fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 09:28 Sem categoria

BANCOS AMPLIAM EQUIPE PARA AL

Cristiane Perini Lucchesi, De São Paulo

O forte apetite dos investidores internacionais por bônus de dívida de empresas e governos de países emergentes, em geral, e da América Latina, em particular, está levando bancos internacionais a contratarem mais funcionários e diretores nessa área de atuação. Segundo o Valor apurou, a Goldman Sachs, a Bear, Stearns, o Crédit Suisse First Boston e o Deustche Bank são algumas das instituições financeiras que estão ampliando o número de pessoas para atuar com papéis de renda fixa de países emergentes em Nova York, com foco especial na América Latina e Brasil.

O objetivo é ganhar participação no crescente mercado de coordenador (líder) de emissões de bônus de empresas e governos de países emergentes e principalmente de México e de Brasil. A Telemar, por exemplo, está para lançar bônus de vencimento em dez anos de US$ 200 milhões e a disputa dos bancos internacionais para a liderança da operação – estruturação, distribuição e venda – está acirrada.

“Esse é um momento muito excitante para a América Latina, com muitas oportunidades para os emissores da região. É claro que essa base sofisticada de clientes requer uma cobertura extremamente especializada e experiente”, afirma Marcelo Blanco, responsável pela área de mercado de capitais de renda fixa para América Latina do Deutsche Bank, em nota à imprensa. Em agosto, o Deutsche trouxe do Citigroup o especialista Roy A. Ellis, para trabalhar como diretor da área dirigida por Marcelo Blanco em Nova York.

Em julho, o Deustche havia anunciado a contratação de Raúl Martínez-Ostos Jaye como um dos novos diretores da divisão de mercado de capitais latino-americano. Ele foi contratado para trabalhar na Cidade do México na originação de operações de captação externa no setor público e privado do país.

Já o Crédit Suisse First Boston está em busca de um analista para atuar no departamento de bônus de renda fixa da América Latina, para atuação também em Nova York, segundo o mercado.

A Goldman Sachs pretende montar uma equipe de estruturação e distribuição específica para bônus de empresas de países emergentes, contratando de três a cinco pessoas, de acordo com fontes do mercado. O foco principal é o Brasil. Hoje, o banco de investimentos tem equipes para estruturação e distribuição de bônus de governos federais dos países emergentes como o Brasil, mas não para empresas.

Para liderar uma emissão corporativa brasileira, o banco usava até agora a estrutura e as pessoas contratadas para vender os títulos de alto rendimento (“high yield”) americanos. Isso porque os títulos considerados de alta qualidade de crédito (“high grade”) americanos têm um tipo de investidor bem diferente, mais avesso ao risco do que o que busca os juros mais elevados pagos pelos bônus dos países emergentes. O mesmo acontece com a Bear, Stearns.

Diversos bancos de investimento internacionais acabaram com suas equipes específicas para vender bônus de empresas de países emergentes com a redução dos negócios nesse mercado, que aconteceu após a crise da Ásia, em 97. Mas, agora em 2003, com a queda brutal nos juros americanos e europeus, “o total de investidores interessados em comprar bônus de mercados emergentes cresceu demais”, segundo Walter Molano, analista da BCP Securities.

Os investidores estão sendo atraídos por rendimentos até dois pontos percentuais maiores do que os oferecidos por bônus de empresas norte-americanas com classificação de risco de crédito similar, segundo a agência de notícias “Bloomberg”. E as perspectivas são de continuidade do fluxo de recursos para os papéis de emergentes, com a expectativa de crescimento americano maior em 2004 puxando o crescimento das economias em todo o mundo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o crescimento da economia brasileira dobrará no próximo ano, para 3%. Para a Rússia, o FMI prevê expansão de 5% em 2004. A economia em expansão dos países emergentes vai demandar mais investimentos das empresas e, portanto, mais captações externas corporativas, inclusive das empresas exportadoras.

As instituições financeiras consideram ainda que a queda no risco-Brasil apenas começou, podendo chegar a 500 pontos básicos, com relação aos 686 pontos do fechamento de ontem. O espaço para empresas brasileiras captarem mais no exterior tende a crescer, visto que o risco-Brasil é a referência de custo para o lançamento de bônus no exterior. Se o risco Brasil cai, os juros pagos pelas empresas brasileiras para emitir títulos no mercado internacional também caem.

Nesse cenário de ampliação de mercado, além de contratar especialistas, os bancos vêm aceitando uma redução nas comissões cobradas para liderar as emissões de empresas e governos de países emergentes, em um movimento considerado destrutivo por alguns participantes do mercado. Na luta por mais mercado, os bancos têm aceitando comissões de 0,5% a 1% do total emitido, brutas, sob as quais recaem depois todas as despesas. Essas comissões são também divididas com outros bancos parceiros, que ajudam na estruturação, distribuição ou venda da operação de captação externa.

