Depois de dias atormentado por uma crise aguda de soluços que o fazia interromper conversas e até vomitar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) finalmente voltou a respirar em paz. O corpo, dizem os amigos, está em recuperação — já o espírito, nem tanto.
Pessoas próximas relataram à coluna de Mônica Bergamo, na Folha, que o ex-mandatário anda emocionalmente abalado, chorando com frequência e demonstrando nervosismo crescente diante da proximidade do fim de seu processo no Supremo Tribunal Federal (STF), que deve definir o local onde ele cumprirá pena. Parece que, desta vez, não haverá motociata que resolva.
Abandonado
A maré também não anda boa no campo político. O sonhado projeto de anistia está empacado no Congresso, a proposta de redução de penas segue parada, e até o tradicional apoio vindo do presidente americano Donald Trump parece ter minguado — talvez os dois tenham agora preocupações mais urgentes. Para completar, a direita brasileira vive um momento de desunião, cada um puxando o tapete do outro enquanto tenta salvar a própria pele.
Recuperado dos soluços, Bolsonaro agora enfrenta um problema mais difícil de curar: o soluço político — aquele que insiste em lembrá-lo de que o fôlego de seus tempos de poder pode ter ficado no passado.
Texto: Julinho Bittencourt
Fonte: Revista Fórum