Dados da RAIS apontam que criação de empregos foi pouco afetada pelo PIB reduzido de 2011
Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A criação de empregos formais no Brasil cresceu mais em 2011 que o Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) apresentados hoje (18) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Naquele ano, houve redução de crescimento tanto de empregos (6,94% para 5,09%) quanto do PIB (7,5% para 2,7%) com relação a 2010, mas a expansão da mão de obra foi pouco afetada pelo cenário econômico.
No total, foram gerados 2,8 milhões de postos em 2010 e 2,2 milhões em 2011.
“Isso mostra que PIB e emprego têm relação direta, mas não tão direta assim”, disse o diretor de Emprego Salário do MTE, Rodolfo Torelly. Segundo ele, a perda de dinamismo econômico não foi proporcional em termos de geração de emprego. Nesse contexto, o rendimento médio dos trabalhadores formais também teve crescimento, passando de R$ 1.847,92 em 2010 para R$ 1.902,13 em 2011 – aumento de 2,93%.
A causa para a relativa independência da geração de empregos em 2011 sobre a atividade econômica foi a expansão de setores mais intensivos em mão de obra, como o de serviços, o que mais contratou em 2011: mais de 1 milhão de empregos. Além do serviço, outros setores que se destacaram na criação de empregos foi o comércio (404,6 mil) e a construção civil (241,3 mil).
A redução na criação de empregos formais entre 2010 e 2011, equivalente a 600 mil vagas preenchidas a menos, ocorreu pelo menor dinamismo nos segmentos celetista e estatutário. No regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), houve a redução do crescimento de 7,87%, em 2010, para 5,96%, em 2011. No caso dos servidores públicos, a queda no ritmo foi de 3,26% em 2010 para 1,47% em 2011.
A coordenadora de Estatística de Trabalho do ministério, Maria das Graças, explicou que a rotatividade continua sendo um problema no mercado de trabalho brasileiro. Apesar do ritmo positivo na criação de vínculos empregatícios, ainda há muitas demissões sem justa causa que geram o recebimento de seguro-desemprego pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo ela, com o dinamismo da economia, há rotatividade causada pela demanda por mão de obra qualificada, não suprida pelo mercado. Nesses casos, são os trabalhadores que saem em busca de melhores oportunidades. Em contraponto, há excesso de mão de obra sem qualificação, o que gera a dispensa de trabalhadores como forma de redução de custos para as empresas.
“Essas duas tendências coexistem, mas o impacto causado pelas demissões sem justa pelas empresas é maioria. Daí a preocupação com a rotatividade como fator de precarização do trabalho e redução de rendimentos”, disse Maria das Graças.
Na questão de gênero, as mulheres continuam sendo minoria em relação ao homem, apesar de gradativamente recuperar espaço no mercado e elevar a instrução, especialmente no nível de escolaridade superior completo. No total, 58% dos empregos formais são ocupados por homens, e 42% pelas mulheres – crescimento de 5,93% em relação a 2010, ante os 4,49% dos homens.
De acordo com o Rodolfo Torelly, essa diferença de gênero se deve à inserção tardia da mulher no mercado de trabalho. A Relação Anual de Informações Sociais é um registro administrativo anual que compila dados sobre o mercado de trabalho brasileiro, elaborado para selecionar os beneficiários do abono salarial. Os dados da Rais 2011 estão disponíveis no site do MTE.
Edição: Davi Oliveira
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://agenciabrasil.ebc.com.br
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RAIS: Brasil gerou mais de 2,2 milhões de empregos com carteira assinada em 2011
Dados da RAIS 2011constata terceira maior geração de empregos da série histórica e aumento do rendimento médio dos trabalhadores
Brasilia, 18/09/2012 – O Brasil gerou 2.242.276 empregos formais em 2011, alta de 5,09% em relação ao estoque de trabalhadores formais de 2010, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados nesta terça-feira (18) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Foi a terceira maior geração de empregos de toda a série histórica iniciada em 1985, sendo menor apenas que os saldos ocorridos em 2010, quando foram criados 2,861 milhões; e em 2007, com 2,452 milhões de postos de trabalho.
“A RAIS tem como principal objetivo selecionar os beneficiários do Abono Salarial que este ano deve direcionar o pagamento do benefício de um salário mínimo a mais de 20 milhões de trabalhadores, injetando um total de R$ 13 bi na economia”, informa o secretário de Políticas Públicas de Emprego substituto, Rodolfo Torelly.
Os dados por tipo de vínculo (celetistas e estatutários) revelam que a dinâmica do mercado de trabalho em 2011 foi proporcionada, particularmente, pelo desempenho do emprego celetista, que cresceu 5,96%, correspondendo à criação de 2,116 milhões de empregos, contra uma elevação modesta de 1,47%, ou +126,3 mil vínculos empregatícios no segmento estatutário. Dessa forma o número de vínculos empregatícios formais ativos em dezembro de 2011 atingiu 46,311 milhões, ante 44,068 milhões do ano anterior. Somando os inativos (desligados), o montante chegou a 70,971 milhões de vínculos, o que representa um aumento de 6,33% quando comparados ao resultado de 2010, ocasião em que foram registrados 66,747 milhões de empregos.
Puxado pelo fortalecimento da demanda interna, a RAIS 2011mostra que houve crescimento generalizado nos setores da economia. Dentre os que mais contribuíram para a geração de empregos formais estão o de Serviços, com 1.027,4 mil vagas; seguido do Comércio, 460,4 mil; Construção Civil, 241,3 mil; Indústria de Transformação, com 228,1 mil e Administração Pública, com 180,2 mil postos de trabalho gerados..
Em relação aos rendimentos médios dos trabalhadores formais houve aumento real de 2,93%, percentual superior ao verificado no ano anterior, de 2,57%, passando de R$ 1.847,92, em dezembro de 2010, para R$ 1.902,13, em dezembro de 2011.
Em 2011, 7,885 milhões de estabelecimentos declararam a RAIS, dos quais 4,295 milhões correspondiam a estabelecimentos sem vínculos empregatícios, e 3,591 milhões com vínculos. Foi registrado crescimento de 3,52% no total de estabelecimentos, percentual superior ao ocorrido em 2010, com 2,47%.
RAIS – A Relação Anual de Informações Sociais é um Registro Administrativo criado pelo Decreto nº 76.900/75, com declaração anual e obrigatória a todos os estabelecimentos existentes no território nacional. As informações captadas sobre o mercado de trabalho formal referem-se aos empregados celetistas, estatutários, avulsos e temporários, dentre outros, segundo remuneração, grau de instrução, ocupação, nacionalidade. Já os dados dos estabelecimentos são relativos à atividade econômica e área geográfica.
Confira os dados: http://portal.mte.gov.br/portal-mte/rais/
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