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Assédio Moral: um crime perfeito

Durante a Conferência Estadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a psicóloga Lis Andréa Soboll proferiu a palestra “Assédio Moral e Violência Psicológica no Trabalho Bancário”. Gilberto Gedeão Soares, secretário de Saúde e Condição de Trabalho da FETEC-CUT-PR, introduziu a palestra afirmando que o assédio moral é um assassinato da alma e apresentou o vídeo “Assédio Moral: um risco invisível”.

A psicóloga definiu os termos violência no trabalho, violência psicológica e assédio moral. De acordo com ela, o assédio moral é toda ação repetitiva, freqüente e com intencionalidade, que atinja a auto-estima e segurança de uma pessoa. Lis Andréa ainda sugeriu o conceito de “assédio organizacional”, uma nova nomenclatura apresentada em sua tese de doutorado em Medicina Preventiva (USP). “Assédio organizacional é o que a grande maioria dos bancários sofre. É mais sutil que o assédio moral e inerente ao trabalho atual. Não visa a exclusão do trabalho e sim a produtividade, entretanto o efeito que causa é o mesmo, diversos problemas emocionais (ver abaixo as repercussões do Assédio Moral). Neste assédio, o agressor ameaça de forma constante, desconsidera os processos do trabalho e provoca constrangimentos, com a pretensão de assegurar a produtividade. A comparação dos resultados alcançados entre os trabalhadores, as premiações negativas e agressões verbais pontuais como seu incompetente, retratam o assédio organizacional”.

Lis Andrea esclarece que o estabelecer metas por si só não é um problema. “O erro está na forma com que se cobra o cumprimento destas metas e na falta de humanidade nas relações sociais que se estabelecem no trabalho”, comenta. “Hoje, a resposta dos bancos para prevenção dos problemas decorrentes do assédio moral é realizar um processo de seleção diferenciado. A idéia de que o assédio moral é uma forma de gestão de pessoas está tão arraigada que faz com que todo o coletivo de uma empresa passe por um processo de submissão extrema, tudo em nome do cumprimento de de metas e resultados. O perfil de trabalhador exigido pelos bancos é de pessoas que aguentem pressão, aceitem desafios, sejam flexíveis e tenham postura de liderança”.

Esta visão contribui para a perpetuação do problema. As causas do assédio moral são boatos que geram insegurança, controle de informações, falta de pessoal e extrapolação de jornada – caracterizados por muita exigência no ambiente de trabalho e por uma facilidade na substituição. “Os bancários se tornaram multiespecialistas, acumulando funções, por outro lado, o desemprego faz com que estes trabalhadores sejam uma mão-de-obra substituída com facilidade”, explicou. “Ninguém se torna agressor sem que a organização compactue com isso. É claro que existem fatores de risco individuais, mas não são preponderantes, tanto para agressores como para agredidos.” E concluiu: “O assédio moral é um crime perfeito porque não deixa marca. É uma ferida na alma.”

Vilão X Mocinho

A psicóloga chamou a atenção dos presentes para a realidade de que todos estão sujeitos a praticar ou sofrer o assédio moral. “Todos podemos ser vítimas ou agressores” e citou uma frase de Nietzche: “Aquele que luta com monstros deve cautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito para o abismo, o abismo olha para você.”

As repercussões do Assédio Moral segundo a psicóloga Lis Andréa.

Para o indivíduo:

“A repercussão do assédio moral é devastadora. O assédio gera estresse, doenças mentais e físicas, perdas financeiras, desestabiliza as relações familiares e sociais, faz com que a pessoa se vitimize e tenha idéía de suicídio, além de poder desencadear em outras violências, como a violência doméstica, por exemplo.”

“A pessoa se sente demitida da vida e tem necessidade de se isolar. A pessoa não sabe mais quem é”.

Para a organização:

“Para a empresa,o assédio moral faz com que o indivíduo perda a produtividade, se ausente diversas vezes no trabalho e pode causar um grande prejuízo de imagem”.

Para a sociedade:

“Aumenta a violência social, traz um enorme custo para a Previdência Social, provoca aposentadorias precoces e afastamentos por saúde”.

