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A Carta Maior e a democratização da mídia

O anúncio feito pelo editor-chefe da Carta Maior, Flávio Aguiar, de que é “iminente” o fechamento desta importante Agência após o fim de um contrato com a Petrobrás, em dezembro, expõe de forma clara e objetiva as imensas dificuldades vivenciadas pela imprensa alternativa brasileira, particularmente quando se referem ao acesso a recursos públicos. Leia-se como alternativo, todo o instrumento de comunicação que se confronta com a lógica comercial de sites, jornais, revistas e tevês que – todos sabem quem são -, em nome do cifrão, prostituem a informação, a domam a serviço de patrões, via de regra estrangeiros, e trabalham contra os interesses nacionais e da sociedade.

Conforme o alerta de Flávio Aguiar, a ausência de recursos vem acumulando rombos com a folha de pagamento e inviabilizando a manutenção da equipe, com sérias repercussões para a qualidade do trabalho até aqui apresentado. Ao mesmo tempo, sublinha o editor, é expressivo o contingente de pessoas que têm se solidarizado à causa da Carta Maior, um dos expoentes da imprensa brasileira que luta por uma informação veraz, contribuindo para a ruptura com a ditadura midiática, onde a verdade do dono se sobrepõe ao interesse social.

Desde que assumimos a Secretaria Nacional de Comunicação da CUT, dando continuidade ao trabalho desenvolvido pelo companheiro Spis, temos sublinhado a necessidade da democratização dos meios. Para que isso saia da retórica, precisamos constituir redes de rádio e televisão públicas, garantindo o devido espaço aos movimentos sociais e adotando critérios claros para começarmos a rever cada uma das concessões realizadas ao longo dos anos. Mas, tão importante quanto a garantia deste direito fundamental de dar voz aos que sempre foram calados pela mordaça e pelo cassetete, a liberação de recursos públicos é chave para que os meios de comunicação populares não só se mantenham, como sejam revigorados. Sem isso, virariam presa fácil da publicidade ou sucumbiriam diante da “concorrência”, municiada pelas transnacionais e pelo sistema financeiro para defender a trincheira dos interesses dos que são contra o Brasil e os trabalhadores. Defendemos a realização da Conferência Nacional de Comunicação, com a participação do governo e dos movimentos sociais – tendo caráter deliberativo -, para não só aprofundarmos esse debate, como apontarmos coletivamente soluções viáveis ao processo, tão complexo como promissor.

Entendo o anúncio feito pela Carta Maior como uma conclamação para aprofundarmos o debate sobre um tema estratégico para o nosso desenvolvimento. É imenso o número de rádios comunitárias absurda e abusivamente lacradas pela Polícia Federal nos últimos anos. Agora, soma-se a esta triste realidade, a asfixia financeira existente, e temos o melhor dos mundos para a mídia golpista, que atentou de todas as formas contra a democracia, manipulando e mentindo, como no episódio da “crise política”, para tentar desconstruir o projeto democrático-popular e fazer a roda da história retroceder rumo ao neoliberalismo tucano-pefelista. Quem não lembra do bombardeio pesado que tivemos de segurar? Ficaremos novamente reféns durante o segundo mandato do presidente aos humores desta gente que quer exterminar com a nossa raça? Ou vamos trilhar um caminho distinto? Sem dúvida, a disposição da construção da TV pública contribui e dá ânimo para a luta, é louvável, mas inteiramente insuficiente se o governo, a quem o mandato popular foi conferido, não administrá-la em função do interesse de todos. O conceito de “público, mas não estatal”, nada mais é do que uma forma de ludibriar a essência da questão, já que cabe unicamente ao governo definir o que deve ou não ser feito com os recursos do Estado.

O criminoso monopólio de mídia hoje existente é, sem dúvida, a maior violação à liberdade de imprensa, privilégio excludente que tenta a todo custo manter tudo como está, promovendo baixarias, criminalizando os movimentos sociais, empobrecendo não só a política, como a arte, a cultura e tudo o que de mais criativo nosso povo produz. Chamam os invasores do Iraque de “combatentes da liberdade”, nomeiam “modernidade” à privatização e ao entreguismo das nossas riquezas, confundem liberdade de imprensa com a liberdade de alguns poucos empresários de definir o que deve ou não ser lido, impondo padrões e “verdades” vistas sob a ótica dos proprietários dos veículos.

O que está em jogo neste momento é que tipo de país estamos construindo, e para quem. Não temos dúvida que cabe ao governo fazer valer a sua autoridade e colocar o Estado público a serviço da sociedade, alocando os recursos necessários para assegurar a instalação, manutenção e fortalecimento de instrumentos que pavimentem o caminho de uma comunicação libertadora, rompendo os nós das amarras da desinformação e da exclusão.

PS: Na próxima terça e quarta-feira (3 e 4), as centrais sindicais estarão realizando o Seminário da Jornada pelo Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Valorização do Trabalho com a cobertura em tempo real da Agência Carta Maior – e a visualização pelo nosso Portal do Mundo do Trabalho.

Por Rosane Bertotti, que é secretária nacional de Comunicação da CUT.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.cut.org.br.

