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Assembléia de movimentos cumpriu tarefa de unificar posições no Fórum

Caracas (Venezuela) – O 6º Fórum Social Mundial terminou neste domingo sem um documento conclusivo nem votação de propostas. Na avaliação dos ativistas ligados à coordenação do evento, porém, a sessão final da Assembléia Mundial de Movimentos Sociais cumpriu o papel de unificar e articular pontos de vista das mais de 2 mil entidades participantes do evento, sem ferir os princípios de pluralidade que marcam o fórum desde sua primeira edição.

“O documento que resultou dessa assembléia mostra que não há contradição entre a articulação de objetivos conjuntos e a imensa variedade de visões de mundo que marca o fórum. Fica claro que, no fim das contas, há visão de conjunto e capacidade de articulação, mesmo que, ao longo do evento, pareça haver fracionamento”, afirmou à Agência Brasil o cientista social venezuelano Edgardo Lander. Ele integrou o comitê facilitador do evento, encarregado de fazer a mediação entre o governo da Venezuela e a organização do evento.

Um dos documentos que resultou da assembléia foi um calendário das principais ações dos movimentos sociais do mundo em 2006. Para a ativista americana radicada na Argentina Beverly Keene, o calendário “marca um caminho”, servindo de referência para os movimentos sociais. “Ele mostra que há uma luta e que há um sentido, uma articulação entre iniciativas que podem parecer dispersas”, diz Keene. A ativista participa do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial e representa a rede Jubileu Sul de entidades que lutam pelo cancelamento da dívida externa dos países em desenvolvimento.

Para exemplificar como essa reunião regular dos movimentos auxilia na articulação deles, a ativista conta que, no primeiro fórum, o Jubileu Sul lançou a campanha contra a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

“Fizemos quatro pequenas oficinas, com dificuldade. A campanha quase não existia. No segundo fórum, já fizemos uma marcha. Logo vieram as consultas populares nos diferentes países. O resultado foi que chegou 1º de janeiro de 2005 (data prevista pelos Estados Unidos para entrada em vigor do acordo) e a Alca não se concretizou. Foi uma vitória”, conta ela. “Não posso asseverar que sem o fórum não poderia ter realizado esses feitos, mas a verdade é que o processo se fortaleceu enormemente com essa possibilidade de nos articularmos regularmente.”

Para ela, outra vantagem da realização anual do fórum é a possibilidade de que movimentos sociais de naturezas muito distintas tomem conhecimento das causas de outros e passem a apoiar-se mutuamente. “Essa é a força do fórum. Eu converso sobre a dívida externa com as pessoas do movimento sobre moradia ou com quem está lutando contra a base militar dos Estados Unidos no Paraguai.”

Keene acredita que o perigo da divulgação de um calendário das lutas, como aconteceu ontem (29), ao final da assembléia, é passar a impressão de que a luta dos movimentos se constrói simplesmente a partir dos grandes eventos. “Não se poder de vista a nossa maior riqueza, que é o dia-a-dia da mobilização, o cotidiano que é menos visível. Se vou realizar uma jornada de ações em setembro, estarei trabalhando todos os dias até lá para poder organizar o evento”.

Fonte: Agência Brasil

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Assembléia de movimentos cumpriu tarefa de unificar posições no Fórum

Caracas (Venezuela) – O 6º Fórum Social Mundial terminou neste domingo sem um documento conclusivo nem votação de propostas. Na avaliação dos ativistas ligados à coordenação do evento, porém, a sessão final da Assembléia Mundial de Movimentos Sociais cumpriu o papel de unificar e articular pontos de vista das mais de 2 mil entidades participantes do evento, sem ferir os princípios de pluralidade que marcam o fórum desde sua primeira edição.
“O documento que resultou dessa assembléia mostra que não há contradição entre a articulação de objetivos conjuntos e a imensa variedade de visões de mundo que marca o fórum. Fica claro que, no fim das contas, há visão de conjunto e capacidade de articulação, mesmo que, ao longo do evento, pareça haver fracionamento”, afirmou à Agência Brasil o cientista social venezuelano Edgardo Lander. Ele integrou o comitê facilitador do evento, encarregado de fazer a mediação entre o governo da Venezuela e a organização do evento.
Um dos documentos que resultou da assembléia foi um calendário das principais ações dos movimentos sociais do mundo em 2006. Para a ativista americana radicada na Argentina Beverly Keene, o calendário “marca um caminho”, servindo de referência para os movimentos sociais. “Ele mostra que há uma luta e que há um sentido, uma articulação entre iniciativas que podem parecer dispersas”, diz Keene. A ativista participa do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial e representa a rede Jubileu Sul de entidades que lutam pelo cancelamento da dívida externa dos países em desenvolvimento.
Para exemplificar como essa reunião regular dos movimentos auxilia na articulação deles, a ativista conta que, no primeiro fórum, o Jubileu Sul lançou a campanha contra a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
“Fizemos quatro pequenas oficinas, com dificuldade. A campanha quase não existia. No segundo fórum, já fizemos uma marcha. Logo vieram as consultas populares nos diferentes países. O resultado foi que chegou 1º de janeiro de 2005 (data prevista pelos Estados Unidos para entrada em vigor do acordo) e a Alca não se concretizou. Foi uma vitória”, conta ela. “Não posso asseverar que sem o fórum não poderia ter realizado esses feitos, mas a verdade é que o processo se fortaleceu enormemente com essa possibilidade de nos articularmos regularmente.”
Para ela, outra vantagem da realização anual do fórum é a possibilidade de que movimentos sociais de naturezas muito distintas tomem conhecimento das causas de outros e passem a apoiar-se mutuamente. “Essa é a força do fórum. Eu converso sobre a dívida externa com as pessoas do movimento sobre moradia ou com quem está lutando contra a base militar dos Estados Unidos no Paraguai.”
Keene acredita que o perigo da divulgação de um calendário das lutas, como aconteceu ontem (29), ao final da assembléia, é passar a impressão de que a luta dos movimentos se constrói simplesmente a partir dos grandes eventos. “Não se poder de vista a nossa maior riqueza, que é o dia-a-dia da mobilização, o cotidiano que é menos visível. Se vou realizar uma jornada de ações em setembro, estarei trabalhando todos os dias até lá para poder organizar o evento”.
Fonte: Agência Brasil

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