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BOFA NEGOCIA A VENDA DE SEUS FUNDOS PARA O HSBC

O HSBC está negociando a compra da carteira de administração de recursos (“asset management”) do Bank of America. Se confirmada, será a primeira aquisição do banco inglês desde sua entrada no país, em 1997, quando o HSBC adquiriu os ativos bons do Bamerindus. Outros negócios, como o CCF, foram incorporados pelo banco no Brasil devido a aquisições feitas em âmbito mundial.
O negócio pode ser anunciado esta semana, embora detalhes finais ainda estivessem sendo costurados na sexta-feira. Procurados, os dois bancos não quiseram se pronunciar. O presidente do Bank of America (BofA), Ian Dubugras, disse que não estava pessoalmente envolvido na negociação, apesar de admitir que o banco está se desfazendo de alguns ativos no país. O presidente do banco de investimento do HSBC no Brasil, Luís Eduardo Assis, disse que não comentaria o assunto e que falaria com a reportagem nos próximos dias. Um advogado próximo às negociações e uma fonte do BofA confirmaram que a transação estava em estágio avançado.
Segundo o Valor apurou, há uma preocupação muito grande das instituições em evitar que a divulgação da informação possa provocar saques de clientes. Em junho do ano passado, alguns fundos do BofA apresentaram pesadas perdas com a marcação a mercado de títulos públicos. Os cotistas reclamaram que os prejuízos superavam o previsto no prospecto dos fundos e a crise provocou uma onda de saques. De junho a início de março, o clientes resgataram R$ 1,9 bilhão dos fundos do BofA, reduzindo em 65% o patrimônio administrado, de acordo com dados do site Fortuna.
Segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), o patrimônio administrado pelo BofA, em janeiro, era de R$ 2,2 bilhões (incluindo carteiras administradas). Embora bem menor do que há nove meses, a carteira permitirá que o HSBC suba mais um degrau no ranking de administradores de recursos de terceiros. Levando-se em conta os dados de janeiro publicados pela Anbid, o HSBC passará a ocupar o quarto lugar do ranking, ultrapassando o Citibank, com quem vinha disputando a posição nos últimos meses.
No ano passado, o HSBC procurou incrementar a administração de recursos de clientes com maior poder aquisitivo. Segundo relatório anual divulgado na semana passada, em Londres, as taxas geradas pela área de “asset management” cresceram em 48% em 2002, em relação a 2001. O banco também vem se dedicando ao financiamento ao consumo, em linha com a estratégia mundial do HSBC, que adquiriu no ano passado a segunda maior financeira dos EUA, a Household.
Ao contrário do HSBC, que tem anunciado planos de permanecer no Brasil, o Bank of America passa por um forte processo de enxugamento. De um total de 280 funcionários, aproximadamente, o banco já demitiu 60 nos últimos dois meses e a redução ainda vai continuar. O objetivo é remodelar a operação no Brasil, reduzindo o banco a um pequeno escritório de negócios.
A instituição acumula um histórico de transações mal sucedidas no Brasil. Em 2001, ao adquirir 100% do Banco Liberal, descobriu um desfalque de US$ 40 milhões, e troca acusações na Justiça com os ex-sócios brasileiros Aldo Floris, Antonio Carlos Lemgruber e Lauro de Luca. O BofA também herdou operações problemáticas feitas pelo Nations (que comprou o Bank of America nos Estados Unidos), entre elas empréstimos ao Vasco da Gama, Gazeta Mercantil e ao parque Terra Encantada.
Além da venda da carteira de “asset management”, o BofA já passou adiante parte da carteira de empréstimos inadimplentes (o da Gazeta Mercantil foi vendido ao empresário Nelson Tanure, por exemplo) e na sexta-feira, exerceu o direito de vender sua participação na Vale do Rio Doce para a Previ e a Bradespar.
No episódio da marcação a mercado em alguns de seus fundos, o banco é alvo de processo administrativo instaurado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O BofA chegou a fazer proposta de acordo, com ressarcimento de parte das perdas, mas não obteve adesão de 100% dos cotistas. Alguns deles ainda tentam reaver suas perdas na Justiça.
O advogado dos cotistas, Francisco Costa e Silva, diz que a venda do “asset management” do BofA não altera em nada a responsabilidade do banco em relação às perdas. Ele não descarta uma ação para bloquear os recursos gerados pela venda da carteira.
Raquel Balarin, Vanessa Adachi e Vera Saavedra Durão, De São Paulo e do Rio
Fonte: Valor Econômico

Por 12:31 Sem categoria

BOFA NEGOCIA A VENDA DE SEUS FUNDOS PARA O HSBC

O HSBC está negociando a compra da carteira de administração de recursos (“asset management”) do Bank of America. Se confirmada, será a primeira aquisição do banco inglês desde sua entrada no país, em 1997, quando o HSBC adquiriu os ativos bons do Bamerindus. Outros negócios, como o CCF, foram incorporados pelo banco no Brasil devido a aquisições feitas em âmbito mundial.

