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Por 10:39 Notícias

Lula convoca reunião de emergência após operação com 64 mortos no Rio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para a manhã desta quarta-feira (29) uma reunião emergencial no Palácio da Alvorada com ministros para tratar da crise de segurança pública no Rio de Janeiro, após a operação policial que deixou 64 mortos nas comunidades da Penha e do Alemão. A ação, batizada de Operação Contenção, foi ordenada pelo governador Cláudio Castro (PL) sem aviso prévio ao governo federal, o que gerou forte reação em Brasília.

Durante o voo de retorno ao Brasil, vindo do Sudeste Asiático, Lula foi informado apenas de forma fragmentada sobre o que acontecia no Rio. O avião presidencial pousou em Brasília por volta das 20h30 desta terça-feira (28), e logo após o desembarque o presidente pediu relatórios detalhados aos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).

Falta de coordenação e críticas ao governo estadual

O governo federal considera que o episódio evidencia a falta de coordenação e responsabilidade do governo estadual.

“Todo mundo estava surpreso com a operação que foi realizada hoje, uma operação dessa magnitude. Para ter sucesso, operações grandes como essa têm que ser integradas com participação do governo federal”, afirmou a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), após participar de uma reunião emergencial comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin na noite anterior.

Durante o encontro, ministros e representantes das forças federais confirmaram que não houve qualquer pedido de apoio do governo estadual. “

Durante a reunião, as forças policiais e militares federais reiteraram que não houve qualquer consulta ou pedido de apoio, por parte do governo estadual do Rio de Janeiro, para realização da operação”, informou o governo em nota oficial.

O Palácio do Planalto reafirmou disposição em ajudar o estado, mas dentro da legalidade e com planejamento conjunto. Rui Costa comunicou ao governador fluminense a disponibilidade de vagas em presídios federais para transferência de chefes de facções criminosas, medida que já começou a ser executada.

O governo federal também rechaçou as tentativas de Cláudio Castro de atribuir a Brasília a responsabilidade pela ausência de apoio militar. O governador alegou ter solicitado o uso de blindados das Forças Armadas, mas, segundo Gleisi Hoffmann, “o que ele (Castro) pediu foram equipamentos. Não pediu GLO, teria que ter pedido. Como o governo vai intervir e fazer uma GLO em uma situação que não é pedida? Não é uma coisa simples”.

Lewandowski sobre Castro: “Joga culpa nos outros, vai ser engolido pelo crime”

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, reagiu de forma direta ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após a desastrosa operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, nesta terça-feira (28), que deixou pelo menos 64 mortos. Castro foi o exclusivo responsável pela ação atabalhoada e ainda no curso das atividades deu uma coletiva jogando a culpa no presidente Lula, num nítido ato politiqueiro para fazer coro com o bolsonarismo.

“O governador [Cláudio Castro] deve assumir as suas responsabilidades… Se ele sentir que não tem condições, ele tem que jogar a toalha e e pedir GLO ou intervenção federal… Ou ele faz isso, se não conseguir enfrentar, ou vai ser engolido pelo crime”, disparou o ministro à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

Na sequência, sem classificar diretamente o comportamento do governador como politiqueiro ou eleitoral, Lewandowski seguiu apontando o dedo contra a atitude baixa de Castro, que segundo ele apenas quer jogar a culpa nos outros por suas decisões erradas e desastrosas.

“Ele tenta jogara culpa nos outros, mas nunca fez qualquer pedido nesse sentido. Para isso, o governo do Rio de Janeiro teria que fazer uma declaração formal de que as forças locais não têm condições de fazer face o crime”, acrescentou ainda o chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Texto: Ivan Longo

Fonte: Revista Fórum

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