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4º ENCONTRO INTERNACIONAL DA MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES

4º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
Nova Delhi, na Índia, recebeu as representações de 36 países, além do Enlace Continental de Mulheres Indígenas, para a realização do 4º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, ocorrido de 18 a 22 de março.
Também estiveram presentes representantes da Rede de Mulheres Curdas, do Focus on the Global South e da Rede Mundial de Direitos Reprodutivos. O Encontro foi organizado pela Nawo e Aidwa, as duas coordenações nacionais da Marcha Mundial na Índia. Infelizmente, pelo menos quinze países não puderam estar presentes por problemas financeiros ou por falta de autorização para entrar na Índia.
Cinco dias na Jamia Hamdard University Campus proporcionaram às mulheres da Marcha grande troca de experiência e convivência cotidiana. Durante o Encontro foram identificados três temas que organizam as várias ações que as coordenações nacionais da MMM vêm realizando. São eles: os chamados acordos de livre comércio e a dívida externa; guerra, conflitos armados, militarização e a violência contra a mulher; tráfico sexual, prostituição e mercantilização do corpo das mulheres.
A Marcha da maioria dos países das Américas está envolvida na Campanha Continental contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Na África, em vários países a MMM está atuando sobre o Nepad (Nova Parceria pelo Desenvolvimento Africano), que é um acordo entre nações africanas e os países do Grupo dos Oito (G-8) com base na abertura comercial e outras regras da política neoliberal. Elas têm trabalhado o Nepad em conjunto com a questão da dívida externa.
Quanto à militarização, todas as coordenações presentes estão envolvidas nas mobilizações contra a intervenção militar americana no Iraque. Além disso, os conflitos armados são tema de intervenção de várias coordenações. A MMM na região dos Grandes Lagos africanos (Rwanda, Burundi) e na Sérvia atuam fortalecendo a participação das mulheres nas negociações de paz. A presença de bases militares estrangeiras é objeto da ação da Marcha nas Filipinas, Bangladesh, Coréia do Norte, Colômbia e Brasil.
Os temas do tráfico sexual e da prostituição surgiram com muita força neste Encontro pois são a manifestação extrema da realidade das mulheres que combina pobreza e violência sexista no contexto da globalização neoliberal. Vários países da Ásia presentes trabalham sobre esta questão e integram a CATW (Coalizão contra o Tráfico de Mulheres). Na Europa, o tema da prostituição vinha sendo debatido a partir da realidade das mulheres do Leste, mas agora ganhou um novo fôlego com a marcha em Paris das jovens moradoras dos bairros de periferia convocada com o lema “Nem putas, nem submissas”.
Estes temas são referência para ações próprias que a Marcha organizará em nível regional e internacional e para os debates que pautamos com nossos aliados na Rede de Movimentos Sociais e no Fórum Social Mundial.
Não à guerra!
Assim como em todo o mundo, as mulheres da Marcha ficaram atentas e indignadas com o início do ataque ao Iraque. Após o primeiro bombardeio, em frente ao Centro de Informação dos Estados Unidos – já que a polícia havia fechado o acesso à embaixada norte-americana – as mulheres da Marcha realizaram a primeira manifestação contra a guerra depois do início do ataque. Veja a íntegra do manifesto da Marcha contra a guerra a seguir.
Ações para 2005
Durante o ano de 2004 será construída a Carta das Mulheres, documento que expressará a visão feminista que a Marcha apresenta para a humanidade. A proposta é de que em 2005 esta Carta seja discutida em todos os países em atividades que acontecerão em cadeia, cobrindo todas as regiões do mundo. A esta proposta chamamos de marcha de relevo, como nas Olimpíadas em que uma corredora leva a tocha até uma outra e assim simultaneamente cobrindo extensas distâncias. Nossa tocha, além da Carta, serão retalhos que irão sendo costurados para que ao final tenhamos uma imensa colcha que represente simbolicamente os valores e as propostas desta Carta.
A forma como terminará esta marcha de relevo ainda não foi definida. A proposta mais aceita é de termina-la em um país onde se combine situações de pobreza, ataque aos direitos das mulheres e mulheres organizadas resistindo e construindo alternativas.
Funcionamento e organização da Marcha
O Encontro aprovou as regras de nosso funcionamento coletivo e criou uma nova instância de coordenação internacional, o Comitê Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. O Comitê é composto por duas mulheres de cada continente, uma do mundo árabe, uma do Enlace Continental de Mulheres Indígenas, além da Secretaria Internacional, que está a cargo das mulheres do Quebec. Fazem parte do Comitê representantes do Brasil e Peru (Américas); Itália e Holanda (Europa); Burkina Faso e Sudão (África); Jordânia (Mundo Árabe); Filipinas e Índia (Ásia).
A secretaria internacional da MMM continua no Québec pelo menos até 2005. Nossa expectativa é que consigamos no próximo período partilhar mais as tarefas de coordenação com divisão por regiões, coletivos e grupos de trabalho por temas e áreas de atuação.
A Marcha Mundial das Mulheres nas Américas
Participaram do Encontro mulheres de seis países do continente americano. Temos um grande trabalho a fazer no sentido de estreitar comunicações com coordenações existentes e favorecer a criação ou a recomposição em outros países.
Nossa proposta é realizar uma reunião das mulheres da Marcha Mundial nas Américas dias antes do Encontro Hemisférico contra a Alca, que ocorrerá em Cuba, em março de 2004.
Fórum Social Mundial
No próximo ano o Fórum Social Mundial será realizado na Índia. As duas coordenações da Marcha na Índia já estão atuando na organização e discussão do processo Fórum. A coordenação européia está bastante envolvida na organização do Fórum Social Europeu, que acontece em novembro, na França. Elas coordenam junto com outras redes feministas do continente um Fórum de Mulheres prévio ao FSE.
Nossa participação no processo FSM se organiza a partir de quatro eixos: presença feminista e de mulheres no conjunto das discussões do FSM; momentos de debate próprios da Marcha Mundial das Mulheres e parceiras; fortalecimento da presença das garotas no Acampamento das Juventude; presença organizada e visível nas manifestações públicas.
Para coordenar nossas ações e circular informações entre as ativistas da Marcha mais envolvidas com o Fórum e a Rede de Movimentos Sociais criamos o Coletivo Alianças e Movimento Anti-Globalização. Participam do Coletivo mulheres de 19 países de todos os continentes.

