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Para ganhar mais, bancos montam um tripé da exploração

Com parcerias e exploração do trabalhador e de clientes, bancos aumentam seus ganhos com juros extorsivos

“Olha o crédito fácil, aqui na minha mão”. Todos reconhecem a frase. É mais um promotor de vendas oferecendo empréstimo pessoal. E esse é um mercado em expansão para os bancos privados, que representou em 2005, cerca de 80% do total de crédito concedido para a população.

Para gerar tanto lucro os bancos apostam em um tripé: juros altos, parceria com o comércio e exploração do trabalhador.

Neste último, os bancos se utilizam de vários recursos, como salários rebaixados, longa jornada de trabalho, além de montar lojas sem que as normas de seguranças das agências convencionais sejam respeitadas.

Nas financeiras dos grandes bancos os juros estão altos. Segundo o Banco Central, ao mês, o Itaú (Taií) 12,40%; do Bradesco (Finasa), 12%; do Unibanco (Fininvest), 12,99%. Entretanto, dentro dos bancos, se você fosse pedir um empréstimo, esses juros seriam, respectivamente, de: 5,95%, 7,60% e 5,67%, em média.

Juros, uma ingrata surpresa

Mesmo com uma inflação prevista em 4,5% em 2006, os bancos não deixam de explorar seus clientes via cobrança de juros. Se nas agências eles já são abusivos, nas financeiras eles se tornam extorsivos.
Dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), divulgados em março, mostram que os juros cobrados pelas financeiras no empréstimo pessoal é de 11,63% ao mês (274,43% ao ano). Já nas agências cai para 5,75% (95,60%).

Segundo o Banco Central, há financeiras no mercado cobrando juros de até 14,5% ao mês. O mercado de empréstimo financeiro está em alta. É o grande sanguessuga hoje dos bancos. Não é por acaso que eles estão expandindo suas financeiras.

O culpado

Uma das desculpas utilizadas pelos bancos é de que os juros só não caem por causa da taxa Selic, hoje, em 16,50% (a previsão para dezembro, é que chegue a 14,50% ao ano). Para se isentarem da responsabilidade, a cada vez que o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia a nova taxa Selic, eles logo culpam os juros do governo. E com a queda, os banqueiros deixaram de recorrer os títulos públicos para obter mais ganhos, entrando de vez na exploração dos clientes. Com a queda da Selic deixa de ser interessante a busca do lucro nos títulos públicos. É mais lucrativo eles emprestarem dinheiro a juros extorsivos.

Bancos gastam pouco em financeiras

A corrida pelo empréstimo pessoal começou por volta de 2002, após os grandes bancos consolidarem o processo de fusões que dominou o mercado durante o governo FHC. Agora, com a expansão da economia e com a população querendo consumir mais, essas instituições viram este filão de exploração crescer. Só no ano passado, o Crédito Direto ao Consumidor (o CDC, linha de crédito para o consumidor) representou 37% do total das operações de crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional), de acordo com o Banco Central. De 1999 até 2005, o CDC cresceu 738,37%.

Mas ao contrário de outros tempos, quando os bancos abriam novas agências, hoje, as instituições empurram os clientes com menor poder aquisitivo para as financeiras, que tem como público-alvo os endividados, como pode-se perceber nas propagandas.

A financeira é um canal barato para os bancos. Por um lado, exploram o trabalhador, negam direitos e condições de trabalho. Do outro cobram juros abusivos dos clientes. Para atrair cada vez mais clientes e reduzir custos, os bancos também estão se associando com o comércio em busca de novas parcerias para aumentar seus lucros.

Privados x públicos

Enquanto as instituições financeiras públicas concedem a maior parte de seus empréstimos para créditos imobiliário e rural, e um pouco menos para o comércio e a indústria, investindo na produção que gera empregos, os bancos privados elegem o empréstimo via financeiras como um dos grandes propulsores dos seus lucros.

O Bradesco, por exemplo, comprou nos últimos anos a Zogbi e a Finasa, e tem cerca de 120 lojas próprias. Mas ao se associar com o comércio, sua rede de atendimento pulou para mais de três mil pontos. No Itaú, a mesma coisa. Lançada em 2004, a Taií possui 130 lojas próprias e mais de 550 pontos exclusivos dentro das Lojas Americanas e Pão de Açúcar.

Nestas parcerias, os custos acabam sendo divididos entre bancos e empresas. Quem acaba perdendo são os clientes, porque muitas vezes quem trabalha nestes locais não está preparado para assessorar corretamente o consumidor.

