Em meio a índices alarmantes de adoecimento na categoria e enquanto bancários aguardam por resoluções preventivas, o Bradesco inaugura a cada dia novas formas de pressionar os trabalhadores por resultados. O Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região recebeu denúncias de que, em alguns locais, ao vender um produto, o funcionário precisa “correr até um sino e comemorar a venda” ou “tocar uma corneta”.
“Como estes trabalhadores já estão inseridos em um contexto de pressão excessiva por metas, cobranças abusivas e assédio moral, ter que correr e tocar um sino torna-se mais uma medida de competição predatória e de constrangimento, mesmo que disfarçada de reconhecimento”, explica a presidenta do Sindicato e funcionária do Bradesco, Cristiane Zacarias.
“Enquanto os bancários estão submetidos a todo tipo de “invenção” para cumprir as metas, o banco celebra o crescimento do lucro e os trabalhadores amargam altos índices de adoecimento”, adiciona a dirigente sindical Karla Huning. “Soma-se a isso o medo do afastamento para o tratamento de saúde e, principalmente, o medo de perda do emprego”, conclui.
Diante dessa situação, o Sindicato está cobrando formalmente do Bradesco, por meio de um ofício, o fim desse tipo de prática, juntamente com o de outros instrumentos de pressão que vêm sendo utilizados para pressionar os trabalhadores a vender produtos. A entidade reitera também a necessidade do banco assumir o compromisso com a promoção de um ambiente e de uma organização do trabalho saudável.
Lucro segue crescendo
Vale lembrar que o Bradesco encerrou o primeiro semestre de 2025 com um Lucro Líquido Recorrente de R$ 11,931 bilhões, resultado que representa um crescimento de 33,7% em relação ao mesmo período de 2024. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o crescimento foi de 3,5%, já que o banco havia registrado lucro de R$ 5,864 bilhões nos três primeiros meses e R$ 6,067 bilhões no segundo trimestre. Mesmo com os resultados expressivos, o banco segue promovendo cortes de pessoal e de unidades físicas de atendimento, o que afeta negativamente tanto os trabalhadores quanto os clientes.
Adoecimento segue aumentando
Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab), os maiores bancos que atuam no Brasil registraram aumento de 168% no número de afastamentos de trabalhadores por transtornos mentais em 10 anos, passando de 5.411 em 2014 para 14.525 em 2024. O número é ainda mais impactante se for levando em conta que no mesmo período foram eliminados 88.165 empregos bancários – passando de 512.186 para 424.021, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Do total de afastamentos pelo INSS, 34,5% foram por outros transtornos ansiosos; 24,8% por reações ao estresse grave e transtornos de adaptação; 24,1% por episódios depressivos e 11,2% por transtorno depressivo recorrente.
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Foto: Joka Madruga
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região