fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 23:13 Sem categoria

Lideranças sindicais apontam expectativas para segundo mandato do Governo Lula

As principais lideranças sindicais e populares se empenharam no último período para a reeleição do presidente Lula, porque consideravam haver dois projetos distintos em disputa. Um, experimentado por oito anos na gestão de FHC, que resultou em um país privatizado, economicamente frágil e dependente do sistema financeiro internacional; um modelo de gestão pautado pela redução dos direitos trabalhistas e truculência no trato com o movimento sindical.

Os quatro anos de governo Lula, ao contrário, foram marcados pelo diálogo e respeito aos movimentos sociais e sindicais. “O governo conversou, ouviu propostas, travou o debate com os setores organizados da sociedade, atendeu algumas reivindicações, outras não, mas sempre com maior transparência e respeito aos movimentos”, avalia o primeiro tesoureiro da CUT Nacional, Antonio Carlos Spis.

No aspecto econômico, o Brasil cresceu nos últimos quatro anos, gerou cerca de 7 milhões de empregos e aumentou a renda das camadas mais pobres da sociedade. Essas mudanças foram percebidas pela população que reelegeram Lula com cerca de 58 milhões de votos, mais de 60% dos válidos.

Para iniciar o debate sobre as expectativas e perspectivas para um segundo mandato, o Portal do Mundo do Trabalho-CUT ouviu lideranças sindicais dos bancários, químicos, metalúrgicos, petroleiros, aposentados e servidores federais.

Aprofundas as mudanças – Para o presidente da CUT nacional, Artur Henrique, a vitória de Lula representa a aprovação de um projeto político de mudanças. “Do ponto de vista da CUT, temos a convicção que a hora é de ampliar a pressão e a mobilização, colocando os movimentos sociais nas ruas para que seja implementada a nossa agenda. Devemos aproveitar o respaldo das urnas, que deve ser o estopim, a energia propulsora para aprofundar as mudanças, particularmente na política econômica, reduzindo os juros e o superávit primário, fortalecendo os recursos para as áreas sociais e a política de valorização do salário mínimo e as políticas públicas”, declarou Artur.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf), Vagner Freitas, avalia que o próximo mandado do presidente Lula deve se pautar pela busca do desenvolvimento econômico sem que haja redução dos direitos trabalhistas. “Analisamos esse segundo mandato de forma transformadora, que objetive a expansão e o crescimento do país. No primeiro mandato ajeitamos a casa e agora temos o alicerce para o desenvolvimento do país. Para nós, bancários, não se pode falar em crescimento sem a construção de um sistema de crédito. Além disso, precisamos de uma política que respeite o trabalhador e acabe com a terceirização e a precarização do trabalho. Avançamos em muita coisa e vivemos um grande momento para classe trabalhadora, exemplo disso é a recuperação do poder de compra”, enfatizou.

Analisando sob o ponto de vista das demandas do setor público, a diretora executiva da CUT nacional, Lúcia Reis, considera que houve expressivos avanços neste governo que se encerra, mas que ainda há diversas pendências em relação aos servidores públicos federais que devem ser solucionadas no decorrer do próximo mandato. “O principal ponto que eu destaco é o cumprimento dos acordos que já foram firmados entre o governo e as entidades do funcionalismo; já avançamos em vários pontos, os servidores começaram a ter seus vencimentos reajustados, após terem ficado oito anos congelados no governo de FHC, e algumas carreiras estão passando por revisão e valorização. No entanto, temos ainda muitas demandas represadas que deverão ser solucionadas. Foi positivo o fato de termos tido mesas de negociações, agora, o governo deve colocar em prática o que foi acordado e continuar na valorização do funcionalismo público.”

Lúcia destaca, também, a revitalização da máquina do Estado. “Tão importante quanto a valorização do funcionalismo é reconstruir a máquina administrativa, que foi desmantelada nos governos anteriores. Tem que haver forte investimento nessa área para que o Estado possa ser um eficiente prestador de serviços para a população e um propulsionador das políticas públicas de inclusão social.”

