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Por 11:02 Sem categoria

Bandidos trocam assaltos a bancos por assaltos a clientes

Nos últimos dois anos é possível perceber que aumentou significativamente o número de casos nas proximidades das agências. A segurança nos bancos será tema de um seminário que acontece nesta quarta-feira em Curitiba

O aumento de segurança dentro dos bancos pode estar trazendo mais riscos para os clientes quando eles saem da porta para fora. “Como hoje quase todas as agências têm detector de metal e outros instrumentos de segurança, os assaltantes preferem esperar a pessoa sair do banco e segui-la”, afirma o delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos, Rubens Recalcatti. Segundo ele, embora não haja estatísticas confiáveis sobre o assunto, nos últimos dois anos é possível perceber que aumentou significativamente o número de casos do gênero.

A segurança nos bancos será tema de um seminário nesta quarta-feira no Centro de Curitiba. O evento é promovido pelo sindicato dos bancários e deve contar com a participação de sindicalistas de outros estados, do comandante da Polícia Militar coronel Nemésio Xavier e de representantes da Polícia Federal. Uma das preocupações é com os clientes dos bancos que são abordados depois que saem das agências.

De acordo com o delegado Recalcatti, os assaltos a clientes hoje normalmente acontecem dentro de um esquema já conhecido. Primeiro, alguém vigia os clientes ainda dentro da agência, tentando identificar saques de grande valor. Em seguida, avisa os parceiros do lado de fora, por telefone, para seguirem a pessoa. Do lado de fora, duas pessoas, normalmente em uma moto, vão atrás da vítima. Só quando a pessoa chega na porta de casa ou do trabalho é que acontece a abordagem. “Dificilmente eles atacam perto do banco”, conta Recalcatti.

Quadrilha de São Paulo é presa em Curitiba

No dia 11 deste mês uma quadrilha de São Paulo foi presa por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) em Curitiba. O grupo agia da mesma maneira, ou seja, infiltrava um integrante da quadrilha no banco para identificar vítimas e avisava os comparsas. A diferença, explica o delegado do Cope, Renato Bastos Figueiroa, é que este grupo abordava as vítimas no momento em que elas entravam no carro – muito próximo às agências. Vinte e quatro pessoas já reconheceram os quatro integrantes da quadrilha paulista que teriam roubado pelo menos R$ 274 mil.

Esta quadrilha agia havia pelo menos sete meses nos bairros Centro, Batel, Mercês, Cidade Industrial de Curitiba, Portão, Bigorrilho, Bacacheri, Parolin, Juvevê e na cidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Os bancos mais “visados” pelo grupo foram Banco Real, Bradesco, HSBC e Itaú – este último com mais freqüência.

Em Curitiba, Recalcati conta que o número de assaltos a banco tem caído, entretanto, nas imediações as estatísticas têm aumentado. “Em 1995, chegamos a ter sete assaltos a banco em um único dia”, comenta. Neste ano, de acordo com informações do delegado Figueiroa ???, houve quatro assaltos a banco de janeiro a maio na capital. Só a agência do Banco do Brasil, com sede no Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná, no bairro Tarumã, em Curitiba, foi assaltada três vezes numa mesma semana – no mês de março.

Interior

No interior do estado, a situação não é diferente. No dia 26 de abril, uma agência do Banco do Brasil foi assaltada na cidade de Manoel Ribas, região Central do estado. Os ladrões abriram um buraco em uma parede lateral da agência e usaram um maçarico para arrombar o cofre. Foram roubados R$ 93 mil. Os assaltantes teriam usado dois guarda-chuvas para impedir que as câmeras de segurança do banco registrassem a ação criminosa.

Em janeiro, no dia 15, homens disfarçados de funcionários dos Correios renderam os seguranças e assaltaram o Banco Mercantil do Brasil, localizado na região central de Londrina, no Norte do Paraná. Estima-se que os criminosos tenham levado R$ 130 mil.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) não informou os números referentes a assaltos a banco em Curitiba e região e no Paraná. A assessoria informou que os dados da criminalidade do estado estão sendo compilados no geoprocessamento feito pela Sesp.

Seminário

Os assaltos de “saída de banco” e as condições de segurança dentro das agências serão temas discutidos nesta quarta-feira em um seminário especialmente voltado para a segurança bancária. “Temos que ver como proteger o cliente e também os bancários, que ainda continuam expostos a riscos”, afirma Marisa Stédile, presidente do Sindicato dos Bancários do Paraná, que em parceria com o Sindicato dos Vigilantes organiza o seminário. Uma das idéias, adianta Marisa, é aumentar o número de vigilantes nas agências bancárias e instalar a porta giratória com detector de metais já na entrada que dá acesso aos caixas eletrônicos.

De acordo com Marisa, entre os grandes bancos, apenas o Unibanco continua resistindo a implantar a porta giratória com detector de metais. O banco tem uma liminar judicial garantindo que pode trabalhar sem o aparelho. O sindicato acredita que a eficiência do equipamento no combate aos assaltos já foi comprovada e que a ausência do detector somente aumenta os riscos para os bancários.

Até 2004, o Bradesco também mantinha suas agências sem a porta com detector. No entanto, depois de um assalto em uma agência no Juvevê em que um cliente foi assassinado, o banco reviu sua decisão e implantou o equipamento. “Somos favoráveis inclusive a uma porta deste gênero na sala de auto-atendimento, onde ficam os caixas automáticos”, diz Marisa. Segundo ela, nessas salas o único equipamento de segurança acaba sendo a câmara de vídeo.

Serviço: O Seminário Nacional de Segurança Bancária ocorre nesta quarta-feira, a partir de 8h30, no auditório do Senge, no Shopping Itália, que fica na Rua Marechal Deodoro, 630, 22.º andar, no Centro de Curitiba. A entrada é franca e não é necessário fazer inscrição. Mais informações pelo (41) 3015-0523.

Dicas de segurança para evitar assaltos ao sair de agências bancárias:

– Evite andar com dinheiro vivo. Cheques, transferências e cartões ajudam a diminuir riscos;

– Fique de olho em pessoas que possam estar vigiando o comportamento dos outros;

– Ao sair da agência, procure ver se não está sendo seguido.

– Cuidado especial com motos que levem duas pessoas.

– Se estiver desconfiado, entre em um lugar movimentado ou procure a polícia.

– Se for realmente assaltado, nunca reaja. O risco de violência por parte do assaltante é grande.

Fonte: Gazeta do Povo Online

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