Por 09:28 Notícias

BANCOS AMPLIAM EQUIPE PARA AL

Cristiane Perini Lucchesi, De São Paulo
O forte apetite dos investidores internacionais por bônus de dívida de empresas e governos de países emergentes, em geral, e da América Latina, em particular, está levando bancos internacionais a contratarem mais funcionários e diretores nessa área de atuação. Segundo o Valor apurou, a Goldman Sachs, a Bear, Stearns, o Crédit Suisse First Boston e o Deustche Bank são algumas das instituições financeiras que estão ampliando o número de pessoas para atuar com papéis de renda fixa de países emergentes em Nova York, com foco especial na América Latina e Brasil.
O objetivo é ganhar participação no crescente mercado de coordenador (líder) de emissões de bônus de empresas e governos de países emergentes e principalmente de México e de Brasil. A Telemar, por exemplo, está para lançar bônus de vencimento em dez anos de US$ 200 milhões e a disputa dos bancos internacionais para a liderança da operação – estruturação, distribuição e venda – está acirrada.
“Esse é um momento muito excitante para a América Latina, com muitas oportunidades para os emissores da região. É claro que essa base sofisticada de clientes requer uma cobertura extremamente especializada e experiente”, afirma Marcelo Blanco, responsável pela área de mercado de capitais de renda fixa para América Latina do Deutsche Bank, em nota à imprensa. Em agosto, o Deutsche trouxe do Citigroup o especialista Roy A. Ellis, para trabalhar como diretor da área dirigida por Marcelo Blanco em Nova York.
Em julho, o Deustche havia anunciado a contratação de Raúl Martínez-Ostos Jaye como um dos novos diretores da divisão de mercado de capitais latino-americano. Ele foi contratado para trabalhar na Cidade do México na originação de operações de captação externa no setor público e privado do país.
Já o Crédit Suisse First Boston está em busca de um analista para atuar no departamento de bônus de renda fixa da América Latina, para atuação também em Nova York, segundo o mercado.
A Goldman Sachs pretende montar uma equipe de estruturação e distribuição específica para bônus de empresas de países emergentes, contratando de três a cinco pessoas, de acordo com fontes do mercado. O foco principal é o Brasil. Hoje, o banco de investimentos tem equipes para estruturação e distribuição de bônus de governos federais dos países emergentes como o Brasil, mas não para empresas.
Para liderar uma emissão corporativa brasileira, o banco usava até agora a estrutura e as pessoas contratadas para vender os títulos de alto rendimento (“high yield”) americanos. Isso porque os títulos considerados de alta qualidade de crédito (“high grade”) americanos têm um tipo de investidor bem diferente, mais avesso ao risco do que o que busca os juros mais elevados pagos pelos bônus dos países emergentes. O mesmo acontece com a Bear, Stearns.
Diversos bancos de investimento internacionais acabaram com suas equipes específicas para vender bônus de empresas de países emergentes com a redução dos negócios nesse mercado, que aconteceu após a crise da Ásia, em 97. Mas, agora em 2003, com a queda brutal nos juros americanos e europeus, “o total de investidores interessados em comprar bônus de mercados emergentes cresceu demais”, segundo Walter Molano, analista da BCP Securities.
Os investidores estão sendo atraídos por rendimentos até dois pontos percentuais maiores do que os oferecidos por bônus de empresas norte-americanas com classificação de risco de crédito similar, segundo a agência de notícias “Bloomberg”. E as perspectivas são de continuidade do fluxo de recursos para os papéis de emergentes, com a expectativa de crescimento americano maior em 2004 puxando o crescimento das economias em todo o mundo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o crescimento da economia brasileira dobrará no próximo ano, para 3%. Para a Rússia, o FMI prevê expansão de 5% em 2004. A economia em expansão dos países emergentes vai demandar mais investimentos das empresas e, portanto, mais captações externas corporativas, inclusive das empresas exportadoras.
As instituições financeiras consideram ainda que a queda no risco-Brasil apenas começou, podendo chegar a 500 pontos básicos, com relação aos 686 pontos do fechamento de ontem. O espaço para empresas brasileiras captarem mais no exterior tende a crescer, visto que o risco-Brasil é a referência de custo para o lançamento de bônus no exterior. Se o risco Brasil cai, os juros pagos pelas empresas brasileiras para emitir títulos no mercado internacional também caem.
Nesse cenário de ampliação de mercado, além de contratar especialistas, os bancos vêm aceitando uma redução nas comissões cobradas para liderar as emissões de empresas e governos de países emergentes, em um movimento considerado destrutivo por alguns participantes do mercado. Na luta por mais mercado, os bancos têm aceitando comissões de 0,5% a 1% do total emitido, brutas, sob as quais recaem depois todas as despesas. Essas comissões são também divididas com outros bancos parceiros, que ajudam na estruturação, distribuição ou venda da operação de captação externa.

Close