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DESEMPREGO CRESCE E IBGE DECIDE MUDAR A PESQUISA

Gazeta do Povo

Brasília e São Paulo (Das agências) – Depois de registrar em abril uma taxa de desemprego de 13,1% nas seis maiores regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador) do país, o IBGE vai alterar novamente a metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego. Foi o maior nível já registrado desde o início da nova PME, em outubro de 2001.

Entre as principais mudanças da nova PME está a ampliação da amostra, que passaria a medir também o desemprego nas regiões rurais. Outra alteração é a periodicidade da divulgação dos dados, que passaria a ser trimestral.

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse em Xangai (China) que a nova metodologia reduzirá a taxa de desemprego, pois a pesquisa atual mede apenas o desemprego das regiões metropolitanas, onde o problema é maior.

No entanto, para alguns analistas a alteração da PME pode não atender a esta expectativa do governo de reduzir a taxa de desemprego. Eles dizem que a ampliação da base amostral da pesquisa pode revelar desigualdades ainda maiores no mercado de trabalho.

“Uma pesquisa mais ampla pode revelar surpresas, como a existência de dois ‘Brasis’ num único país. Existem pólos regionais atrasados e que sofrem mais com o desemprego do que outros”, disse o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio.

Segundo ele, existe um mito de que o desemprego é menor nas áreas rurais do que nos centros urbanos.

“O desemprego é menor nos pólos ligados à exportação e ao agronegócio. Mas é um mito dizer que os empregos mudaram da cidade para o campo.”

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, criticou a mudança da PME como instrumento de redução da divulgação de um indicador.

“Não se pode mudar uma pesquisa só para mascarar um problema. A pesquisa pode até mudar, virar nacional e ser trimestral. Mas é preciso manter a pesquisa atual mensal. Sem ela, se acaba com uma base de comparação do desemprego.”

Para Ganz Lúcio, o problema de alterar a PME não é “mascarar” o desemprego. “O Dieese sempre defendeu uma pesquisa continental que retratasse a realidade do desemprego em cada região do país. Mas uma mudança dessa requer discussão de conceitos e metodologias. Não é rápido fazer uma pesquisa nacional. Leva tempo e dinheiro para fazer uma pesquisa ampla bem feita.”

Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, o instituto deverá concluir até o fim deste ano a nova metodologia de pesquisa para verificar o nível de emprego e desemprego do país.

Ele afirmou que a proposta que está sendo elaborada dependerá ainda de definição orçamentária.

Caso aprovada pelo Ministério do Planejamento, a pesquisa começará a ser realizada em 2005 com a coleta de informações, mas os resultados só serão conhecidos a partir de 2006, quando já houver uma base de comparação para as informações.

Por 10:23 Notícias

DESEMPREGO CRESCE E IBGE DECIDE MUDAR A PESQUISA

Gazeta do Povo
Brasília e São Paulo (Das agências) – Depois de registrar em abril uma taxa de desemprego de 13,1% nas seis maiores regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador) do país, o IBGE vai alterar novamente a metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego. Foi o maior nível já registrado desde o início da nova PME, em outubro de 2001.
Entre as principais mudanças da nova PME está a ampliação da amostra, que passaria a medir também o desemprego nas regiões rurais. Outra alteração é a periodicidade da divulgação dos dados, que passaria a ser trimestral.
O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse em Xangai (China) que a nova metodologia reduzirá a taxa de desemprego, pois a pesquisa atual mede apenas o desemprego das regiões metropolitanas, onde o problema é maior.
No entanto, para alguns analistas a alteração da PME pode não atender a esta expectativa do governo de reduzir a taxa de desemprego. Eles dizem que a ampliação da base amostral da pesquisa pode revelar desigualdades ainda maiores no mercado de trabalho.
“Uma pesquisa mais ampla pode revelar surpresas, como a existência de dois ‘Brasis’ num único país. Existem pólos regionais atrasados e que sofrem mais com o desemprego do que outros”, disse o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio.
Segundo ele, existe um mito de que o desemprego é menor nas áreas rurais do que nos centros urbanos.
“O desemprego é menor nos pólos ligados à exportação e ao agronegócio. Mas é um mito dizer que os empregos mudaram da cidade para o campo.”
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, criticou a mudança da PME como instrumento de redução da divulgação de um indicador.
“Não se pode mudar uma pesquisa só para mascarar um problema. A pesquisa pode até mudar, virar nacional e ser trimestral. Mas é preciso manter a pesquisa atual mensal. Sem ela, se acaba com uma base de comparação do desemprego.”
Para Ganz Lúcio, o problema de alterar a PME não é “mascarar” o desemprego. “O Dieese sempre defendeu uma pesquisa continental que retratasse a realidade do desemprego em cada região do país. Mas uma mudança dessa requer discussão de conceitos e metodologias. Não é rápido fazer uma pesquisa nacional. Leva tempo e dinheiro para fazer uma pesquisa ampla bem feita.”
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, o instituto deverá concluir até o fim deste ano a nova metodologia de pesquisa para verificar o nível de emprego e desemprego do país.
Ele afirmou que a proposta que está sendo elaborada dependerá ainda de definição orçamentária.
Caso aprovada pelo Ministério do Planejamento, a pesquisa começará a ser realizada em 2005 com a coleta de informações, mas os resultados só serão conhecidos a partir de 2006, quando já houver uma base de comparação para as informações.

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