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4º ENCONTRO INTERNACIONAL DA MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES

4º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
Nova Delhi, na Índia, recebeu as representações de 36 países, além do Enlace Continental de Mulheres Indígenas, para a realização do 4º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, ocorrido de 18 a 22 de março.

Também estiveram presentes representantes da Rede de Mulheres Curdas, do Focus on the Global South e da Rede Mundial de Direitos Reprodutivos. O Encontro foi organizado pela Nawo e Aidwa, as duas coordenações nacionais da Marcha Mundial na Índia. Infelizmente, pelo menos quinze países não puderam estar presentes por problemas financeiros ou por falta de autorização para entrar na Índia.

Cinco dias na Jamia Hamdard University Campus proporcionaram às mulheres da Marcha grande troca de experiência e convivência cotidiana. Durante o Encontro foram identificados três temas que organizam as várias ações que as coordenações nacionais da MMM vêm realizando. São eles: os chamados acordos de livre comércio e a dívida externa; guerra, conflitos armados, militarização e a violência contra a mulher; tráfico sexual, prostituição e mercantilização do corpo das mulheres.

A Marcha da maioria dos países das Américas está envolvida na Campanha Continental contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Na África, em vários países a MMM está atuando sobre o Nepad (Nova Parceria pelo Desenvolvimento Africano), que é um acordo entre nações africanas e os países do Grupo dos Oito (G-8) com base na abertura comercial e outras regras da política neoliberal. Elas têm trabalhado o Nepad em conjunto com a questão da dívida externa.

Quanto à militarização, todas as coordenações presentes estão envolvidas nas mobilizações contra a intervenção militar americana no Iraque. Além disso, os conflitos armados são tema de intervenção de várias coordenações. A MMM na região dos Grandes Lagos africanos (Rwanda, Burundi) e na Sérvia atuam fortalecendo a participação das mulheres nas negociações de paz. A presença de bases militares estrangeiras é objeto da ação da Marcha nas Filipinas, Bangladesh, Coréia do Norte, Colômbia e Brasil.

