Bancários debatem como novas tecnologias afetam o emprego
Com a presença de cerca de 280 delegados, teve início na tarde desta sexta (13), em Cornélio Procópio, a 16ª Conferência Estadual dos Bancários da Fetec-CUT/PR, que vai discutir as reivindicações da categoria no Estado a serem apresentadas na Conferência Nacional, que ocorre entre 25 e 27 de julho, em São Paulo.
No painel de abertura, a economista do Dieese/Contraf CUT, Vivan Machado, apresentou o painel “Novas Tecnologias Bancárias afetando diversas categorias – Correspondentes e Mobile Payment”, e que abordou as mudanças e a evolução nas formas de pagamento, entre elas tecnologias vinculadas aos sistemas móveis, como celulares e tablets.
A economista ressaltou que desde 2001, os bancos estão aprimorando o sistema de correspondentes bancários visando o fortalecimento dos canais de acesso. Em 2003, eram 36.474 correspondentes bancários no país e 16.829 agências bancárias. Em 10 anos, o crescimento dos correspondentes em relação às agências foi algo assustador. Em 2013, já eram 405.248, um aumento de 1.011%, contra 35% a mais de agências, ou seja, 22.740 unidades.
A maior concentração de correspondentes está na região Sudeste, seguida da Sul, onde o acesso a agências é mais facilitado. “Este modelo afetou o trabalho bancário e comerciário”, destacou a economista. No entanto, não foi o único fator. Hoje novas tecnologias estão crescendo, como o Mobile Payment.
O que possibilitou esse novo modelo foi o crescimento acelerado do setor de telecomunicações que hoje já abriga 273 milhões de celulares no Brasil, sendo que a cobertura de telefonia móvel está presente em 5.564 municípios, 3.598 com cobertura de banda larga 3G (91% da população) e 1,8 milhão de municípios com terminais 4G.
O modelo está sendo cada vez mais adotado pelos bancos, pois significa para eles custos menores e maior agilidade. No entanto, como fica o trabalho bancário nessa nova modalidade? Na avaliação da economista, essas novas tecnologias bancárias vêm afetando diversas categorias. “Não dá para brigar com a tecnologia, na minha avaliação, as entidades sindicais devem brigar para que esses bancários tenham condições dignas. Não é o fim da categoria bancária, mas a sua transformação. Por isso, deve-se buscar onde estão estes trabalhadores para defendê-los, pois são todos do ramo financeiro”, enfatizou.
Segundo o Secretário Geral da Fetec-CUT/PR, Deonísio Schimidt, o movimento sindical já vem fazendo este debate, especialmente o seu impacto na categoria. “Não há dúvida de que haverá impacto no emprego da categoria. Vamos procurar a Fenaban, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica para tentar romper este processo, se não for possível, que ele tenha o menor impacto possível”, finaliza.
Clique aqui e acesse a apresentação da economista Vivian Machado sobre sistemas de pagamento móvel.