Para o coordenador Geral da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT (CNQ), Aparecido Donizeti da Silva, a expectativa está na mudança do modelo sindical. “Conquistar a autonomia das entidades que representam as categorias é fundamental para diminuirmos o poder da justiça em nossas greves”. Outro ponto importante citado pelo coordenador químico foi a organização no local de trabalho como exercício de democracia. A limitação da hora extra, a redução da jornada de trabalho e a continuidade da política de recuperação do poder aquisitivo também foram destacadas.

Para José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o cenário é positivo para dar continuidade à consolidação das políticas sociais que foram implementadas. “O crescimento e desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de renda só tende a melhorar. Agora temos que lutar pela reforma sindical”, salientou.

Ligação mais forte com movimentos sociais – O secretário de Saúde e Meio Ambiente do Sintap (Sindicato dos Aposentados) José Custódio de Almeida, analisa que em um segundo mandato do presidente Lula deve haver a continuidade da valorização dos benefícios e pensões e a manutenção do diálogo com os aposentados. “Um traço marcante deste governo foi a forma como as reivindicações do nosso segmento foram tratadas. Foram criadas comissões para discutir o reajuste dos benefícios, participamos do Conselho da Previdência Social, avançamos na efetiva implementação do Estatuto do Idoso, como a regulamentação da passagem grátis nas viagens interestaduais, ocorrida recentemente, e pretendemos, para um segundo mandato do presidente Lula, que esse diálogo continue e que as questões que forem decididas sejam implantadas. O primeiro mandato de Lula foi bom para os aposentados e esperamos que o segundo seja melhor ainda”, conclui “seu” Almeida.

O coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Hélio Seidel, disse ao Portal que a categoria fará a partir da próxima semana seminários para elaborar um documento a ser entregue ao governo federal, com as expectativas do setor, mas adiantou alguns pontos que considera importante.

“Em primeiro lugar”, afirmou, “temos a expectativa de que o governo aprofunde sua ligação com os movimentos sociais, criando canais mais efetivos de participação popular. Em relação ao setor de energia, consideramos importante que a legislação sobre o marco regulatório seja revista; esta é uma lei de 1997, criada sob a ótica neoliberal e consideramos que ela deva ser melhorada. Outro aspecto para o próximo governo é o incentivo à pesquisa e produção de energias alternativas, como o biodiesel e a energia solar. O petróleo não é uma fonte infindável, precisamos buscar outras matrizes energéticas. Se o próximo governo investir fortemente nessa área, o Brasil pode se tornar referência mundial na aplicação de energias alternativas e que não agridam o meio ambiente”.

Em relação à Petrobrás, Seidel salientou que a categoria suspendeu a campanha reivindicatória durante o processo eleitoral, mas que irá retornar com a pauta de negociações. “No governo Lula houve uma sensível mudança de postura da direção da Petrobrás, tivemos mais espaço para o diálogo e o movimento sindical passou a ter suas propostas respeitadas e analisadas com seriedade. Com a reeleição do presidente, os trabalhadores da Petrobrás estão mais tranqüilos, porque sabem que a empresa não corre o risco de ser privatizada e que há espaço para a valorização da força de trabalho.”

Debate aberto – No decorrer dos próximos dias, o Portal do Mundo do Trabalho irá ouvir representantes de outros segmentos e dar continuidade a esse importante debate. Você também pode participar mandando sua opinião e apontando quais as principais expectativas em relação ao segundo mandato do presidente Lula. Escreva para norian.imprensa@cut.org.br e envie sua opinião, sugestão e expectativa.

Por Norian Segatto e Ana Paula Carrion.

Publicada em: 01/11/2006 às 19:56 Seção: Todas as Notícias do sítio www. cut.org.br.

