Curitiba recebeu neste sábado a 1ª Caminhada para os Orixás — um grande ato público de celebração da fé, dos modos de vida afro-indígenas e da luta contra o racismo e a intolerância religiosa.
O evento é uma construção coletiva de dezenas de terreiros de Curitiba e Região Metropolitana, unidos pela luta pelo reconhecimento das religiões e saberes afro-indígenas como patrimônio imaterial cultural da cidade.
A produção é de Flávia Imirene Sabino, com o apoio da vereadora Giorgia Prates – MandatA Preta, que atua pela valorização da cultura negra e pelo direito à liberdade religiosa.
Ato religioso e “A Revolta dos Atabaques”
A caminhada começou com um ato religioso na Praça Tiradentes, conduzido por lideranças espirituais de diferentes tradições afro-indígenas, com saudações a diversas divindades. Em seguida, o cortejo seguiu pela Rua Alfredo Bufren até a Praça Santos Andrade, onde acontece o ato “A Revolta dos Atabaques” — uma intervenção sonora e política de enfrentamento ao silenciamento dos terreiros.
Participam grupos como Tambores do Paraná, Bloco Afropretinhosidade, Curimbas e Afoxé Atinsa, em um grande encontro de ritmos, fé e ancestralidade.
Shows e homenagens na Boca Maldita
Depois, a caminhada seguiu pela Rua Marechal Deodoro até a Boca Maldita, local que rendeu homenagens a àgbás e kotas (sacerdotisas e sacerdotes mais velhos) e uma programação artística.
A Caminhada para os Orixás nasce como um ato de afirmação e preservação das tradições afro-indígenas, reafirmando a presença dos povos de terreiro na formação cultural, histórica e política de Curitiba.
Fonte: Brasil fora da caverna