fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 14:16 Sem categoria

“É nas crises que o povo mais precisa da Seguridade”, aponta Fórum Mundial

A defesa da seguridade social que está sob ataque nesse governo interino, foi o principal tema defendido pelo médico epidemiologista e representante do Fórum Social Mundial de Saúde, Armando De Negri.  Ele foi um dos palestrantes da Reunião do Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora da CUT, evento realizado nos dias 12 e 13 de julho, em São Paulo. Para ele, muitas pessoas acham-se tranquilas pois tem um bom plano de saúde e este é seu conceito de seguridade. “Eles não enxergam o SUS como um Bem Público, como um sistema universal e gratuito de saúde. É nas crises que o povo mais precisa da Seguridade Social”. O sucateamento do SUS, reforma da previdência e o fortalecimento da seguridade social foram os principais temas debatidos.

A “Reunião do Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora da CUT” é parte da série de encontros que as secretarias estão promovendo para planejar a atuação das pastas nas gestões vigentes. O secretário de saúde da FETEC-CUT-PR, Ademir Vidolin, esteve presente no encontro e informou que a reunião foi muito importante nivelar o conhecimento dos secretários de saúde das CUTs estaduais e dos ramos (categorias profissionais). “Para que então possamos conscientizar os trabalhadores e a sociedade dos ataques que a Seguridade Social e a Previdência estão sofrendo. E, em seguida, mobilizá-los para lutar pela defesa destes direitos”, disse.

Seguridade Social – Para De Negri, no Brasil, está se tentando repetir o mesmo processo implantado recentemente na Europa: a desproteção do salário com as terceirizações, busca pelo aumento da produtividade e redução dos salários com o argumento da busca da competitividade. “Precisamos lutar para manter o poder de compra do salário mínimo e aumentar a formalização do trabalho, isto é, aumentar o número de trabalhadores com carteira assinada”, apontou.

De acordo com a análise do representante do Fórum Social Mundial de Saúde, com os avanços econômicos do governo do PT, surgiram novas classes sociais, ou novas classes médias, que foram incluídas pelo consumo e que foram classificadas pelo comércio de famílias com renda entre R$ 1 mil e R$ 5 mil mensais. Essa “nova classe consumidora”, na verdade, é uma classe de sub-proletariado, na qual estes indivíduos relatam que sua ascensão se deu exclusivamente pelo seu mérito, ou seja, pelas suas capacidades individuais, considerando o empreendedorismo e o individualismo. E não consideram todas as políticas de estado que foram implementadas para proporcionar este crescimento e avanço social. “Podemos imaginar a seguinte situação: peguemos alguns destes indivíduos com as características citadas acima e desafiemos que obtivessem o mesmo sucesso no Haiti …”.

A tributação é um elemento fundamental na distribuição da riqueza, ela deve ser progressiva e redistributiva e um exemplo da aplicação deste conceito foi a criação da CPMF, segundo a explanação de De Negri. “No Brasil, a tributação progressiva ainda é um tabu, e os impostos que não são justos somam 35% do PIB. Podemos observar uma contradição da sociedade, que é contra toda forma de impostos, mas em contrapartida quer melhorias e mais investimento em saúde, educação etc…”, observou.

“O trabalho está em todo lugar, é só olhar em volta, o problema é que entre a classe dos trabalhadores não existe uma identidade maior, para que possamos nos relacionar, respeitar-nos e, juntos, lutar pelos direitos de todos. Ninguém é colaborador, somos todos trabalhadores. A nossa principal tarefa é a Educação Política, pois, a maior parte da sociedade está assistindo a atual disputa política de camarote sem ter o acúmulo necessário para intervir”, finalizou.

Autor: Ademir Vidolin

Edição: Cinthia Alves

Fonte: FETEC-CUT-PR

 

Close