Quando os segmentos mais ricos da sociedade, representados pelos deputados de direita e extrema-direita, pretende tirar diretos dos trabalhadores, a cantilena é sempre a mesma: a de modernização do Estado. Igualmente agora, na tramitação da reforma administrativa no Congresso, eles tratam essa “deforma’ como a modernização do estado brasileiro.
“A extrema-direita usou essa narrativa para tentar convencer a população quando houve as reformas trabalhista, previdenciária e a questão das terceirizações sem limite. Então, eu indago: modernizar é colocar milhões de trabalhadores de aplicativos sem qualquer tipo de proteção? A quem interessa seguir com esta cantilena?”, questiona o presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR), Deonisio Schmidt.
Com o objetivo de, supostamente, modernizar o Estado e atacar privilégios, esta PEC, esconde um fato muito perturbador: a de que a oposição quer privatizar os serviços públicos do Brasil, reduzindo significativamente a autonomia dos Estados e municípios, além de acabar com a carreira e estabilidade do servidor público.
Chama atenção também o fato de que neste “combate aos privilégios” a parcela de trabalhadores que recebem grandes salários são apenas 0,06% de todo o funcionalismo, notadamente na magistratura e entre os militares, e estes não serão atingido pela medida, muito pelo contrário, serão protegidos por esta PEC. A grande parte do funcionalismo público recebe entre R$ 2,5 mil a R$ 5 mil e são estes que serão atingidos negativamente pela reforma, ou seja, a reforma protege os privilegiados e prejudica a maioria.
A destruição do servidor e do serviço público vai transformar o papel do Estado indutor da justiça e equilíbrio social para um modelo em que o Estado vira apenas um agente do grande capital.
Esta “deforma” administrativa tem raízes no governo Temer, na chamada “Ponte para o Futuro”, cujo discurso é o de deslocar para um Estado na lógica empresarial de mercado, em que destaca o ganho financeiro em detrimento do assistencial. Por exemplo, uma Unidade Básica de Saúde com meta de consultas por hora pode elevar o número de atendimentos, mas reduzir o tempo de escuta e acompanhamento do profissional.
Para intensificarmos a resistência contra esta reforma, as entidades chamam para o Dia Nacional em Defesa do Serviço Público e de um Estado com Justiça Social, para a data de 29 de outubro. Importante fazer pressão nas redes sociais, manifestar nossas opiniões e dialogarmos com os deputados de nosso Estado apontando os malefícios desta reforma administrativa, que é um retrocesso do sistema de políticas públicas e direitos sociais.
Imagem: SP Bancários
Texto: Flávio Augusto Laginski
Fonte: Fetec/PR