Por 23:13 Notícias

Lideranças sindicais apontam expectativas para segundo mandato do Governo Lula

As principais lideranças sindicais e populares se empenharam no último período para a reeleição do presidente Lula, porque consideravam haver dois projetos distintos em disputa. Um, experimentado por oito anos na gestão de FHC, que resultou em um país privatizado, economicamente frágil e dependente do sistema financeiro internacional; um modelo de gestão pautado pela redução dos direitos trabalhistas e truculência no trato com o movimento sindical.
Os quatro anos de governo Lula, ao contrário, foram marcados pelo diálogo e respeito aos movimentos sociais e sindicais. “O governo conversou, ouviu propostas, travou o debate com os setores organizados da sociedade, atendeu algumas reivindicações, outras não, mas sempre com maior transparência e respeito aos movimentos”, avalia o primeiro tesoureiro da CUT Nacional, Antonio Carlos Spis.
No aspecto econômico, o Brasil cresceu nos últimos quatro anos, gerou cerca de 7 milhões de empregos e aumentou a renda das camadas mais pobres da sociedade. Essas mudanças foram percebidas pela população que reelegeram Lula com cerca de 58 milhões de votos, mais de 60% dos válidos.
Para iniciar o debate sobre as expectativas e perspectivas para um segundo mandato, o Portal do Mundo do Trabalho-CUT ouviu lideranças sindicais dos bancários, químicos, metalúrgicos, petroleiros, aposentados e servidores federais.
Aprofundas as mudanças – Para o presidente da CUT nacional, Artur Henrique, a vitória de Lula representa a aprovação de um projeto político de mudanças. “Do ponto de vista da CUT, temos a convicção que a hora é de ampliar a pressão e a mobilização, colocando os movimentos sociais nas ruas para que seja implementada a nossa agenda. Devemos aproveitar o respaldo das urnas, que deve ser o estopim, a energia propulsora para aprofundar as mudanças, particularmente na política econômica, reduzindo os juros e o superávit primário, fortalecendo os recursos para as áreas sociais e a política de valorização do salário mínimo e as políticas públicas”, declarou Artur.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf), Vagner Freitas, avalia que o próximo mandado do presidente Lula deve se pautar pela busca do desenvolvimento econômico sem que haja redução dos direitos trabalhistas. “Analisamos esse segundo mandato de forma transformadora, que objetive a expansão e o crescimento do país. No primeiro mandato ajeitamos a casa e agora temos o alicerce para o desenvolvimento do país. Para nós, bancários, não se pode falar em crescimento sem a construção de um sistema de crédito. Além disso, precisamos de uma política que respeite o trabalhador e acabe com a terceirização e a precarização do trabalho. Avançamos em muita coisa e vivemos um grande momento para classe trabalhadora, exemplo disso é a recuperação do poder de compra”, enfatizou.
Analisando sob o ponto de vista das demandas do setor público, a diretora executiva da CUT nacional, Lúcia Reis, considera que houve expressivos avanços neste governo que se encerra, mas que ainda há diversas pendências em relação aos servidores públicos federais que devem ser solucionadas no decorrer do próximo mandato. “O principal ponto que eu destaco é o cumprimento dos acordos que já foram firmados entre o governo e as entidades do funcionalismo; já avançamos em vários pontos, os servidores começaram a ter seus vencimentos reajustados, após terem ficado oito anos congelados no governo de FHC, e algumas carreiras estão passando por revisão e valorização. No entanto, temos ainda muitas demandas represadas que deverão ser solucionadas. Foi positivo o fato de termos tido mesas de negociações, agora, o governo deve colocar em prática o que foi acordado e continuar na valorização do funcionalismo público.”
Lúcia destaca, também, a revitalização da máquina do Estado. “Tão importante quanto a valorização do funcionalismo é reconstruir a máquina administrativa, que foi desmantelada nos governos anteriores. Tem que haver forte investimento nessa área para que o Estado possa ser um eficiente prestador de serviços para a população e um propulsionador das políticas públicas de inclusão social.”
