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No Paraná, greve dos bancários avança com 86% das agências fechadas

Mais funcionários aderiram à greve, totalizando quase 21 mil trabalhadores paralisados no estado

Diante da recusa dos banqueiros em apresentar uma proposta salarial digna aos seus funcionários, a greve da categoria completa 18 dias nesta sexta-feira (23), No Paraná, são 828 agências e 11 centros administrativos fechados, resultando em 20.800 bancários que aderiram à greve. De acordo com o levantamento da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR), 86% das agências bancárias na base da Federação permanecem sem atendimento ao público.  A Federação agrega os seguintes sindicatos de suas cidades sedes e regiões: Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama.

Em Curitiba e Região Metropolitana, a estimativa do Sindicato dos Bancários é que 15,6 mil trabalhadores estão paralisados, o que representa 86% da categoria. Os destaques continuam sendo as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, com 100% das atividades paralisadas, e os Centros Administrativos do HSBC/Bradesco, também todos fechados.

“A cada dia que passa, o sentimento de indignação e revolta dos bancários aumenta. Como se já não bastasse a recusa em negociar e valorizar os trabalhadores, os bancos tem preferido ameaçar, coagir e pressionar os bancários, ferindo o direito de greve. Diante disso, nossa resposta é imediata: greve ainda mais forte. Nossa mobilização já é histórica e não sairemos desta campanha salarial com direitos a menos!”, afirma Elias Jordão, presidente do Sindicato.

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Agência fechada em Toledo.

Lucros surreais

Uma análise feita pelo DIEESE sobre o desempenho dos bancos no primeiro semestre de 2016 expõe que o lucros dos bancos brasileiros continua em patamares praticamente intangíveis para qualquer setor produtivo da economia, diante da crise. Como vem ocorrendo nos últimos anos, o maior lucro líquido foi do Itaú Unibanco, num montante de R$ 10,7 bilhões. Esse resultado representou uma redução de 10,2% em relação ao 1º semestre de 2015.

Apesar da queda, a rentabilidade dos grandes bancos brasileiros segue elevada em relação a dos seus congêneres estrangeiros, variando entre 9,8% e 20,1% . Tal desempenho mantém o setor financeiro entre os mais rentáveis da economia nacional.

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Apesar de ser uma fonte secundária de receitas, as tarifas representam parcela importante da receita total dos bancos. Em média, no período analisado, as receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias aumentaram 8,7%, somando R$ 55,0 bilhões.

O montante de tais receitas pode ser melhor compreendido quando comparado ao total de despesas de pessoal dos bancos. Somente a arrecadação com prestação de serviços e tarifas bancárias cobriu entre 104% (Caixa) e 163% (Itaú Unibanco) das despesas de pessoal nas maiores instituições financeiras, conforme mostra a Tabela 5. Vale destacar que as despesas de pessoal compreendem os gastos com folha de pagamento (remuneração, PLR, encargos sociais e benefícios), além das despesas com treinamento e processos trabalhistas.

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Bancos fecham agências e intensificam corte de postos de trabalho

Entre junho de 2015 e junho de 2016, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, juntos, fecharam 422 agências bancárias (161,145 e 116, respectivamente), encerrando o período com um total de 19.291 unidades. Apenas Santander e Caixa abriram novas agências, porém, em número pequeno (quatro em cada um). O número de trabalhadores desses bancos segue em queda desde 2012, e entre junho de 2015 e junho de 2016, o total de empregados nas cinco instituições passou de 439.422 para 425.216, com extinção de 13.606 postos de trabalho.

O Itaú Unibanco, que vem diminuindo seu quadro de funcionários desde março de 2011, eliminou 2.815 postos de trabalho no período.

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Autor: Cinthia Alves

Fonte: FETEC-CUT-PR

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