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Procuradores de Curitiba receberam investigação sigilosa contra Lula, diz Intercept

Foto: Pedro de Oliveira/Alep

A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba recebeu uma investigação sigilosa sobre o ex-presidente Lula antes de fazer um pedido formal para o compartilhamento dela. A informação é do site The Intercept, em mais uma matéria da série Vaza Jato.

De acordo com a publicação, semanas antes da condução coercitiva do ex-presidente em 2016, a equipe liderada por Deltan Dallagnol obteve a cópia de uma apuração que, oficialmente, seria compartilhada um mês depois por colegas do Ministério Público Federal no Distrito Federal.

Conversas dos procuradores no Telegram mostram que eles se aproveitaram da falta de normas claras sobre compartilhamento de provas no MP para “dar uma olhadinha” em investigações de colegas.

Ainda segundo a reportagem, o material foi recebido de duas maneiras:  por meio de cópias digitalizadas e pelos Correios. Os envios, sugerem as mensagens, foram articulados via Telegram antes do ofício que regularizou o acesso.

A matéria esclarece que os documentos, que foram reunidos pelo MPF de Brasília de forma sigilosa, eram um conjunto de correspondências trocadas de 2011 a 2014 entre o governo brasileiro e autoridades de Angola, Cuba, Panamá, República Dominicana e Venezuela, e faziam parte de uma investigação aberta para apurar se Lula havia favorecido a Odebrecht em obras financiadas pelo BNDES.

6 de fevereiro de 2016 – Chat 3plex

Roberson Pozzobon – 14:34:50 – Precisamos acessar esse relatório da Cpi, por incrível que pareça pode vir a contribuir

Pozzobon – 14:34:54 – https://g1.globo.com/politica/noticia/2016/02/relatorios-da-cpi-do-bndes-pedem-indiciamento-de-luciano-coutinho.html

Pozzobon – 14:36:51 – É mais, acho que esse esquema Lula e Coutinho, tb estará diretamente relacionado com o Italiano

Pozzobon – 14:38:45 – Seria excelente se o pessoal de BSB declinasse par anos aquela investigação do lobby do Lula para a CNO. Salvo engano o colega contatou Deltan para isso, vcs se lembram disso?

Júlio Noronha – 14:58:16 – Tb acho uma boa intensificarmos o foco no antecedente mesmo, especialmente BNDES. Desse mato sairá cachorro!!!

Noronha – 14:59:00 – Acho Q o PG disse Q queriam mandar da pr-df para FT! Vamos v com ele na volta

Pozzobon – 15:01:08 – Com certeza valerá a pena. Coutinho tem foro especial será?

Noronha – 15:02:55 – Acho Q não

Athayde Ribeiro Costa – 17:07:00 – Tem nao

Costa – 17:00:08 – É todo nosso… Heheh

Januário Paludo – 17:39:15 – Quanta maldade.

Lava Jato na mira

A força tarefa, para fazer a apuração sigilosa, usou o Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instrumento usado pelo Ministério Público Federal para iniciar investigações preliminares sem precisar de autorização da justiça.
Recentemente, a Lava Jato foi obrigada a entregar o seu banco de dados à Procuradoria-Geral da República (PGR), mas reagiu dizendo que o compartilhamento de PICs é indevido e que deveria ser pontual, feito apenas mediante justificativa cabível e pedido formal.

“O Ministério Público [Federal] em todo o Brasil tem 40 terabytes [de memória de computador], para funcionamento do seu sistema, e a força-tarefa de Curitiba dispõe de 350 terabytes somente para si. E 38 mil pessoas com seus dados lá depositados, ninguém sabe como foram escolhidos, quais os critérios empregados”, afirmou, alegando que a instituição atua como uma caixa de segredos.

“Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com caixas de segredos, uma instituição da República não se pode servir da extorsão, da bisbilhotice, não pode se valer de nenhum propósito não republicano”, completou o procurador-geral.

O compartilhamento das informações foi suspenso por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: Carta Capital

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