Os temas do tráfico sexual e da prostituição surgiram com muita força neste Encontro pois são a manifestação extrema da realidade das mulheres que combina pobreza e violência sexista no contexto da globalização neoliberal. Vários países da Ásia presentes trabalham sobre esta questão e integram a CATW (Coalizão contra o Tráfico de Mulheres). Na Europa, o tema da prostituição vinha sendo debatido a partir da realidade das mulheres do Leste, mas agora ganhou um novo fôlego com a marcha em Paris das jovens moradoras dos bairros de periferia convocada com o lema “Nem putas, nem submissas”.

Estes temas são referência para ações próprias que a Marcha organizará em nível regional e internacional e para os debates que pautamos com nossos aliados na Rede de Movimentos Sociais e no Fórum Social Mundial.

Não à guerra!
Assim como em todo o mundo, as mulheres da Marcha ficaram atentas e indignadas com o início do ataque ao Iraque. Após o primeiro bombardeio, em frente ao Centro de Informação dos Estados Unidos – já que a polícia havia fechado o acesso à embaixada norte-americana – as mulheres da Marcha realizaram a primeira manifestação contra a guerra depois do início do ataque. Veja a íntegra do manifesto da Marcha contra a guerra a seguir.

Ações para 2005
Durante o ano de 2004 será construída a Carta das Mulheres, documento que expressará a visão feminista que a Marcha apresenta para a humanidade. A proposta é de que em 2005 esta Carta seja discutida em todos os países em atividades que acontecerão em cadeia, cobrindo todas as regiões do mundo. A esta proposta chamamos de marcha de relevo, como nas Olimpíadas em que uma corredora leva a tocha até uma outra e assim simultaneamente cobrindo extensas distâncias. Nossa tocha, além da Carta, serão retalhos que irão sendo costurados para que ao final tenhamos uma imensa colcha que represente simbolicamente os valores e as propostas desta Carta.

A forma como terminará esta marcha de relevo ainda não foi definida. A proposta mais aceita é de termina-la em um país onde se combine situações de pobreza, ataque aos direitos das mulheres e mulheres organizadas resistindo e construindo alternativas.

Funcionamento e organização da Marcha
O Encontro aprovou as regras de nosso funcionamento coletivo e criou uma nova instância de coordenação internacional, o Comitê Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. O Comitê é composto por duas mulheres de cada continente, uma do mundo árabe, uma do Enlace Continental de Mulheres Indígenas, além da Secretaria Internacional, que está a cargo das mulheres do Quebec. Fazem parte do Comitê representantes do Brasil e Peru (Américas); Itália e Holanda (Europa); Burkina Faso e Sudão (África); Jordânia (Mundo Árabe); Filipinas e Índia (Ásia).

A secretaria internacional da MMM continua no Québec pelo menos até 2005. Nossa expectativa é que consigamos no próximo período partilhar mais as tarefas de coordenação com divisão por regiões, coletivos e grupos de trabalho por temas e áreas de atuação.

A Marcha Mundial das Mulheres nas Américas
Participaram do Encontro mulheres de seis países do continente americano. Temos um grande trabalho a fazer no sentido de estreitar comunicações com coordenações existentes e favorecer a criação ou a recomposição em outros países.

Nossa proposta é realizar uma reunião das mulheres da Marcha Mundial nas Américas dias antes do Encontro Hemisférico contra a Alca, que ocorrerá em Cuba, em março de 2004.

Fórum Social Mundial
No próximo ano o Fórum Social Mundial será realizado na Índia. As duas coordenações da Marcha na Índia já estão atuando na organização e discussão do processo Fórum. A coordenação européia está bastante envolvida na organização do Fórum Social Europeu, que acontece em novembro, na França. Elas coordenam junto com outras redes feministas do continente um Fórum de Mulheres prévio ao FSE.

Nossa participação no processo FSM se organiza a partir de quatro eixos: presença feminista e de mulheres no conjunto das discussões do FSM; momentos de debate próprios da Marcha Mundial das Mulheres e parceiras; fortalecimento da presença das garotas no Acampamento das Juventude; presença organizada e visível nas manifestações públicas.

Para coordenar nossas ações e circular informações entre as ativistas da Marcha mais envolvidas com o Fórum e a Rede de Movimentos Sociais criamos o Coletivo Alianças e Movimento Anti-Globalização. Participam do Coletivo mulheres de 19 países de todos os continentes.

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