presidenta Dilma para ir aos EUA em breve, foca o fortalecimento [da relação] bilateral”, garantiu ele, sem entrar em detalhes sobre as barreiras ao etanol.
O executivo americano concorda que trazer tecnologia americana para o Brasil vai abrir mercados, mas confessa que a parceria funciona de forma lenta. “ Também nos sentimos frustrados com o ritmo dessa evolução entre Brasil e EUA. Acho que governo pode ter trabalho importante para que essas novas tecnologias tenham sucesso. Dos EUA, posso dizer que governo Obama tem interesse em lançar tecnologias mais maduras para que a colaboração entre Brasil e EUA seja benéfica”, finalizou Candris.
Por Luciene Cruz – Repórter da Agência Brasil. Edição: Vinicius Doria.
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Obama diz que barreiras comerciais devem ser discutidas na Rodada Doha
Brasília – Ao encerrar o fórum de presidentes de empresas, denominados CEOs (na sigla em inglês), no Palácio do Itamaraty, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que os norte-americanos reconhecem “com entusiasmo” o crescimento econômico do Brasil. Obama afirmou ainda que sua disposição é a de manter um “diálogo real e efetivo” com os brasileiros.
“O Brasil está crescendo e os Estados Unidos reconhecem com entusiasmo o potencial do país”, disse o presidente norte-americano, que ocupou a cadeira principal na mesa oval, ao lado da presidenta Dilma Rousseff. “Estamos aqui para facilitar um diálogo real e efetivo”, disse ele.
No discurso, Obama destacou o fato de dez acordos bilaterais terem sido assinados entre Estados Unidos e Brasil. Segundo ele, a tendência é “reforçar” essas parcerias, consolidando acordos comerciais e progredindo em várias áreas. Ele citou os textos que indicam que mais empresas aéreas poderão voar entre os dois países e os que se referem às parcerias de troca de tecnologia.
Em relação aos apelos dos empresários e do governo brasileiros para o fim das barreiras tarifárias impostas a vários produtos exportados para os Estados Unidos, Obama disse que os progressos ocorrerão nas discussões da Rodada Doha, que discute a liberalização do comércio internacional. Essas negociações, conduzidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio, visam a reduzir as barreiras comerciais que travam as trocas comerciais entre países.
Obama disse que não queria “falar demais”, para deixar que os empresários apresentassem suas demandas. “Os senhores devem ter muito o que falar e perguntar”, disse o presidente norte-americano, passando a palavra para Dilma Rousseff.
Por Renata Giraldi e Danilo Macedo – Repórteres da Agência Brasil. Edição: Vinicius Doria.
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Dilma cobra de Obama fim de barreiras comerciais
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff cobrou hoje (19) do presidente do Estados Unidos, Barack Obama, o fim de barreiras protecionistas a setores produtivos da economia americana, como condição para intensificar relações comerciais entre os dois países. Em declaração conjunta à imprensa no Palácio do Planalto, Dilma citou setores como o de biocombustíveis, especificamente o etanol, exportação de carne, algodão, suco de laranja e aço, produtos brasileiros que precisam enfrentar sobretaxas para entrar nos Estados Unidos.
“Somos um país que se esforça para sair de anos de baixo desenvolvimento. Por isso buscamos relações comerciais mais justas e equilibradas. Para nós, é fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos”, defendeu a presidenta.
Dilma disse ainda que está preocupada com os “efeitos agudos gerados pelas crises recentes”, mas que reconhece os esforços feitos pelo presidente Barack Obama para dinamizar a economia norte-americana, abalada pela crise dos últimos anos.
“Preocupam-me os efeitos agudos decorrentes dos desequilíbrios econômicos gerados pela crise recente. Compreendemos o contexto dos esforços empreendidos por seu governo para a retomada da economia americana, algo tão importante para o mundo.”
