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SANTANDER REFORÇA A APOSTA NO BRASIL

Valor – Vera Brandimarte, De São Paulo

“Esta será uma década importante e nós queremos colaborar com o crescimento que se avista”, disse o presidente mundial do grupo Santander, Emilio Botín

O presidente Lula tem um aliado de peso para partilhar os sonhos de um período de forte crescimento nos próximos três anos de seu mandato. Don Emilio Botín, o presidente mundial do banco espanhol Santander, e maior presença estrangeira entre as instituições financeiras no Brasil desde a compra do Banespa, aposta que o país vai entrar num círculo virtuoso e que 2005 será ainda melhor que 2004. “Esta será uma década importante para o Brasil e nós queremos colaborar para o crescimento que se avista”, afirmou, repetindo o voto de confiança em um período de expansão na América Latina feito há uma semana em Madri, no fórum da Latibex.

A expectativa do banco é que a economia cresça pelo menos 4% e a taxa de juros reais caia de um nível de 8% ao ano em 2004 para cerca da metade quando o Brasil conquistar das agências de risco nota que dê a seus papéis de dívida a classificação de investment grade.

Contar com um ano de crescimento em 2004 não surpreende. Ao contrário, até os mais céticos acham que o país crescerá no mínimo 3% a 4%. Mas nem mesmo as empresas do setor produtivo, que costumam liderar o bloco dos otimistas, arriscam-se a apostar tão firme no que acontecerá depois, dado que o país continua a arrastar desafios na administração das contas públicas e na capacidade de atrair investimentos.

O Santander, que aplicou no Brasil metade dos US$ 17 bilhões que investiu na América Latina, este ano espera lucro líquido recorde de 500 milhões de euros no mundo e, no Brasil, algo acima de US$ 750 milhões. Seu lucro no país até o terceiro trimestre caiu quase à metade, de R$ 2,32 bilhões para R$ 1,3 bilhão, mas ainda é um resultado bom o bastante para tornar qualquer acionista otimista.

A explicação do banco para suas projeções é que o país vai ser ajudado pelo cenário externo de recuperação da economia mundial no próximo triênio. Em 2003, o governo, na visão do banco, fez o dever de casa e preparou as bases para o crescimento futuro, reforçando as regras do jogo democrático e para os investimentos estrangeiros. Tudo isso, mais o aumento das exportações, em especial do setor agrícola, deixa o país próximo da reclassificação de risco de crédito, para investment grade. A expectativa no banco é que isso ocorra em no máximo três anos, como foi com o México, trazendo o risco-país à metade do que está hoje. Este reconhecimento da melhoria da situação brasileira quem está fazendo, diz Botín, é o mercado, que já trouxe o risco-país de 2.443 pontos, em setembro de 2002, no período pré-eleitoral, para os atuais 535 pontos base.

O banco projeta crescimento de 25% nas operações de crédito. O crédito, diz Botín, “vai crescer de forma importante e nós queremos crescer no crédito pessoal, às pequenas, médias e grandes empresas e à agricultura”. Do presidente Lula, os executivos do Santander ouviram o pedido para que o banco participe do financiamento a projetos de infra-estrutura, como saneamento e rodovias.

Embora não descarte aquisições na América Latina, Botín diz que no Brasil o Santander vai crescer de forma orgânica, aproveitando a rede de 2 mil pontos e 6 milhões de clientes. Até 2006, a meta é ampliar o número de clientes em mais 1,5 milhão. Para o banco, o mais ativo até agora na modalidade do crédito com desconto em folha de pagamentos, o grande esforço é divulgar essa linha para os trabalhadores. O presidente do Santander no Brasil, Gabriel Jaramillo, conta que uma pesquisa feita com os primeiros tomadores dessa linha de crédito revelou que a grande maioria tomou os recursos para pagar dívidas com agiota. O esforço do banco é explicar aos trabalhadores que a linha, que pode ser em até 48 meses, custa 5 vezes mais barato que o dinheiro no agiota.

