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SÃO PAULO – O reajuste de 18,01% concedido pelas montadoras aos metalúrgicos do ABC paulista (exceto Volkswagen) virou referência para a negociação salarial de grandes empresas e categorias organizadas. Cerca de 3 mil funcionários da Embraer, em São José dos Campos, recusaram nesta quarta-feira a proposta feita pelo Grupo 10 da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que negocia em nome da Embraer, Avibras e outras pequenas empresas do setor. A Embraer é uma das maiores exportadoras do país e emprega 9 mil pessoas.
O Grupo 10 havia oferecido reajuste parcelado em duas vezes: 11% incorporado em novembro e 4,65%, em janeiro, para quem ganha até R$ 2.555 por mês. Quem ganha acima disso teria aumento fixo de R$ 281,05 a partir de novembro e de R$ 131,84 em janeiro. A Embraer anunciou que reajustaria os salários pela inflação integral do período, medida pelo INPC, mas, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, deixou claro que poderia descontar a diferença depois se o Grupo 10 fechasse acordo com reajuste menor.
Segundo o sindicato, os trabalhadores decidiram que o parâmetro desta campanha salarial é o acordo fechado com a General Motors, de reajuste de 18,01%. A General Motors tem fábrica na cidade. Eles querem ainda redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. O Sindicato informou que os trabalhadores estão em estado de greve.