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Trabalhadores bancários no Paraná participam de conferência para definir pauta de reivindicações

 
Teve início neste sábado, 26 de junho, a 12ª Conferência Estadual das Bancárias e dos Bancários, organizada pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (FETEC-CUT-PR). O evento irá definir prioridades dos trabalhadores bancários paranaenses para a Campanha Nacional dos Bnacários 2010 e continua neste domingo (27).
 
A saudação inicial da solenidade foi proferida pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região, Wanderley Crivellari, em nome de todas as entidades sindicais do interior do Estado presentes no evento. Crivellari destacou a participação nesta conferência dos Sindicatos de Ponta Grossa e Cianorte, demonstrando a unidade da categoria durante a campanha salarial. Gilberto Lopez Leite, representante do Sindicato de Ponta Grossa e Região, reiterou essa união: “estamos juntos numa luta única porque o benefício é de todos. Na divisão, somente o trabalhador bancário perde”.
 
A presidenta da CUT-PR, Regina Cruz, da categoria dos trabalhadores vigilantes, relatou sua convivência com trabalhadores bancários durante 12 anos, e considera bancários e vigilantes categorias co-irmãs, com as mesmas pautas de reivindicações no aspecto de segurança bancária. “Teremos uma grande luta pela frente com as últimas informações dos bancos na área de segurança, como no Itaú Unibanco, já que os banqueiros querem retirar as portas de segurança, e no Bradesco, que defende a utilização de armas não-letais dentro das agências”.
 
Roberto Von Der Osten, secretário de Finanças da Contraf-CUT e de Formação da FETEC-CUT-PR, destacou a unidade das categorias do ramo financeiro como alternativa, com uma mesa única para denunciar a falta de respeito com os trabalhadores: “quando a política nos divide, os patrões ganham espaço”.

Já, o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias relembrou as conquistas da campanha de 2009, como as mudanças nas regras de PLR, o aumento da licença maternidade e a garantia de contratação de 15 mil novos funcionários em dois bancos públicos, 10 mil no Banco do Brasil e 5 mil na CAIXA.
 
Elias Jordão, presidente da FETEC-CUT-PR, deu boas vindas a todos em nome da diretoria e alavancou a mobilização: “é necessária a unidade da luta dos trabalhadores, pois do outro lado os banqueiros estão unidos para tirar direitos”.
 
Participaram da composição de mesa na abertura oficial do encontro, além dos trabalhadores já citados, os representantes dos Sindicatos de Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Paranavaí, Toledo, Umuarama e Assis Chateaubriand, e respectivas regiões, assim como, o representante do Sindicato de Cianorte e Região, sendo este convidado pela FETEC-CUT-PR.
 
Deputado relembra luta como trabalhador bancário
 
O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) compareceu à Conferência Estadual e contou sobre as mobilizações que participou quando era trabalhador da categoria. “Eu me sinto honrado de poder estar aqui porque acompanhei muito da luta dos bancários”. Veneri relembrou que na data de hoje, 26 de junho, é aniversário da mobilização que ficou conhecida como a “Marcha dos cem mil”, em 1968, quando estudantes e bancários saíram às ruas junto com a população, no Rio de Janeiro, na primeira grande manifestação contra a ditadura, iniciando uma sequência de lutas históricas.
 
DIEESE divulga dados de conjuntura econômica utilizados como suporte às reivindicações
 
O supervisor técnico do DIEESE, Cid Cordeiro, explicou aos presentes que a conjuntura atual do país é de crescimento da economia brasileira. “O Brasil está vivendo um novo ciclo de crescimento econômico”, defende o economista, que justifica essa ascensão devido a dois fatores: consumo interno e investimento. O consumo interno tem maior peso no Produto Interno Bruto (PIB) e refere-se ao consumo das famílias, que foi beneficiado com o aumento do crédito, da renda e com os programas sociais do governo. “O crédito aumentou 20% ao ano e representa 40% do PIB em 2010. Já a renda aumentou exponencialmente devido ao aumento do salário mínimo”, diz, em relação às pessoas de baixa renda.
 
Cid Cordeiro destacou, ainda, que essa conjuntura de crescimento foi feita durante as mobilizações das centrais sindicais: “a receita do crescimento do Brasil nasceu dos nossos encontros, com ideias genuínas, como por exemplo, o crédito consignado e o aumento do salário mínimo”. O DIEESE considera em seus estudos que o Brasil está vivendo seu melhor momento de política econômica das últimas três décadas. “E o aumento real está na agenda da sociedade”.
 
Finalizando a palestra, Cid Cordeiro desenhou o perfil que o trabalhador bancário utilizará nessa Campanha Salarial: são 28,6 mil trabalhadores no Paraná, sendo 17 mil na região de Curitiba. A estimativa de inflação para a data-base em 01 de setembro é de 5,5%, com a rentabilidade dos bancos em 22%, ainda em expansão.
 
Estudo com subsídios da mobilização nacional norteia debates no Paraná
 
Roberto Von Der Osten, secretário de Finanças da Contraf-CUT e de Formação da FETEC-CUT-PR, fez uma explanação sobre a conjuntura política deste ano e fortaleceu os indicativos dos eixos da campanha: remuneração; emprego; saúde do trabalhador e segurança bancária; e sistema financeiro. A Contraf divulgou dados com o perfil dos trabalhadores bancários no país, com informações sobre percentual de remuneração fixa e variável; diferenças salariais por gênero; diferenças salariais ocasionadas pela alta rotatividade de funcionários; desigualdades de tratamento nos setores discriminados da sociedade.
 
Com a palavra aberta aos participantes, a Secretária de Saúde da FETEC-CUT-PR, Dulcelina Aparecida Silveira de Oliveira, bancária em Londrina, demonstrou preocupação com o tema nas negociações, devido a experiência com a participação nas mesas temáticas de saúde do trabalhador com a FENABAN. “As mesas temáticas adiantam a dificuldade que vamos ter na campanha salarial. Demoramos três horas para negociar uma única cláusula. Queremos cláusulas econômicas com qualidade de vida”, defende. O bancário Jair Sambudio, representante da FETEC para igualdade de oportunidades, fez uso da palavra para denunciar a média de tempo de serviço de somente três anos entre os trabalhadores que são parte dos setores mais discriminados da sociedade. Ele defendeu a transversalização no setor, para incluir todas as pessoas numa “solidariedade de classes”.
 
O secretário de Assuntos Sócio-econômicos da FETEC-CUT-PR, Deonísio Venceslau Schmidt, divulgou os dados da consulta aos bancários feita pelos dez sindicados filiados à federação. Numa base de 23 mil bancários paranaenses, 4236 responderam e elegeram suas prioridades:
 
– econômicas: aumento real, PLR maior, plano de cargos e salários;
– sociais: garantia de emprego e valorização do vale-alimentação;
– saúde: combater as metas abusivas e o assédio moral, segurança;
  
De posse das informações dos subsídios da campanha divulgados pela Contraf e dos resultados divulgados da consulta aos bancários, os delegados foram repartidos em quatro grupos para debater os temas e para definições das prioridades dos paranaenses. As discussões se estenderam durante a tarde deste sábado (26) e serão divulgadas em plenária, a ser realizada neste domingo.
 
Por Paula Padilha.

FETEC-CUT-PR.

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