Por 10:01 Notícias

A Carta Maior e a democratização da mídia

O anúncio feito pelo editor-chefe da Carta Maior, Flávio Aguiar, de que é “iminente” o fechamento desta importante Agência após o fim de um contrato com a Petrobrás, em dezembro, expõe de forma clara e objetiva as imensas dificuldades vivenciadas pela imprensa alternativa brasileira, particularmente quando se referem ao acesso a recursos públicos. Leia-se como alternativo, todo o instrumento de comunicação que se confronta com a lógica comercial de sites, jornais, revistas e tevês que – todos sabem quem são -, em nome do cifrão, prostituem a informação, a domam a serviço de patrões, via de regra estrangeiros, e trabalham contra os interesses nacionais e da sociedade.
Conforme o alerta de Flávio Aguiar, a ausência de recursos vem acumulando rombos com a folha de pagamento e inviabilizando a manutenção da equipe, com sérias repercussões para a qualidade do trabalho até aqui apresentado. Ao mesmo tempo, sublinha o editor, é expressivo o contingente de pessoas que têm se solidarizado à causa da Carta Maior, um dos expoentes da imprensa brasileira que luta por uma informação veraz, contribuindo para a ruptura com a ditadura midiática, onde a verdade do dono se sobrepõe ao interesse social.
Desde que assumimos a Secretaria Nacional de Comunicação da CUT, dando continuidade ao trabalho desenvolvido pelo companheiro Spis, temos sublinhado a necessidade da democratização dos meios. Para que isso saia da retórica, precisamos constituir redes de rádio e televisão públicas, garantindo o devido espaço aos movimentos sociais e adotando critérios claros para começarmos a rever cada uma das concessões realizadas ao longo dos anos. Mas, tão importante quanto a garantia deste direito fundamental de dar voz aos que sempre foram calados pela mordaça e pelo cassetete, a liberação de recursos públicos é chave para que os meios de comunicação populares não só se mantenham, como sejam revigorados. Sem isso, virariam presa fácil da publicidade ou sucumbiriam diante da “concorrência”, municiada pelas transnacionais e pelo sistema financeiro para defender a trincheira dos interesses dos que são contra o Brasil e os trabalhadores. Defendemos a realização da Conferência Nacional de Comunicação, com a participação do governo e dos movimentos sociais – tendo caráter deliberativo -, para não só aprofundarmos esse debate, como apontarmos coletivamente soluções viáveis ao processo, tão complexo como promissor.
Entendo o anúncio feito pela Carta Maior como uma conclamação para aprofundarmos o debate sobre um tema estratégico para o nosso desenvolvimento. É imenso o número de rádios comunitárias absurda e abusivamente lacradas pela Polícia Federal nos últimos anos. Agora, soma-se a esta triste realidade, a asfixia financeira existente, e temos o melhor dos mundos para a mídia golpista, que atentou de todas as formas contra a democracia, manipulando e mentindo, como no episódio da “crise política”, para tentar desconstruir o projeto democrático-popular e fazer a roda da história retroceder rumo ao neoliberalismo tucano-pefelista. Quem não lembra do bombardeio pesado que tivemos de segurar? Ficaremos novamente reféns durante o segundo mandato do presidente aos humores desta gente que quer exterminar com a nossa raça? Ou vamos trilhar um caminho distinto? Sem dúvida, a disposição da construção da TV pública contribui e dá ânimo para a luta, é louvável, mas inteiramente insuficiente se o governo, a quem o mandato popular foi conferido, não administrá-la em função do interesse de todos. O conceito de “público, mas não estatal”, nada mais é do que uma forma de ludibriar a essência da questão, já que cabe unicamente ao governo definir o que deve ou não ser feito com os recursos do Estado.
O criminoso monopólio de mídia hoje existente é, sem dúvida, a maior violação à liberdade de imprensa, privilégio excludente que tenta a todo custo manter tudo como está, promovendo baixarias, criminalizando os movimentos sociais, empobrecendo não só a política, como a arte, a cultura e tudo o que de mais criativo nosso povo produz. Chamam os invasores do Iraque de “combatentes da liberdade”, nomeiam “modernidade” à privatização e ao entreguismo das nossas riquezas, confundem liberdade de imprensa com a liberdade de alguns poucos empresários de definir o que deve ou não ser lido, impondo padrões e “verdades” vistas sob a ótica dos proprietários dos veículos.
O que está em jogo neste momento é que tipo de país estamos construindo, e para quem. Não temos dúvida que cabe ao governo fazer valer a sua autoridade e colocar o Estado público a serviço da sociedade, alocando os recursos necessários para assegurar a instalação, manutenção e fortalecimento de instrumentos que pavimentem o caminho de uma comunicação libertadora, rompendo os nós das amarras da desinformação e da exclusão.
PS: Na próxima terça e quarta-feira (3 e 4), as centrais sindicais estarão realizando o Seminário da Jornada pelo Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Valorização do Trabalho com a cobertura em tempo real da Agência Carta Maior – e a visualização pelo nosso Portal do Mundo do Trabalho.
Por Rosane Bertotti, que é secretária nacional de Comunicação da CUT.
ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.cut.org.br.

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