Com a frase: “Se não sacou, é bom sacar: os bancários vão parar!”, categoria avisou a população sobre a força do movimento nacional que iria paralisar os bancos em todo o país nos dias 11 e 12 de setembro de 1985.
E assim foi! Com muita garra e disposição para lutar por seus direitos, mais de 500 mil bancários e bancárias paralisaram suas atividades em 30 mil agências.
O movimento ocorreu devido à intransigência dos bancos, que se negavam a zerar as perdas salariais com a inflação, que naquele tempo era superior a 235% ao ano. Mesmo com seus lucros nas alturas, banqueiros ofereceram um índice que arrochava o poder de compra da categoria, por isso, em Assembleias realizadas por todo o país a deflagração da Greve foi aprovada.
No final, por decisão da Justiça do Trabalho de São Paulo, foi definido o reajuste de 90,78%, além da antecipação de 25% garantida meses antes durante negociações com os patrões. Essa decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo não abrangia Londrina , assim como outras cidades, então a greve continuou por mais um dia, até que o reajuste conquistado beneficiou toda a categoria.
Em Londrina, a Greve de 1985 teve a participação da maioria dos cerca de 8 mil bancários e bancárias que atuavam na base territorial do Sindicato, que tinha como presidente Joaquim Borges Pinto (in memoriam).
Nos três dias de paralisação a concentração da categoria foi sediada na Concha Acústica de Londrina e na Assembleia Geral, realizada no dia 16 de setembro, para analisar a proposta que encerraria o movimento estiveram presentes mais de 4 mil pessoas no Ginásio Moringão.
Veja nos vídeos abaixo depoimentos de três bancários e ex-diretores do Sindicato sobre como foi a Greve de 1985 e o que ela representou para a Classe Trabalhadora:
João Antonio da Silva Neto (Joãozinho)
Geraldo Fausto dos Santos (Ceará)
Paulo Roberto de Lima
Texto: Armando Duarte Jr.
Fonte: Vida Bancária