As trabalhadoras do Paraná saíram na segunda-feira, 15, com destino a “Marcha das Margaridas”, em Brasília, que será realizada nesta terça e quarta-feira. A atividade é organizada pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e é uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta para conquistar visibilidade, reconhecimento social, político e cidadania plena.
A Marcha das Margaridas se consolidou na luta contra a fome, a pobreza e a violência sexista e sua agenda política de 2011 tem como lema desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
A expectativa é que essa seja a maior mobilização de mulheres deste ano, podendo reunir 100 mil participantes. Só no Paraná, a CUT enviou quatro ônibus para o evento: um saindo da capital e outros três do interior (Pontra Grossa, Londrina e Maringá). O nome da manifestação é uma homenagem a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade.
Margarida Maria Alves morreu aos 50 anos. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, estava diante de sua casa no final da tarde de 12 de agosto de 1983 quando um pistoleiro em um Opala vermelho disparou um tiro de escopeta que atingiu seu rosto. O crime teve repercussão internacional, mas, como tantos outros, ficou impune. É para lembrar da ativista e da morosidade da Justiça para apurar os responsáveis por sua morte que foi criada a Marcha das Margaridas.
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Trabalhadoras do campo, da floresta e da cidade são homenageadas no Congresso Nacional
Mais de 100 mil mulheres estão em Brasília para participar da 4ª Marcha das Margaridas
Mais de 250 trabalhadoras rurais e da floresta de todos os Estados brasileiros participaram, nesta terça-feira (16), em Brasília, de sessão solene em homenagem à 4ª Marcha das Margaridas, no Congresso Nacional.
Cerca de 100 mil trabalhadoras de 27 Estados estão acampadas no Parque da Cidade, em Brasília. Nesta quarta-feira (17), elas sairão, às 07h00, em passeata. Vão marchar do Parque da Cidade até a Esplanada dos Ministérios, onde farão um ato às 10h00. E, às 15h00, receberão a presidenta Dilma Rousseff, que confirmou presença no encerramento da Marcha das Margaridas. O encerramento também será realizado no Parque das Cidades.
Na sessão solene realizada esta manhã, as trabalhadoras aproveitaram para entregar aos deputados e deputadas a pauta das “Margaridas” que, entre outros itens, reivindica autonomia, liberdade, justiça, melhores condições de vida e de trabalho para as mulheres. Elas lutam também pelo fim da discriminação e dos baixos salários; pelo combate à violência contra a mulher, além de desenvolvimento sustentável.
Segundo Carmen Foro, secretária do Meio Ambiente da CUT e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, o objetivo da primeira Marcha foi garantir e ampliar os direitos das mulheres do campo e da floresta. Agora, os objetivos foram ampliados.
“Queremos dialogar com a sociedade, com o Congresso Nacional e com o governo sobre o modelo de desenvolvimento que queremos para o Brasil. O modelo tem de ter perspectiva social e também ambiental”.
E para lutar pelo País que querem deixar para os filhos e netos, as mulheres estão determinadas a ocupar espaços onde possam debater e intervir nos rumos das políticas que podem ser implementadas.
“Não é possível pensar em desenvolvimento sustentável se as mulheres não tiverem autonomia financeira e para se expressar politicamente; para decidir suas próprias vidas. Ou seja, autonomia plena”, argumentou Carmen, completando: “A agenda política tem de colocar no centro do debate a igualdade de oportunidades. As mulheres têm de participar dos espaços de poder de decisão, como essa Casa aqui”, encerrou a dirigente se referindo ao Congresso Nacional.
Para as deputadas, a homenagem que fizeram foi a maneira que encontraram para ajudar a dar mais visibilidade às questões que afligem as mulheres do campo e da cidade. Muitas da que se pronunciaram no plenário ressaltaram que vários pontos da pauta das “Margaridas”, como o desenvolvimento com justiça social e sustentabilidade, por exemplo, dizem respeito a todos os brasileiros, do campo e da cidade.
A deputada Janete Pietá (PT-SP), lembrou que a bancada petista da Casa está empenhada em Projetos de Lei que têm total afinidade com a pauta das “Margaridas”. Dentre eles, ela citou o PL 6653, que trata da equidade de gênero no mundo do trabalho; a PEC 30, que amplia a licença maternidade de 180 dias para todas as trabalhadoras do Brasil; e destacou a Reforma Política, com lista, alternância de gênero e paridade – 50% homens e 50% mulheres.
As Margaridas que estavam na plenária comemoraram a homenagem cantando seu grito de guerra, de forma lenta e suave: “Nosso direito vem, se não vem nosso direito, o Brasil perde também”.
Por Marize Muniz.
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