O tom do discurso foi classificado pela própria presidenta como de franqueza. “Se queremos construir uma relação de maior profundidade, é preciso também com a mesma franqueza tratar de nossas contradições”, disse Dilma que chegou a falar da necessidade de “apreender com os erros”, ao tratar da necessidade de reforma dos fóruns internacionais. “Preocupa-me igualmente a lentidão das reformas nas instituições multilaterais que ainda refletem um mundo antigo” disse a presidenta.
Dilma citou a ampliação da participação de países emergentes como o Brasil no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI), mas ressaltou que foram mudanças “limitadas e tardias”, se olhadas sob o contexto da crise econômica. A presidenta afirmou que o pleito do Brasil de ter assento permanente no Conselho de Segurança das Organizações das Nações Unidas (ONU) não é movido pelo “interesse menor da ocupação burocrática dos espaços de representação”.
“O que nos mobiliza é a certeza de que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e harmonia entre os povos. Mais ainda, senhor presidente, nos interessa aprender com os nossos próprios erros”, disse a presidenta. “Foi preciso uma gravíssima crise econômica para mover o conservadorismo que bloqueava as reformas das instituições financeiras”, ressaltou.
Por Luciana Lima – Repórter da Agência Brasil. Edição: Juliana Andrade.
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Marco Maia promete apressar votação dos acordos assinados hoje por Brasil e Estados Unidos
Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou hoje (19) que vai apressar a tramitação dos acordos assinados pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos. Para entrar em vigor, os textos devem ser aprovados na Câmara e no Senado, sem alterações. “É de interesse do Brasil manter a parceria estratégica com os Estados Unidos. Assim que os textos chegarem [à Câmara], vamos dar celeridade na Comissão de Relações Exteriores e no plenário [da Casa]”, disse Maia, lembrando ser fundamental que os parlamentares tenham acesso ao texto e conheçam o conteúdo dos acordos.
Para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil tem um “caráter emblemático”. De forma semelhante pensa o senador Itamar Franco (PPS-MG), que disse ter sido surpreendido com o convite para participar do almoço oferecido pela presidenta Dilma Rousseff ao presidente norte-americano, no Palácio Itamaraty. “Não diria que foi inusitado, mas diferente”, comentou Itamar, referindo-se ao almoço no qual estarão presentes 150 convidados, entre ministros, governadores, parlamentares, sindicalistas e artistas.
Os convidados para o almoço chegam aos poucos ao Itamaraty. Porém, o evento deve começar com atraso em decorrência dos compromissos, no Palácio do Planalto. Paralelamente, empresários de vários setores estão reunidos no Itamaraty à espera de Obama e Dilma para o encerramento do encontro.
Por Renata Giraldi e Danilo Macedo – Repórteres da Agência Brasil. Edição: Vinicius Doria.
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Movimentos sindicais entregarão carta aberta a Obama
Brasília – O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, pretende entregar ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante o almoço no Palácio Itamaraty, uma carta aberta assinada pelos representantes dos principais movimentos sindicais nacionais. Entre os pontos apresentados, estão o pedido de retirada das barreiras comerciais impostas pelos americanos aos produtos brasileiros, principalmente agrícolas, e a defesa de um comércio internacional com mais regulação.
Os movimentos sindicais consideram que a “depreciação forçada” do dólar e a “imposição de injustas barreiras à entrada de produtos brasileiros nos EUA, especialmente o etanol, produtos siderúrgicos, o tabaco e suco de laranja”, criaram uma troca comercial desequilibrada entre os dois países. Eles apontam no texto que o déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos passou de US$ 4,4 bilhões em 2009 para US$ 7,7 bilhões no ano passado, um aumento de 75%.
O documento expressa apoio aos servidores públicos de vários estados americanos que lutam contra a restrição das atividades sindicais e das negociações coletivas aprovadas nos parlamentos locais. Protesta também em relação a alguns governos estaduais que atingem direitos básicos conquistados por esses funcionários.
Além do presidente da Força Sindical, assinam a carta os presidentes da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique da Silva, da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Wagner Gomes, da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, José Calixto Ramos, e da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Antonio Neto.
Por Danilo Macedo e Renata Giraldi – Repórteres da Agência Brasil. Edição: Graça Adjuto.
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