O negócio pode ser anunciado esta semana, embora detalhes finais ainda estivessem sendo costurados na sexta-feira. Procurados, os dois bancos não quiseram se pronunciar. O presidente do Bank of America (BofA), Ian Dubugras, disse que não estava pessoalmente envolvido na negociação, apesar de admitir que o banco está se desfazendo de alguns ativos no país. O presidente do banco de investimento do HSBC no Brasil, Luís Eduardo Assis, disse que não comentaria o assunto e que falaria com a reportagem nos próximos dias. Um advogado próximo às negociações e uma fonte do BofA confirmaram que a transação estava em estágio avançado.

Segundo o Valor apurou, há uma preocupação muito grande das instituições em evitar que a divulgação da informação possa provocar saques de clientes. Em junho do ano passado, alguns fundos do BofA apresentaram pesadas perdas com a marcação a mercado de títulos públicos. Os cotistas reclamaram que os prejuízos superavam o previsto no prospecto dos fundos e a crise provocou uma onda de saques. De junho a início de março, o clientes resgataram R$ 1,9 bilhão dos fundos do BofA, reduzindo em 65% o patrimônio administrado, de acordo com dados do site Fortuna.

Segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), o patrimônio administrado pelo BofA, em janeiro, era de R$ 2,2 bilhões (incluindo carteiras administradas). Embora bem menor do que há nove meses, a carteira permitirá que o HSBC suba mais um degrau no ranking de administradores de recursos de terceiros. Levando-se em conta os dados de janeiro publicados pela Anbid, o HSBC passará a ocupar o quarto lugar do ranking, ultrapassando o Citibank, com quem vinha disputando a posição nos últimos meses.

No ano passado, o HSBC procurou incrementar a administração de recursos de clientes com maior poder aquisitivo. Segundo relatório anual divulgado na semana passada, em Londres, as taxas geradas pela área de “asset management” cresceram em 48% em 2002, em relação a 2001. O banco também vem se dedicando ao financiamento ao consumo, em linha com a estratégia mundial do HSBC, que adquiriu no ano passado a segunda maior financeira dos EUA, a Household.

Ao contrário do HSBC, que tem anunciado planos de permanecer no Brasil, o Bank of America passa por um forte processo de enxugamento. De um total de 280 funcionários, aproximadamente, o banco já demitiu 60 nos últimos dois meses e a redução ainda vai continuar. O objetivo é remodelar a operação no Brasil, reduzindo o banco a um pequeno escritório de negócios.

A instituição acumula um histórico de transações mal sucedidas no Brasil. Em 2001, ao adquirir 100% do Banco Liberal, descobriu um desfalque de US$ 40 milhões, e troca acusações na Justiça com os ex-sócios brasileiros Aldo Floris, Antonio Carlos Lemgruber e Lauro de Luca. O BofA também herdou operações problemáticas feitas pelo Nations (que comprou o Bank of America nos Estados Unidos), entre elas empréstimos ao Vasco da Gama, Gazeta Mercantil e ao parque Terra Encantada.

Além da venda da carteira de “asset management”, o BofA já passou adiante parte da carteira de empréstimos inadimplentes (o da Gazeta Mercantil foi vendido ao empresário Nelson Tanure, por exemplo) e na sexta-feira, exerceu o direito de vender sua participação na Vale do Rio Doce para a Previ e a Bradespar.

No episódio da marcação a mercado em alguns de seus fundos, o banco é alvo de processo administrativo instaurado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O BofA chegou a fazer proposta de acordo, com ressarcimento de parte das perdas, mas não obteve adesão de 100% dos cotistas. Alguns deles ainda tentam reaver suas perdas na Justiça.

O advogado dos cotistas, Francisco Costa e Silva, diz que a venda do “asset management” do BofA não altera em nada a responsabilidade do banco em relação às perdas. Ele não descarta uma ação para bloquear os recursos gerados pela venda da carteira.

Raquel Balarin, Vanessa Adachi e Vera Saavedra Durão, De São Paulo e do Rio
Fonte: Valor Econômico

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