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O BRASIL CRESCE E TRAZ OTIMISMO PARA O GOVERNO

Correio Braziliense – Theo Saad

O Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas pelo país, cresceu 2,7% no primeiro trimestre deste ano, ante igual período do ano passado, após três quedas consecutivas nesse tipo de comparação.

Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao último trimestre do ano passado, a alta foi de 1,6%, a maior desde o quarto trimestre de 1999.

Este último número ficou acima das expectativas dos analistas, que previam crescimento de 1%, em média.

Por isso, a divulgação dos dados animou o mercado ontem (leia texto na página 10) e reforçou as previsões de que a economia brasileira crescerá neste ano os 3,5% projetados pelo governo — ou até mais.

As opiniões sobre o desempenho da economia só não são unânimes porque o crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres, ante os quatro trimestres imediatamente anteriores, foi zero. Ou seja, nos 12 meses terminados em março o país ficou estagnado.

Agropecuária, indústria e serviços cresceram tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior quanto na comparação com o mesmo trimestre de 2003.

A agropecuária cresceu 3,3% ante o último trimestre de 2003 e 6,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2003, devido ao desempenho positivo de produtos cujas safras são relevantes neste período do ano, como soja e arroz.

A indústria cresceu 1,7% e 2,9% ante o trimestre imediatamente anterior e sobre o primeiro de 2003, respectivamente, puxada pela indústria de transformação (alta de 6% em relação ao mesmo trimestre de 2003).

O setor de serviços teve altas de 0,4% e 1,2% nas mesmas bases comparativas, puxadas pelos bons desempenhos do comércio (+5,1% sobre o mesmo período de 2003) e dos transportes (+7,4%).

Os crescimentos da indústria e da agropecuária, principalmente, foram fortemente influenciados pelas exportações, que aumentaram 5,6% ante outubro, novembro e dezembro de 2003 e 19,3% sobre os primeiros três meses do ano passado (as importações cresceram 4% e 11,7%, respectivamente).

Isso porque as outras variáveis (consumo das famílias, formação bruta de capital fixo e consumo do governo) registraram aumentos tímidos.

‘‘Metade desse crescimento (do PIB no primeiro trimestre) é diretamente demanda externa. Estamos ainda muito dependentes das exportações’’, afirmou o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida, que classificou de ‘‘muito positivo’’ o resultado do PIB.

Segundo ele, chama a atenção o baixo crescimento do consumo das famílias, de 0,3% ante o último trimestre de 2003 e de 1,2% sobre igual período do ano passado.

Na avaliação de Almeida, estes números indicam que o mercado interno ainda tem demanda fraca.

“A renda e o emprego estão segurando esse consumo. O ideal é que o crescimento do PIB fosse mais equilibrado, com demandas externa e interna fortes”, explicou.

Previsões
Mas o Iedi prevê, ainda assim, que o crescimento da economia poderá ultrapassar neste ano os 3,5% previstos pelo governo.

“O desempenho do setor externo vai garantir sozinho os 3,5%, ou até 4%. Algo a mais dependerá da retomada do consumo interno”, reforçou Almeida.

O presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), Abram Szajman, também acredita em crescimento de 3,5% neste ano.

“É um crescimento ainda muito vinculado às exportações, mas se tivermos uma retomada no comércio, poderemos avançar ainda mais”, disse.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os dados do IBGE mostram um reaquecimento da economia e a possibilidade de um aumento do PIB em 2004 maior do que o previsto anteriormente pela entidade, de 3%, ainda mais se houver uma retomada da queda dos juros.

“E também precisamos espalhar mais esse crescimento, principalmente para a demanda doméstica”, disse o coordenador de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. “Assim, abriremos caminho para sustentar o crescimento em 2005.’’

Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o avanço do PIB ficará entre 3% e 3,5% neste ano, porque o crescimento não tem se transferido para o emprego e a geração de renda, segundo o presidente da entidade, Luiz Marinho.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que dificilmente o crescimento do PIB chegará a 3,5% neste ano porque os juros continuam muito altos.

O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, afirmou que o crescimento do PIB na faixa de 1,5% pelo segundo trimestre consecutivo (sobre o trimestre imediatamente anterior) não pode ser considerado como um ritmo de crescimento sustentado.

“Eu preciso de mais trimestres para ver se essa força é sustentável”, concluiu.

