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Juro “normal” é quase o triplo do consignado

Aqueles que não querem ou não podem optar pelos empréstimos cujas prestações são descontadas diretamente em seus salários têm sido obrigados a pagar juros cada vez mais elevados para conseguir um financiamento bancário.
Segundo levantamento do Banco Central, um crédito convencional custa mais que o dobro do empréstimo com desconto em folha de pagamento.
Em janeiro de 2004, os bancos cobravam, em média, 87,0% ao ano nas suas operações regulares de crédito pessoal e 41,4% ao ano nos chamados empréstimos consignados. No mês passado, a taxa dos empréstimos convencionais havia subido para 96,9% ao ano, enquanto os juros dos financiamentos com desconto em folha caíram para 35,6% ao ano.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que a concorrência entre os bancos no mercado de crédito com desconto em folha é maior e, por isso, as taxas apresentam tendência de queda.
Os empréstimos consignados ganharam força a partir do final de 2003, depois que o governo federal regulamentou esse tipo de operação. Desde então, é a procura por esses empréstimos que puxa a expansão de crédito no país. No mês passado, os bancos ofereciam um total de R$ 17,827 bilhões desse tipo de financiamento, valor 41,4% maior do que o observado no final de 2004. Esse saldo representa 32,7% do estoque de crédito pessoal disponibilizado pelo sistema financeiro.
Os bancos dizem que os juros são mais baixos no crédito com desconto em folha por causa da menor inadimplência: como as prestações são descontadas diretamente do salário do devedor, as chances de um calote, ou mesmo de um atraso no pagamento, são bastante reduzidas. Com essas características, o crédito consignado é uma das únicas modalidades de financiamento em que os juros tem apresentado trajetória de queda nos últimos meses.
Dia das Mães
A taxa média cobrada nos empréstimos concedidos a pessoas físicas, por exemplo, subiu pelo quinto mês seguido em maio e chegaram a 65,7% ao ano. É a taxa mais elevada registrada pelo BC desde dezembro de 2003.
“Isso decorre, em parte, da sazonalidade do mês de maio”, diz Lopes. Segundo o funcionário do BC, costuma haver uma maior procura por empréstimos na época do Dia das Mães, e esse movimento geralmente é acompanhado por taxas mais elevadas.
As maiores taxas foram conseqüência do chamado “spread” bancário, diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro e a taxa cobrada para repassar esse dinheiro aos clientes.
Entre abril e maio, o “spread” dos empréstimos a pessoas físicas subiu de 45,4 pontos percentuais para 46,8 pontos. Isso significa que, dos 65,7% de juros cobrados nos financiamentos em maio, 46,8 pontos percentuais foram apropriados pelos bancos para cobrir despesas como o pagamento de funcionários e de impostos. É do “spread” que sai também a margem de lucro das instituições financeiras.
A tendência de alta dos juros bancários é influenciada também pelos aumentos da taxa Selic promovidos pelo BC -a taxa, que em setembro estava em 16% ao ano, está hoje em 19,75%.
A Selic é a taxa praticada nas transações financeiras feitas diariamente entre os bancos e o BC e, por isso, serve de referência para as demais operações de crédito realizadas pelo sistema bancário. “A elevação da taxa [Selic] já vem fazendo efeito há algum tempo. É claro que isso afeta o crédito”, afirma Lopes.
Fonte: Folha Online – NEY HAYASHI DA CRUZ

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Juro “normal” é quase o triplo do consignado

Aqueles que não querem ou não podem optar pelos empréstimos cujas prestações são descontadas diretamente em seus salários têm sido obrigados a pagar juros cada vez mais elevados para conseguir um financiamento bancário.

Segundo levantamento do Banco Central, um crédito convencional custa mais que o dobro do empréstimo com desconto em folha de pagamento.

Em janeiro de 2004, os bancos cobravam, em média, 87,0% ao ano nas suas operações regulares de crédito pessoal e 41,4% ao ano nos chamados empréstimos consignados. No mês passado, a taxa dos empréstimos convencionais havia subido para 96,9% ao ano, enquanto os juros dos financiamentos com desconto em folha caíram para 35,6% ao ano.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que a concorrência entre os bancos no mercado de crédito com desconto em folha é maior e, por isso, as taxas apresentam tendência de queda.

Os empréstimos consignados ganharam força a partir do final de 2003, depois que o governo federal regulamentou esse tipo de operação. Desde então, é a procura por esses empréstimos que puxa a expansão de crédito no país. No mês passado, os bancos ofereciam um total de R$ 17,827 bilhões desse tipo de financiamento, valor 41,4% maior do que o observado no final de 2004. Esse saldo representa 32,7% do estoque de crédito pessoal disponibilizado pelo sistema financeiro.

Os bancos dizem que os juros são mais baixos no crédito com desconto em folha por causa da menor inadimplência: como as prestações são descontadas diretamente do salário do devedor, as chances de um calote, ou mesmo de um atraso no pagamento, são bastante reduzidas. Com essas características, o crédito consignado é uma das únicas modalidades de financiamento em que os juros tem apresentado trajetória de queda nos últimos meses.

Dia das Mães

A taxa média cobrada nos empréstimos concedidos a pessoas físicas, por exemplo, subiu pelo quinto mês seguido em maio e chegaram a 65,7% ao ano. É a taxa mais elevada registrada pelo BC desde dezembro de 2003.
“Isso decorre, em parte, da sazonalidade do mês de maio”, diz Lopes. Segundo o funcionário do BC, costuma haver uma maior procura por empréstimos na época do Dia das Mães, e esse movimento geralmente é acompanhado por taxas mais elevadas.

As maiores taxas foram conseqüência do chamado “spread” bancário, diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro e a taxa cobrada para repassar esse dinheiro aos clientes.

Entre abril e maio, o “spread” dos empréstimos a pessoas físicas subiu de 45,4 pontos percentuais para 46,8 pontos. Isso significa que, dos 65,7% de juros cobrados nos financiamentos em maio, 46,8 pontos percentuais foram apropriados pelos bancos para cobrir despesas como o pagamento de funcionários e de impostos. É do “spread” que sai também a margem de lucro das instituições financeiras.

A tendência de alta dos juros bancários é influenciada também pelos aumentos da taxa Selic promovidos pelo BC -a taxa, que em setembro estava em 16% ao ano, está hoje em 19,75%.

A Selic é a taxa praticada nas transações financeiras feitas diariamente entre os bancos e o BC e, por isso, serve de referência para as demais operações de crédito realizadas pelo sistema bancário. “A elevação da taxa [Selic] já vem fazendo efeito há algum tempo. É claro que isso afeta o crédito”, afirma Lopes.

Fonte: Folha Online – NEY HAYASHI DA CRUZ

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