O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, convidou o chanceler brasileiro Mauro Vieira para integrar o encontro entre as equipes dos governos dos presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ocorrer em Washington. Na ocasião, serão tratados temas econômicos comuns aos países.
O convite foi feito durante uma conversa telefônica entre os dois chanceleres, na segunda-feira (6), em continuidade ao telefonema realizado entre Lula e Trump naquele dia. O diálogo entre Vieira e Rubio foi considerado “muito positivo” e sinaliza uma nova fase nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, marcadas nos últimos meses por tensões políticas e comerciais.
“Na ocasião, após diálogo muito positivo sobre a agenda bilateral, acordaram que equipes de ambos os governos manterão reunião proximamente em Washington, em data a ser definida, para dar seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países”, informou o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Itamaraty, por meio de nota.
O convite de Rubio a Vieira tem como objetivo preparar o terreno para a reunião entre Lula e Trump, considerada por observadores diplomáticos um passo decisivo para reconstruir pontes entre as duas maiores economias das Américas. O secretário norte-americano também expressou desejo de participar pessoalmente do encontro, sinalizando disposição do novo governo republicano em reabrir canais de diálogo com o Brasil.
“O Secretário de Estado convidou o Ministro Mauro Vieira para que integre a delegação, de modo a permitir uma reunião presencial entre ambos, para tratar dos temas prioritários da relação entre o Brasil e os Estados Unidos”, diz o comunicado.
Reaproximação pragmática
A conversa ocorre em meio a um clima de distensão diplomática após meses de atrito entre os governos. A ligação entre Lula e Trump, na segunda-feira (6), foi o primeiro contato direto entre os líderes desde a volta do republicano à Casa Branca.
Embora o diálogo tenha ocorrido em tom cordial, há interesse mútuo em redefinir as bases da relação bilateral, especialmente em temas como comércio, meio ambiente e energia.
O gesto de Rubio, um senador de perfil conservador e próximo ao mercado financeiro, é visto em Brasília como um aceno político e econômico.
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Texto: Letícia Cotta
Fonte: Revista Fórum