Para o coordenador Geral da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT (CNQ), Aparecido Donizeti da Silva, a expectativa está na mudança do modelo sindical. “Conquistar a autonomia das entidades que representam as categorias é fundamental para diminuirmos o poder da justiça em nossas greves”. Outro ponto importante citado pelo coordenador químico foi a organização no local de trabalho como exercício de democracia. A limitação da hora extra, a redução da jornada de trabalho e a continuidade da política de recuperação do poder aquisitivo também foram destacadas.
Para José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o cenário é positivo para dar continuidade à consolidação das políticas sociais que foram implementadas. “O crescimento e desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de renda só tende a melhorar. Agora temos que lutar pela reforma sindical”, salientou.
Ligação mais forte com movimentos sociais – O secretário de Saúde e Meio Ambiente do Sintap (Sindicato dos Aposentados) José Custódio de Almeida, analisa que em um segundo mandato do presidente Lula deve haver a continuidade da valorização dos benefícios e pensões e a manutenção do diálogo com os aposentados. “Um traço marcante deste governo foi a forma como as reivindicações do nosso segmento foram tratadas. Foram criadas comissões para discutir o reajuste dos benefícios, participamos do Conselho da Previdência Social, avançamos na efetiva implementação do Estatuto do Idoso, como a regulamentação da passagem grátis nas viagens interestaduais, ocorrida recentemente, e pretendemos, para um segundo mandato do presidente Lula, que esse diálogo continue e que as questões que forem decididas sejam implantadas. O primeiro mandato de Lula foi bom para os aposentados e esperamos que o segundo seja melhor ainda”, conclui “seu” Almeida.
O coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Hélio Seidel, disse ao Portal que a categoria fará a partir da próxima semana seminários para elaborar um documento a ser entregue ao governo federal, com as expectativas do setor, mas adiantou alguns pontos que considera importante.
“Em primeiro lugar”, afirmou, “temos a expectativa de que o governo aprofunde sua ligação com os movimentos sociais, criando canais mais efetivos de participação popular. Em relação ao setor de energia, consideramos importante que a legislação sobre o marco regulatório seja revista; esta é uma lei de 1997, criada sob a ótica neoliberal e consideramos que ela deva ser melhorada. Outro aspecto para o próximo governo é o incentivo à pesquisa e produção de energias alternativas, como o biodiesel e a energia solar. O petróleo não é uma fonte infindável, precisamos buscar outras matrizes energéticas. Se o próximo governo investir fortemente nessa área, o Brasil pode se tornar referência mundial na aplicação de energias alternativas e que não agridam o meio ambiente”.
Em relação à Petrobrás, Seidel salientou que a categoria suspendeu a campanha reivindicatória durante o processo eleitoral, mas que irá retornar com a pauta de negociações. “No governo Lula houve uma sensível mudança de postura da direção da Petrobrás, tivemos mais espaço para o diálogo e o movimento sindical passou a ter suas propostas respeitadas e analisadas com seriedade. Com a reeleição do presidente, os trabalhadores da Petrobrás estão mais tranqüilos, porque sabem que a empresa não corre o risco de ser privatizada e que há espaço para a valorização da força de trabalho.”
Debate aberto – No decorrer dos próximos dias, o Portal do Mundo do Trabalho irá ouvir representantes de outros segmentos e dar continuidade a esse importante debate. Você também pode participar mandando sua opinião e apontando quais as principais expectativas em relação ao segundo mandato do presidente Lula. Escreva para norian.imprensa@cut.org.br e envie sua opinião, sugestão e expectativa.
Por Norian Segatto e Ana Paula Carrion.
Publicada em: 01/11/2006 às 19:56 Seção: Todas as Notícias do sítio www. cut.org.br.

Close