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Assédio Moral: um crime perfeito

Durante a Conferência Estadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a psicóloga Lis Andréa Soboll proferiu a palestra “Assédio Moral e Violência Psicológica no Trabalho Bancário”. Gilberto Gedeão Soares, secretário de Saúde e Condição de Trabalho da FETEC-CUT-PR, introduziu a palestra afirmando que o assédio moral é um assassinato da alma e apresentou o vídeo “Assédio Moral: um risco invisível”.
A psicóloga definiu os termos violência no trabalho, violência psicológica e assédio moral. De acordo com ela, o assédio moral é toda ação repetitiva, freqüente e com intencionalidade, que atinja a auto-estima e segurança de uma pessoa. Lis Andréa ainda sugeriu o conceito de “assédio organizacional”, uma nova nomenclatura apresentada em sua tese de doutorado em Medicina Preventiva (USP). “Assédio organizacional é o que a grande maioria dos bancários sofre. É mais sutil que o assédio moral e inerente ao trabalho atual. Não visa a exclusão do trabalho e sim a produtividade, entretanto o efeito que causa é o mesmo, diversos problemas emocionais (ver abaixo as repercussões do Assédio Moral). Neste assédio, o agressor ameaça de forma constante, desconsidera os processos do trabalho e provoca constrangimentos, com a pretensão de assegurar a produtividade. A comparação dos resultados alcançados entre os trabalhadores, as premiações negativas e agressões verbais pontuais como seu incompetente, retratam o assédio organizacional”.
Lis Andrea esclarece que o estabelecer metas por si só não é um problema. “O erro está na forma com que se cobra o cumprimento destas metas e na falta de humanidade nas relações sociais que se estabelecem no trabalho”, comenta. “Hoje, a resposta dos bancos para prevenção dos problemas decorrentes do assédio moral é realizar um processo de seleção diferenciado. A idéia de que o assédio moral é uma forma de gestão de pessoas está tão arraigada que faz com que todo o coletivo de uma empresa passe por um processo de submissão extrema, tudo em nome do cumprimento de de metas e resultados. O perfil de trabalhador exigido pelos bancos é de pessoas que aguentem pressão, aceitem desafios, sejam flexíveis e tenham postura de liderança”.
Esta visão contribui para a perpetuação do problema. As causas do assédio moral são boatos que geram insegurança, controle de informações, falta de pessoal e extrapolação de jornada – caracterizados por muita exigência no ambiente de trabalho e por uma facilidade na substituição. “Os bancários se tornaram multiespecialistas, acumulando funções, por outro lado, o desemprego faz com que estes trabalhadores sejam uma mão-de-obra substituída com facilidade”, explicou. “Ninguém se torna agressor sem que a organização compactue com isso. É claro que existem fatores de risco individuais, mas não são preponderantes, tanto para agressores como para agredidos.” E concluiu: “O assédio moral é um crime perfeito porque não deixa marca. É uma ferida na alma.”
Vilão X Mocinho
A psicóloga chamou a atenção dos presentes para a realidade de que todos estão sujeitos a praticar ou sofrer o assédio moral. “Todos podemos ser vítimas ou agressores” e citou uma frase de Nietzche: “Aquele que luta com monstros deve cautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito para o abismo, o abismo olha para você.”
As repercussões do Assédio Moral segundo a psicóloga Lis Andréa.
Para o indivíduo:
“A repercussão do assédio moral é devastadora. O assédio gera estresse, doenças mentais e físicas, perdas financeiras, desestabiliza as relações familiares e sociais, faz com que a pessoa se vitimize e tenha idéía de suicídio, além de poder desencadear em outras violências, como a violência doméstica, por exemplo.”
“A pessoa se sente demitida da vida e tem necessidade de se isolar. A pessoa não sabe mais quem é”.
Para a organização:
“Para a empresa,o assédio moral faz com que o indivíduo perda a produtividade, se ausente diversas vezes no trabalho e pode causar um grande prejuízo de imagem”.
Para a sociedade:
“Aumenta a violência social, traz um enorme custo para a Previdência Social, provoca aposentadorias precoces e afastamentos por saúde”.

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