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SANTANDER REFORÇA A APOSTA NO BRASIL

Valor – Vera Brandimarte, De São Paulo
“Esta será uma década importante e nós queremos colaborar com o crescimento que se avista”, disse o presidente mundial do grupo Santander, Emilio Botín
O presidente Lula tem um aliado de peso para partilhar os sonhos de um período de forte crescimento nos próximos três anos de seu mandato. Don Emilio Botín, o presidente mundial do banco espanhol Santander, e maior presença estrangeira entre as instituições financeiras no Brasil desde a compra do Banespa, aposta que o país vai entrar num círculo virtuoso e que 2005 será ainda melhor que 2004. “Esta será uma década importante para o Brasil e nós queremos colaborar para o crescimento que se avista”, afirmou, repetindo o voto de confiança em um período de expansão na América Latina feito há uma semana em Madri, no fórum da Latibex.
A expectativa do banco é que a economia cresça pelo menos 4% e a taxa de juros reais caia de um nível de 8% ao ano em 2004 para cerca da metade quando o Brasil conquistar das agências de risco nota que dê a seus papéis de dívida a classificação de investment grade.
Contar com um ano de crescimento em 2004 não surpreende. Ao contrário, até os mais céticos acham que o país crescerá no mínimo 3% a 4%. Mas nem mesmo as empresas do setor produtivo, que costumam liderar o bloco dos otimistas, arriscam-se a apostar tão firme no que acontecerá depois, dado que o país continua a arrastar desafios na administração das contas públicas e na capacidade de atrair investimentos.
O Santander, que aplicou no Brasil metade dos US$ 17 bilhões que investiu na América Latina, este ano espera lucro líquido recorde de 500 milhões de euros no mundo e, no Brasil, algo acima de US$ 750 milhões. Seu lucro no país até o terceiro trimestre caiu quase à metade, de R$ 2,32 bilhões para R$ 1,3 bilhão, mas ainda é um resultado bom o bastante para tornar qualquer acionista otimista.
A explicação do banco para suas projeções é que o país vai ser ajudado pelo cenário externo de recuperação da economia mundial no próximo triênio. Em 2003, o governo, na visão do banco, fez o dever de casa e preparou as bases para o crescimento futuro, reforçando as regras do jogo democrático e para os investimentos estrangeiros. Tudo isso, mais o aumento das exportações, em especial do setor agrícola, deixa o país próximo da reclassificação de risco de crédito, para investment grade. A expectativa no banco é que isso ocorra em no máximo três anos, como foi com o México, trazendo o risco-país à metade do que está hoje. Este reconhecimento da melhoria da situação brasileira quem está fazendo, diz Botín, é o mercado, que já trouxe o risco-país de 2.443 pontos, em setembro de 2002, no período pré-eleitoral, para os atuais 535 pontos base.
O banco projeta crescimento de 25% nas operações de crédito. O crédito, diz Botín, “vai crescer de forma importante e nós queremos crescer no crédito pessoal, às pequenas, médias e grandes empresas e à agricultura”. Do presidente Lula, os executivos do Santander ouviram o pedido para que o banco participe do financiamento a projetos de infra-estrutura, como saneamento e rodovias.
Embora não descarte aquisições na América Latina, Botín diz que no Brasil o Santander vai crescer de forma orgânica, aproveitando a rede de 2 mil pontos e 6 milhões de clientes. Até 2006, a meta é ampliar o número de clientes em mais 1,5 milhão. Para o banco, o mais ativo até agora na modalidade do crédito com desconto em folha de pagamentos, o grande esforço é divulgar essa linha para os trabalhadores. O presidente do Santander no Brasil, Gabriel Jaramillo, conta que uma pesquisa feita com os primeiros tomadores dessa linha de crédito revelou que a grande maioria tomou os recursos para pagar dívidas com agiota. O esforço do banco é explicar aos trabalhadores que a linha, que pode ser em até 48 meses, custa 5 vezes mais barato que o dinheiro no agiota.

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