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LEVANTAMENTO REVELA AUMENTO DO NÚMERO DE MORTES DE ÍNDIOS EM 2003

Evandro Éboli – O Globo

BRASÍLIA – Levantamento da Coordenação Geral dos Direitos Indígenas, vinculado à Fundação Nacional do Índio (Funai), revela que as 81 mortes registradas em 2003 superam a média anual de óbitos entre os indígenas, que é de 61,62.

O relatório constatou descaso com a saúde indígena. Das 81 mortes ocorridas em 2003, 28% (22 óbitos) ocorreram por negligência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão responsável para prestar esse tratamento aos cerca de 400 mil indígenas do país.

No levantamento da Funai, há registro de índios que morreram atropelados, queimados (vítimas de incêndio em pensão), por afogamento, po crime passional. Também há vários desaparecidos.

As brigas internas entre índios é a principal causa de morte entre os povos indígenas. Essas brigas responderam, ano passado, por 30% (24 casos) das 81 mortes registradas. Quase metade dessas ocorrências foram motivadas por ingestão de álcool, um vício que atinge várias etnias indígenas.

Uma lei federal de 1973, que vem sendo descumprida, proíbe a venda de álcool aos povos indígenas. A coordenação de Direitos Indígenas da Funai chegou a realizar, recentemente, a primeira oficina do grupo Alcoólicos Anônimos para os índios do Distrito Federal.

Entre os indígenas, é alarmante os casos de suicídio. Dois terços dos 490 índios que morreram no Brasil entre 1995 a 2002 (323 indígenas) se suicidaram nesse período.

As 81 mortes registradas em 2003 ocorreram nas seguintes regiões: Norte (35,06%) dos casos; Centro-Oeste (25,36%); Nordeste (25,36%); Sul (10,97%); Sudeste (3,25%).

O coordenador-geral dos Direitos Indígenas da Funai, Vilmar Martins Moura Guarani, afirmou que a grande maioria das mortes ocorre em comunidades indígenas próximas a centros urbanos.

– O número de mortes pode ser até maior do que podemos levantar. Muitas aldeias não informam ainda essescasos – explica Vilmar Guarani.

Os principais conflitos indígenas no país são os que envolvem os índios cintas-largas, em Rondônia, numa disputa com garimpeiros e que se radicalizou nas últimas semanas; os macuxis, em Roraima, que enfrentam arrozeiros, políticos e até outros índios na briga pela homologação da reserva indígena Raposa Serra do Sol; os terenas, no Mato Grosso do Sul, reivindicam demarcação das suas terras, que estão ocupadas por pecuaristas.

Os xavantes, no Mato Grosso, também lutam por terra e enfrentam fazendeiros; os pataxós hã-hã-hãe, na Bahia, brigam a décadas pela terra Caramuru-Catarina Paraguassú, ocupada por produtores de cacau; em Pernambuco, os índios xukurus disputam as terras com posseiros.

A Igreja e o governo do estado querem transformar a região num pólo de turismo religioso, o que é combatido pelos índios.

Por 11:09 Notícias

LEVANTAMENTO REVELA AUMENTO DO NÚMERO DE MORTES DE ÍNDIOS EM 2003

Evandro Éboli – O Globo
BRASÍLIA – Levantamento da Coordenação Geral dos Direitos Indígenas, vinculado à Fundação Nacional do Índio (Funai), revela que as 81 mortes registradas em 2003 superam a média anual de óbitos entre os indígenas, que é de 61,62.
O relatório constatou descaso com a saúde indígena. Das 81 mortes ocorridas em 2003, 28% (22 óbitos) ocorreram por negligência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão responsável para prestar esse tratamento aos cerca de 400 mil indígenas do país.
No levantamento da Funai, há registro de índios que morreram atropelados, queimados (vítimas de incêndio em pensão), por afogamento, po crime passional. Também há vários desaparecidos.
As brigas internas entre índios é a principal causa de morte entre os povos indígenas. Essas brigas responderam, ano passado, por 30% (24 casos) das 81 mortes registradas. Quase metade dessas ocorrências foram motivadas por ingestão de álcool, um vício que atinge várias etnias indígenas.
Uma lei federal de 1973, que vem sendo descumprida, proíbe a venda de álcool aos povos indígenas. A coordenação de Direitos Indígenas da Funai chegou a realizar, recentemente, a primeira oficina do grupo Alcoólicos Anônimos para os índios do Distrito Federal.
Entre os indígenas, é alarmante os casos de suicídio. Dois terços dos 490 índios que morreram no Brasil entre 1995 a 2002 (323 indígenas) se suicidaram nesse período.
As 81 mortes registradas em 2003 ocorreram nas seguintes regiões: Norte (35,06%) dos casos; Centro-Oeste (25,36%); Nordeste (25,36%); Sul (10,97%); Sudeste (3,25%).
O coordenador-geral dos Direitos Indígenas da Funai, Vilmar Martins Moura Guarani, afirmou que a grande maioria das mortes ocorre em comunidades indígenas próximas a centros urbanos.
– O número de mortes pode ser até maior do que podemos levantar. Muitas aldeias não informam ainda essescasos – explica Vilmar Guarani.
Os principais conflitos indígenas no país são os que envolvem os índios cintas-largas, em Rondônia, numa disputa com garimpeiros e que se radicalizou nas últimas semanas; os macuxis, em Roraima, que enfrentam arrozeiros, políticos e até outros índios na briga pela homologação da reserva indígena Raposa Serra do Sol; os terenas, no Mato Grosso do Sul, reivindicam demarcação das suas terras, que estão ocupadas por pecuaristas.
Os xavantes, no Mato Grosso, também lutam por terra e enfrentam fazendeiros; os pataxós hã-hã-hãe, na Bahia, brigam a décadas pela terra Caramuru-Catarina Paraguassú, ocupada por produtores de cacau; em Pernambuco, os índios xukurus disputam as terras com posseiros.
A Igreja e o governo do estado querem transformar a região num pólo de turismo religioso, o que é combatido pelos índios.

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