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Por 10:08 Notícias

LULA NÃO VÊ NECESSIDADE DE ACORDO COM FMI

26/09/2003 – 07h23
CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo, de Nova York
O Brasil está numa situação econômica tão estável atualmente que não precisa fazer um novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
A declaração foi feita ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante palestra no Council of Foreign Affairs, em Nova York.
“Passei boa parte da minha vida política gritando “Fora, FMI” e agora o Brasil está numa situação confortável. Hoje, não é necessário fazer um novo acordo com o Fundo. Não precisamos mais negociar com uma espada na cabeça”, disse o presidente Lula.
Na platéia, estavam personalidades do mundo das finanças e empresários internacionais de renome como os megainvestidores George Soros e David Rockfeller, além do ex-diretor-geral-adjunto do FMI Stanley Fisher.
Ao fazer uma análise de seus nove meses de governo, Lula fez questão de enfatizar que o Brasil hoje é um porto seguro para investimentos e que os principais nós da economia brasileira -a inflação e a vulnerabilidade externa- já foram desatados.
“O risco-país está em menos de 700 pontos. Deveria estar zero, pois não há mais risco de investir no Brasil. Teremos neste ano um superávit comercial de US$ 20 bilhões”, afirmou o presidente.
Aposta no fracasso
Na sequência, Lula deu um recado mais direto para eventuais especuladores presentes no evento: “Quem apostar no fracasso do Brasil vai perder”.
Depois, num tom mais conciliador, Lula pediu a ajuda de Deus, dos amigos e dos investidores para ajudar o Brasil a crescer.
“Espero que os investidores internacionais possam dar uma sólida contribuição para a retomada dos investimentos produtivos no país”, afirmou o presidente.
O avanço das reformas previdenciária e tributária foi citado como um exemplo de que o seu governo caminha na direção certa: “Assumimos o governo com o compromisso de dar entrada nessas reformas no primeiro semestre. Antes de novembro, teremos as reformas aprovadas”.
Lula lançou mão de suas já tradicionais metáforas para mostrar que a economia brasileira segue à risca a cartilha da disciplina fiscal.
“Já teve uma época em que eu tinha um filho, depois outro, mas o dinheiro continuava o mesmo. Governo o Brasil como cuido da minha casa.
Quando o dinheiro está curto, corto os supérfluos e só compro bens novos quando sei que vou ter como pagar”, disse.
A comparação entre as dificuldades que já enfrentou para administrar o orçamento doméstico com as dificuldades de administrar o Orçamento da União provocou risos na platéia.
O andamento da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a repercussão sobre a rodada da OMC (Organização Mundial do Comércio), em Cancún, também foram temas que fizeram parte da palestra do presidente brasileiro.
A exemplo do que já havia defendido em encontro com sindicalistas americanos, Lula disse ser a favor da união do G22 (grupo de países em desenvolvimento) como a melhor estratégia de articulação contra o “apartheid comercial dos países protecionistas”.
“O objetivo não é o confronto, mas o fortalecimento da OMC. Não queremos ser tratados como cidadãos de segunda classe”, disse o presidente na palestra.
A defesa da aliança entre os países mais pobres, entretanto, não impediu que Lula também fizesse autocríticas e críticas aos parceiros brasileiros da América Latina.
“Na América do Sul, no Brasil, não podemos culpar os países ricos pelos
nossos problemas. Esses problemas são culpa da nossa elite e de governantes que não fizeram o que tinha de ser feito há 50 anos”, afirmou o presidente.
Sobre a Alca, Lula declarou que, sem avanços nas negociações agrícolas, o andamento do bloco econômico pode desacelerar.

Por 10:08 Sem categoria

LULA NÃO VÊ NECESSIDADE DE ACORDO COM FMI

26/09/2003 – 07h23
CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo, de Nova York

O Brasil está numa situação econômica tão estável atualmente que não precisa fazer um novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

A declaração foi feita ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante palestra no Council of Foreign Affairs, em Nova York.

“Passei boa parte da minha vida política gritando “Fora, FMI” e agora o Brasil está numa situação confortável. Hoje, não é necessário fazer um novo acordo com o Fundo. Não precisamos mais negociar com uma espada na cabeça”, disse o presidente Lula.

Na platéia, estavam personalidades do mundo das finanças e empresários internacionais de renome como os megainvestidores George Soros e David Rockfeller, além do ex-diretor-geral-adjunto do FMI Stanley Fisher.

Ao fazer uma análise de seus nove meses de governo, Lula fez questão de enfatizar que o Brasil hoje é um porto seguro para investimentos e que os principais nós da economia brasileira -a inflação e a vulnerabilidade externa- já foram desatados.

“O risco-país está em menos de 700 pontos. Deveria estar zero, pois não há mais risco de investir no Brasil. Teremos neste ano um superávit comercial de US$ 20 bilhões”, afirmou o presidente.

Aposta no fracasso

Na sequência, Lula deu um recado mais direto para eventuais especuladores presentes no evento: “Quem apostar no fracasso do Brasil vai perder”.

Depois, num tom mais conciliador, Lula pediu a ajuda de Deus, dos amigos e dos investidores para ajudar o Brasil a crescer.

“Espero que os investidores internacionais possam dar uma sólida contribuição para a retomada dos investimentos produtivos no país”, afirmou o presidente.

O avanço das reformas previdenciária e tributária foi citado como um exemplo de que o seu governo caminha na direção certa: “Assumimos o governo com o compromisso de dar entrada nessas reformas no primeiro semestre. Antes de novembro, teremos as reformas aprovadas”.

Lula lançou mão de suas já tradicionais metáforas para mostrar que a economia brasileira segue à risca a cartilha da disciplina fiscal.

“Já teve uma época em que eu tinha um filho, depois outro, mas o dinheiro continuava o mesmo. Governo o Brasil como cuido da minha casa.

Quando o dinheiro está curto, corto os supérfluos e só compro bens novos quando sei que vou ter como pagar”, disse.

A comparação entre as dificuldades que já enfrentou para administrar o orçamento doméstico com as dificuldades de administrar o Orçamento da União provocou risos na platéia.

O andamento da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a repercussão sobre a rodada da OMC (Organização Mundial do Comércio), em Cancún, também foram temas que fizeram parte da palestra do presidente brasileiro.

A exemplo do que já havia defendido em encontro com sindicalistas americanos, Lula disse ser a favor da união do G22 (grupo de países em desenvolvimento) como a melhor estratégia de articulação contra o “apartheid comercial dos países protecionistas”.

“O objetivo não é o confronto, mas o fortalecimento da OMC. Não queremos ser tratados como cidadãos de segunda classe”, disse o presidente na palestra.

A defesa da aliança entre os países mais pobres, entretanto, não impediu que Lula também fizesse autocríticas e críticas aos parceiros brasileiros da América Latina.

“Na América do Sul, no Brasil, não podemos culpar os países ricos pelos
nossos problemas. Esses problemas são culpa da nossa elite e de governantes que não fizeram o que tinha de ser feito há 50 anos”, afirmou o presidente.

Sobre a Alca, Lula declarou que, sem avanços nas negociações agrícolas, o andamento do bloco econômico pode desacelerar.

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