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O BRASIL CRESCE E TRAZ OTIMISMO PARA O GOVERNO

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O Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas pelo país, cresceu 2,7% no primeiro trimestre deste ano, ante igual período do ano passado, após três quedas consecutivas nesse tipo de comparação.
Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao último trimestre do ano passado, a alta foi de 1,6%, a maior desde o quarto trimestre de 1999.
Este último número ficou acima das expectativas dos analistas, que previam crescimento de 1%, em média.
Por isso, a divulgação dos dados animou o mercado ontem (leia texto na página 10) e reforçou as previsões de que a economia brasileira crescerá neste ano os 3,5% projetados pelo governo — ou até mais.
As opiniões sobre o desempenho da economia só não são unânimes porque o crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres, ante os quatro trimestres imediatamente anteriores, foi zero. Ou seja, nos 12 meses terminados em março o país ficou estagnado.
Agropecuária, indústria e serviços cresceram tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior quanto na comparação com o mesmo trimestre de 2003.
A agropecuária cresceu 3,3% ante o último trimestre de 2003 e 6,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2003, devido ao desempenho positivo de produtos cujas safras são relevantes neste período do ano, como soja e arroz.
A indústria cresceu 1,7% e 2,9% ante o trimestre imediatamente anterior e sobre o primeiro de 2003, respectivamente, puxada pela indústria de transformação (alta de 6% em relação ao mesmo trimestre de 2003).
O setor de serviços teve altas de 0,4% e 1,2% nas mesmas bases comparativas, puxadas pelos bons desempenhos do comércio (+5,1% sobre o mesmo período de 2003) e dos transportes (+7,4%).
Os crescimentos da indústria e da agropecuária, principalmente, foram fortemente influenciados pelas exportações, que aumentaram 5,6% ante outubro, novembro e dezembro de 2003 e 19,3% sobre os primeiros três meses do ano passado (as importações cresceram 4% e 11,7%, respectivamente).
Isso porque as outras variáveis (consumo das famílias, formação bruta de capital fixo e consumo do governo) registraram aumentos tímidos.
‘‘Metade desse crescimento (do PIB no primeiro trimestre) é diretamente demanda externa. Estamos ainda muito dependentes das exportações’’, afirmou o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida, que classificou de ‘‘muito positivo’’ o resultado do PIB.
Segundo ele, chama a atenção o baixo crescimento do consumo das famílias, de 0,3% ante o último trimestre de 2003 e de 1,2% sobre igual período do ano passado.
Na avaliação de Almeida, estes números indicam que o mercado interno ainda tem demanda fraca.
“A renda e o emprego estão segurando esse consumo. O ideal é que o crescimento do PIB fosse mais equilibrado, com demandas externa e interna fortes”, explicou.
Previsões
Mas o Iedi prevê, ainda assim, que o crescimento da economia poderá ultrapassar neste ano os 3,5% previstos pelo governo.
“O desempenho do setor externo vai garantir sozinho os 3,5%, ou até 4%. Algo a mais dependerá da retomada do consumo interno”, reforçou Almeida.
O presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), Abram Szajman, também acredita em crescimento de 3,5% neste ano.
“É um crescimento ainda muito vinculado às exportações, mas se tivermos uma retomada no comércio, poderemos avançar ainda mais”, disse.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os dados do IBGE mostram um reaquecimento da economia e a possibilidade de um aumento do PIB em 2004 maior do que o previsto anteriormente pela entidade, de 3%, ainda mais se houver uma retomada da queda dos juros.
“E também precisamos espalhar mais esse crescimento, principalmente para a demanda doméstica”, disse o coordenador de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. “Assim, abriremos caminho para sustentar o crescimento em 2005.’’
Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o avanço do PIB ficará entre 3% e 3,5% neste ano, porque o crescimento não tem se transferido para o emprego e a geração de renda, segundo o presidente da entidade, Luiz Marinho.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que dificilmente o crescimento do PIB chegará a 3,5% neste ano porque os juros continuam muito altos.
O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, afirmou que o crescimento do PIB na faixa de 1,5% pelo segundo trimestre consecutivo (sobre o trimestre imediatamente anterior) não pode ser considerado como um ritmo de crescimento sustentado.
“Eu preciso de mais trimestres para ver se essa força é sustentável”, concluiu.

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