Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reclamou hoje (22) que a defasagem de dados sobre a criminalidade no país atrapalha a execução de uma política pública eficiente com uso adequado de verbas. Cardozo anunciou que o governo está empenhado em pôr em prática o Sistema Nacional de Informações que vai subsidiá-lo com dados atualizados sobre a violência no Brasil.
As críticas de Cardozo se referem ao dados relativos ao Mapa da Violência no Brasil. O estudo faz um diagnóstico de como a violência tem levado à morte os brasileiros com base em informações do Ministério da Saúde. A última divulgação mostrou o crescimento das mortes de jovens por homicídio, acidentes de trânsito e suicídio.
“A base de dados do mapa já está desfasada porque tem quatro anos de defasagem. Isso é terrível porque é possível que a situação tenha melhorado ou piorado, por exemplo”, disse Cardozo.
“Não é simples porque há estados que subnotificam. Temos de fazer um diagnóstico muito claro sobre o que temos de fazer sobre criminalidade”, acrescentou ele durante entrevista a 11 rádios regionais no programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.
Após o programa, Cardozo reiterou sua preocupação com os dados defasados utilizados para elaboração do Mapa da Violência. “É impossível fazer uma política de segurança pública eficaz, focada, razoável, sem informações muito atualizadas”, afirmou.
O ministro ressaltou que é necessário conhecer a realidade para poder usar o dinheiro público. “Como ministro da Justiça, tenho de saber onde acontece o crime, a dimensão desse crime para que eu possa saber a causa, para que eu possa, em colaboração com o governo do estado, ter ações eficazes”, disse ele.
Cardozo afirmou que está empenhado em obter a atualização dos dados o mais rápido o possível para mudar o quadro atual. “Vou dar prioridade a isso. Sem um sistema de informações, tudo que se faz é algo um pouco às trevas. É importante para o governo federal e estadual que o dinheiro seja bem aplicado.”
Por Renata Giraldi – Repórter da Agência Brasil. Edição: Juliana Andrade.
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Combate às drogas deve se basear em repressão, tratamento e reinserção social, defende Cardozo
Brasília – Nos próximos dias, o Ministério da Justiça divulgará uma pesquisa sobre o uso de drogas no país, com o foco no crack. Preocupado com os dados preliminares que indicam o agravamento da situação, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou hoje (22) que será intensificada a segurança nas regiões fronteiriças. Também será ampliada a política pública baseada nos pilares da “repressão, tratamento clínico e reinserção social”, disse Cardozo.
Para o ministro, é fundamental acabar com a sensação de impunidade que ainda prevalece no país. Cardozo afirmou que essa mudança de postura está diretamente vinculada a uma ação conjunta entre a União e os estados. Ele disse manter conversas regulares com vários governadores, inclusive o de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), que é de um partido que faz oposição ao governo federal.
“Independentemente de termos um partido diferente do [partido] do governador [Teotonio, de Alagoas], a orientação da presidenta Dilma Rousseff é trabalhar em conjunto”, afirmou Cardozo, em entrevista a 11 rádios regionais no programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.
“Temos de acabar com essa sensação de impunidade”, disse Cardozo. Em seguida, depois do programa, o ministro acrescentou que é preciso vencer a ideia de que o combate às drogas se baseia em apenas um aspecto. Ele acrescentou ainda que é necessário superar a ideia de que haja uma antítese nas políticas de repressão, prevenção e tratamento. “Tudo isso é uma política global”, disse.
“A política de enfrentamento do crack passa por todos esses aspectos, a política de asfixiamento das organizações criminosas, o controle de fronteiras e a integração com os estados, ao mesmo tempo em que capacitamos profissionais e [fazemos] campanhas de esclarecimentos”, acrescentou.
Para Cardozo, muitas pessoas ainda acreditam que o dependente químico é aquele que não tem condições de viver em sociedade. “Às vezes, existe a visão de que não há mais o que fazer com o drogado. Mas nós temos condições de tratar esta pessoa, que deve ser tratada sob o ponto de vista clínico e social, para ser reinserida na sociedade”, disse ele.
Por Renata Giraldi – Repórter da Agência Brasil. Edição: Juliana Andrade.
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