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Para ganhar mais, bancos montam um tripé da exploração

Com parcerias e exploração do trabalhador e de clientes, bancos aumentam seus ganhos com juros extorsivos
“Olha o crédito fácil, aqui na minha mão”. Todos reconhecem a frase. É mais um promotor de vendas oferecendo empréstimo pessoal. E esse é um mercado em expansão para os bancos privados, que representou em 2005, cerca de 80% do total de crédito concedido para a população.
Para gerar tanto lucro os bancos apostam em um tripé: juros altos, parceria com o comércio e exploração do trabalhador.
Neste último, os bancos se utilizam de vários recursos, como salários rebaixados, longa jornada de trabalho, além de montar lojas sem que as normas de seguranças das agências convencionais sejam respeitadas.
Nas financeiras dos grandes bancos os juros estão altos. Segundo o Banco Central, ao mês, o Itaú (Taií) 12,40%; do Bradesco (Finasa), 12%; do Unibanco (Fininvest), 12,99%. Entretanto, dentro dos bancos, se você fosse pedir um empréstimo, esses juros seriam, respectivamente, de: 5,95%, 7,60% e 5,67%, em média.
Juros, uma ingrata surpresa
Mesmo com uma inflação prevista em 4,5% em 2006, os bancos não deixam de explorar seus clientes via cobrança de juros. Se nas agências eles já são abusivos, nas financeiras eles se tornam extorsivos.
Dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), divulgados em março, mostram que os juros cobrados pelas financeiras no empréstimo pessoal é de 11,63% ao mês (274,43% ao ano). Já nas agências cai para 5,75% (95,60%).
Segundo o Banco Central, há financeiras no mercado cobrando juros de até 14,5% ao mês. O mercado de empréstimo financeiro está em alta. É o grande sanguessuga hoje dos bancos. Não é por acaso que eles estão expandindo suas financeiras.
O culpado
Uma das desculpas utilizadas pelos bancos é de que os juros só não caem por causa da taxa Selic, hoje, em 16,50% (a previsão para dezembro, é que chegue a 14,50% ao ano). Para se isentarem da responsabilidade, a cada vez que o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia a nova taxa Selic, eles logo culpam os juros do governo. E com a queda, os banqueiros deixaram de recorrer os títulos públicos para obter mais ganhos, entrando de vez na exploração dos clientes. Com a queda da Selic deixa de ser interessante a busca do lucro nos títulos públicos. É mais lucrativo eles emprestarem dinheiro a juros extorsivos.
Bancos gastam pouco em financeiras
A corrida pelo empréstimo pessoal começou por volta de 2002, após os grandes bancos consolidarem o processo de fusões que dominou o mercado durante o governo FHC. Agora, com a expansão da economia e com a população querendo consumir mais, essas instituições viram este filão de exploração crescer. Só no ano passado, o Crédito Direto ao Consumidor (o CDC, linha de crédito para o consumidor) representou 37% do total das operações de crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional), de acordo com o Banco Central. De 1999 até 2005, o CDC cresceu 738,37%.
Mas ao contrário de outros tempos, quando os bancos abriam novas agências, hoje, as instituições empurram os clientes com menor poder aquisitivo para as financeiras, que tem como público-alvo os endividados, como pode-se perceber nas propagandas.
A financeira é um canal barato para os bancos. Por um lado, exploram o trabalhador, negam direitos e condições de trabalho. Do outro cobram juros abusivos dos clientes. Para atrair cada vez mais clientes e reduzir custos, os bancos também estão se associando com o comércio em busca de novas parcerias para aumentar seus lucros.
Privados x públicos
Enquanto as instituições financeiras públicas concedem a maior parte de seus empréstimos para créditos imobiliário e rural, e um pouco menos para o comércio e a indústria, investindo na produção que gera empregos, os bancos privados elegem o empréstimo via financeiras como um dos grandes propulsores dos seus lucros.
O Bradesco, por exemplo, comprou nos últimos anos a Zogbi e a Finasa, e tem cerca de 120 lojas próprias. Mas ao se associar com o comércio, sua rede de atendimento pulou para mais de três mil pontos. No Itaú, a mesma coisa. Lançada em 2004, a Taií possui 130 lojas próprias e mais de 550 pontos exclusivos dentro das Lojas Americanas e Pão de Açúcar.
Nestas parcerias, os custos acabam sendo divididos entre bancos e empresas. Quem acaba perdendo são os clientes, porque muitas vezes quem trabalha nestes locais não está preparado para assessorar corretamente o consumidor.

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