Notícia preocupante foi divulgada ontem na Folha de São Paulo. A diretoria do ABN Amro Real anunciou o corte de 2.400 empregos em todo o mundo, sendo 500 no Brasil. A alegação é reestruturação e redução de custos.
No entanto, a sociedade brasileira sabe que as empresas financeiras nunca lucraram tanto quanto nos últimos anos e não há necessidade de reduzir gastos diante de números tão expressivos, ainda mais com demissão.
Para se ter idéia da lucratividade, o ABN Amro lucrou, no primeiro trimestre deste ano, 1 bilhão de euros, ou seja, cerca de R$ 3 bilhões, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2005.
O resultado demonstra a saúde financeira do banco e prova que a alegação de cortar custos é apenas uma desculpa para insuflar ainda mais os ganhos. Além disso, a decisão mostra a irresponsabilidade do setor financeiro com a economia e os trabalhadores. A empresa afirmou que ainda vai discutir com os sindicatos.
MUNDO
A previsão da diretoria é cortar 620 empregos nos Estados Unidos, 1.120 na Europa, principalmente Holanda, com 650 cortes, e 160 na Ásia. O banco, porém, irá abrir outros 900 postos de trabalho em países de mão-de-obra mais barata, principalmente na Polônia, Índia e China.
As dispensas ocorrerão na divisão de serviços, que envolve as áreas de tecnologia da informação, operações e serviços corporativos. O banco espera que, até 2008, os custos sejam reduzidos em cerca de 900 milhões de euros (R$ 2,37 bilhões) por ano.
Negociação hoje
Está prevista para hoje, entre a Comissão de Empregados e a diretoria do ABN Amro Real, a discussão sobre a isenção de tarifas para os funcionários. O banco ficou de se posicionar sobre o assunto. Os bancários esperam que, desta vez, o impasse chegue ao fim.
No encontro, também serão tratados temas como avanços nas discussões de emprego, ou seja, marcação de ponto dos gerentes, redução da rotatividade, da hora-extra e do trabalho aos fins de semana, através da criação de novos postos de trabalho e contratações de mais funcionários.
Deixe um comentário