SHEILA D’AMORIM
BRASÍLIA – Os bancos apostam tudo na volta dos consumidores às compras neste último trimestre. Por isso, preparam-se para disputar o financiamento do consumo de Natal. “Todo mundo acredita que 2004 será um ano de recuperação econômica. Para o ano começar bem, 2003 tem de terminar bem”, argumenta o presidente da Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), Gabriel Jorge Ferreira.
Segundo ele, apesar dos dados divulgados ontem pelo IBGE mostrando nove meses consecutivos de queda nas vendas, conseqüência da redução na renda e do aumento do desemprego, as instituições começam a ver sinais de retomada do crédito e acreditam que essa procura por empréstimos e financiamentos deverá se intensificar.
“O carro-chefe dessa retomada do consumo será o programa de empréstimo em consignação”, afirmou Ferreira, referindo-se ao programa do governo que permite que os empréstimos sejam descontados no contra-cheque dos trabalhadores. A expectativa é que a nova modalidade de crédito deslanche a partir do mês que vem, quando deverá estar concluída a seleção dos bancos pelas centrais sindicais, encarregadas de avalizar os convênios entre bancos e empresas.
Na primeira etapa da seleção, instituições de grandes porte como Itaú e Unibanco não se classificaram. Mas, segundo Ferreira, isso não significa que elas ficarão de fora. “Os bancos podem reapresentar propostas na segunda fase”, afirmou.
Além dos empréstimos em consignação, os bancos privados brigam também para ter acesso aos programas que usam recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Desde o lançamento, da linha de crédito de R$ 200 milhões para compra de eletrodomésticos, uma briga entre bancos públicos e privados acirra os ânimos nos bastidores do governo. As instituições privadas temem perder clientela com o privilégio assegurado pela lei aos bancos federais.
Como o programa de estímulo ao crédito lançado pelo governo usa o dinheiro do Fundo, os bancos privados não podem operar. Para ter acesso ao financiamento de até R$ 900 para compra de fogões, geladeiras, máquina de lavar e televisores, as pessoas devem abrir uma conta no banco que concederá o financiamento, e os bancos privados acreditam que ficam em desvantagem porque as instituições federais vão aumentar a base de clientes e ainda poderão assediar seus clientes.
Ontem, durante lançamento do programa Adolescente Aprendiz, o ministro do Trabalho, Jaques Wagner, disse aos representantes da Febraban que o assunto está sendo estudado. “O problema é que depende de mudança legal.” Segundo ele, a proposta dos bancos de incluir o BNDES como operador dos programas – já que pela instituição todos os bancos teriam acesso aos recursos – poderá encarecer as operações.
“Não vejo razão para discriminação”, afirmou Ferreira. “Seja público ou privado, o mercado tem que estar aberto para todos competidores.”
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Por Mhais• 15 de outubro de 2003• 12:15• Sem categoria
BANCOS DISPUTAM CRÉDITO PARA O NATAL
SHEILA D’AMORIM
BRASÍLIA – Os bancos apostam tudo na volta dos consumidores às compras neste último trimestre. Por isso, preparam-se para disputar o financiamento do consumo de Natal. “Todo mundo acredita que 2004 será um ano de recuperação econômica. Para o ano começar bem, 2003 tem de terminar bem”, argumenta o presidente da Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), Gabriel Jorge Ferreira.
Segundo ele, apesar dos dados divulgados ontem pelo IBGE mostrando nove meses consecutivos de queda nas vendas, conseqüência da redução na renda e do aumento do desemprego, as instituições começam a ver sinais de retomada do crédito e acreditam que essa procura por empréstimos e financiamentos deverá se intensificar.
“O carro-chefe dessa retomada do consumo será o programa de empréstimo em consignação”, afirmou Ferreira, referindo-se ao programa do governo que permite que os empréstimos sejam descontados no contra-cheque dos trabalhadores. A expectativa é que a nova modalidade de crédito deslanche a partir do mês que vem, quando deverá estar concluída a seleção dos bancos pelas centrais sindicais, encarregadas de avalizar os convênios entre bancos e empresas.
Na primeira etapa da seleção, instituições de grandes porte como Itaú e Unibanco não se classificaram. Mas, segundo Ferreira, isso não significa que elas ficarão de fora. “Os bancos podem reapresentar propostas na segunda fase”, afirmou.
Além dos empréstimos em consignação, os bancos privados brigam também para ter acesso aos programas que usam recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Desde o lançamento, da linha de crédito de R$ 200 milhões para compra de eletrodomésticos, uma briga entre bancos públicos e privados acirra os ânimos nos bastidores do governo. As instituições privadas temem perder clientela com o privilégio assegurado pela lei aos bancos federais.
Como o programa de estímulo ao crédito lançado pelo governo usa o dinheiro do Fundo, os bancos privados não podem operar. Para ter acesso ao financiamento de até R$ 900 para compra de fogões, geladeiras, máquina de lavar e televisores, as pessoas devem abrir uma conta no banco que concederá o financiamento, e os bancos privados acreditam que ficam em desvantagem porque as instituições federais vão aumentar a base de clientes e ainda poderão assediar seus clientes.
Ontem, durante lançamento do programa Adolescente Aprendiz, o ministro do Trabalho, Jaques Wagner, disse aos representantes da Febraban que o assunto está sendo estudado. “O problema é que depende de mudança legal.” Segundo ele, a proposta dos bancos de incluir o BNDES como operador dos programas – já que pela instituição todos os bancos teriam acesso aos recursos – poderá encarecer as operações.
“Não vejo razão para discriminação”, afirmou Ferreira. “Seja público ou privado, o mercado tem que estar aberto para todos competidores.”
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