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Apesar de redução na Selic, juro bancário tem leve alta

Os bancos ainda resistem a repassar a seus clientes os ganhos proporcionados pela queda dos juros básicos da economia nos últimos meses. Pesquisa feita pelo Banco Central mostra que, entre janeiro e fevereiro, o custo médio de um empréstimo bancário ficou praticamente inalterado, mesmo com redução da Selic no período.

De acordo com o levantamento, os juros praticados pelos bancos passaram de 46,1% ao ano para 46,2% entre janeiro e fevereiro. As empresas foram as mais atingidas pelo encarecimento do crédito: nos financiamentos a pessoas jurídicas, a taxa subiu de 31,3% ao ano para 31,6%.

Esses números refletem o aumento registrado pelo chamado “spread” bancário nos últimos meses. O “spread” é a diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro no mercado -por meio, por exemplo, da venda de CDBs a seus clientes- e a taxa cobrada nos financiamentos concedidos.

O “spread” serve para cobrir os custos que os bancos têm no seu dia-a-dia, como gastos com salários e impostos, além de compensar as perdas causadas pela inadimplência. E é daí também que sai parte do lucro do setor.

O custo de captação dos bancos acompanha a variação da taxa Selic, que remunera as transações de curto prazo feitas periodicamente entre as instituições financeiras e o BC. Por isso, seria de esperar que, com a queda da Selic -que, entre setembro e fevereiro, passou de 19,75% para 17,25% ao ano-, os empréstimos também ficassem mais baratos, mas nesse período o “spread” não caiu na mesma velocidade.

Para o diretor-executivo do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), Aprígio Rello Júnior, a demora dos bancos em reduzir suas taxas tem prejudicado as vendas do comércio, especialmente produtos mais caros, como eletrodomésticos, que dependem mais de financiamento.

“A queda da Selic ainda não chegou à ponta. Está sobrando uma margem que eu não sei para onde está indo”, disse.

Entre janeiro e fevereiro, segundo o BC, o “spread” bancário subiu, na média, de 29,7 pontos percentuais para 30,2 pontos.

Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a alta do “spread” pode ser explicada pela maior procura por empréstimos por pequenas empresas. Para ele, a expansão do crédito está fazendo com que empresas que nunca contraíram um financiamento estejam optando por se endividar mais para aumentar sua produção. “Empresas de menor porte tomam crédito a taxas mais altas, é a regra do mercado.”
Lopes não descarta, porém, que os juros mais altos reflitam simplesmente uma decisão dos bancos em buscar aumentar sua rentabilidade. “Pode ser um aumento de margem [de lucro]” disse.

Febraban
Em nota divulgada ontem, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) ressalta indicadores positivos que também foram apontados pela pesquisa do BC. Entre eles está a queda nos juros cobrados nos empréstimos a pessoas físicas, que recuaram de 59,7% ao ano em janeiro para 59,2% em fevereiro -a taxa mais baixa desde que o levantamento começou a ser feito, em 1995.

Para a Febraban, essa queda ocorreu “graças ao aumento da concessão de crédito consignado, que possui uma taxa de juros relativamente mais baixa que as outras modalidades de crédito, por ter um risco mais baixo”.

Nos chamados empréstimos consignados -em que as parcelas devidas aos bancos são descontadas diretamente no salário de quem contraiu o financiamento-, os juros cobrados em fevereiro foram de 36,1% ao ano, segundo o BC. Nas operações tradicionais de crédito pessoal, a taxa ficou em 88,2% ao ano.

A Febraban também destaca o aumento no volume de crédito disponível no Brasil, que, no mês passado, chegou a R$ 615,624 bilhões, o equivalente a 31,3% do PIB (Produto Interno Bruto). Em fevereiro de 2005, essa proporção estava em 27,4%.

Fonte: Folha de São Paulo

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Apesar de redução na Selic, juro bancário tem leve alta

Os bancos ainda resistem a repassar a seus clientes os ganhos proporcionados pela queda dos juros básicos da economia nos últimos meses. Pesquisa feita pelo Banco Central mostra que, entre janeiro e fevereiro, o custo médio de um empréstimo bancário ficou praticamente inalterado, mesmo com redução da Selic no período.
De acordo com o levantamento, os juros praticados pelos bancos passaram de 46,1% ao ano para 46,2% entre janeiro e fevereiro. As empresas foram as mais atingidas pelo encarecimento do crédito: nos financiamentos a pessoas jurídicas, a taxa subiu de 31,3% ao ano para 31,6%.
Esses números refletem o aumento registrado pelo chamado “spread” bancário nos últimos meses. O “spread” é a diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro no mercado -por meio, por exemplo, da venda de CDBs a seus clientes- e a taxa cobrada nos financiamentos concedidos.
O “spread” serve para cobrir os custos que os bancos têm no seu dia-a-dia, como gastos com salários e impostos, além de compensar as perdas causadas pela inadimplência. E é daí também que sai parte do lucro do setor.
O custo de captação dos bancos acompanha a variação da taxa Selic, que remunera as transações de curto prazo feitas periodicamente entre as instituições financeiras e o BC. Por isso, seria de esperar que, com a queda da Selic -que, entre setembro e fevereiro, passou de 19,75% para 17,25% ao ano-, os empréstimos também ficassem mais baratos, mas nesse período o “spread” não caiu na mesma velocidade.
Para o diretor-executivo do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), Aprígio Rello Júnior, a demora dos bancos em reduzir suas taxas tem prejudicado as vendas do comércio, especialmente produtos mais caros, como eletrodomésticos, que dependem mais de financiamento.
“A queda da Selic ainda não chegou à ponta. Está sobrando uma margem que eu não sei para onde está indo”, disse.
Entre janeiro e fevereiro, segundo o BC, o “spread” bancário subiu, na média, de 29,7 pontos percentuais para 30,2 pontos.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a alta do “spread” pode ser explicada pela maior procura por empréstimos por pequenas empresas. Para ele, a expansão do crédito está fazendo com que empresas que nunca contraíram um financiamento estejam optando por se endividar mais para aumentar sua produção. “Empresas de menor porte tomam crédito a taxas mais altas, é a regra do mercado.”
Lopes não descarta, porém, que os juros mais altos reflitam simplesmente uma decisão dos bancos em buscar aumentar sua rentabilidade. “Pode ser um aumento de margem [de lucro]” disse.
Febraban
Em nota divulgada ontem, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) ressalta indicadores positivos que também foram apontados pela pesquisa do BC. Entre eles está a queda nos juros cobrados nos empréstimos a pessoas físicas, que recuaram de 59,7% ao ano em janeiro para 59,2% em fevereiro -a taxa mais baixa desde que o levantamento começou a ser feito, em 1995.
Para a Febraban, essa queda ocorreu “graças ao aumento da concessão de crédito consignado, que possui uma taxa de juros relativamente mais baixa que as outras modalidades de crédito, por ter um risco mais baixo”.
Nos chamados empréstimos consignados -em que as parcelas devidas aos bancos são descontadas diretamente no salário de quem contraiu o financiamento-, os juros cobrados em fevereiro foram de 36,1% ao ano, segundo o BC. Nas operações tradicionais de crédito pessoal, a taxa ficou em 88,2% ao ano.
A Febraban também destaca o aumento no volume de crédito disponível no Brasil, que, no mês passado, chegou a R$ 615,624 bilhões, o equivalente a 31,3% do PIB (Produto Interno Bruto). Em fevereiro de 2005, essa proporção estava em 27,4%.
Fonte: Folha de São Paulo

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