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“Para implementar é preciso diagnosticar”, avalia pesquisador da Unicamp

Um dos momentos mais importantes do Seminário de Segurança Bancária realizado durante a quarta-feira (30) em Curitiba, foi a apresentação de uma pesquisa coordenada pelo especialista em segurança da Unicamp, Cleber Lopes. Em sua abordagem, Cleber discorreu sobre os três momentos históricos da segurança bancária no país.

Segundo o palestrante, na primeira fase, que vai de 1969 até 1982, os assaltos a bancos seriam predominantemente orquestrados para fins políticos. Entre 1982 e 1995, há uma crescente ocorrência de assaltos com fins de “acumulação econômica”. A partir deste momento, o Banco Central passa a fiscalizar o Plano de Segurança dos bancos e o Ministério da Justiça passa a controlar as empresas de segurnça privada. A terceira fase, que vai de 1995 até o momento, apresenta um declínio no número de assaltos às agências bancárias proporcional ao investimento das instituições financeiras em segurança privada. A Polícia Federal assume um papel importante na fiscalização e controle dos Planos de Segurança.

Após a contextualização histórica, Cleber apresentou sua pesquisa, que se concentrou em quatro estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Paraná não entrou na pesquisa pela falta de informações referentes ao tema por parte da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

A pesquisa mostra que na proporção, São Paulo é o Estado que tem o maior risco no interior das agências. O Rio Grande do Sul aparece em segundo lugar, seguido por Santa Catarina e Rio de Janeiro. A estimativa foi feita levando em consideração o número de agências em cada Estado e o volume de ocorrências.

Em São Paulo, onde o volume de assaltos a bancos tem sido alarmante, segundo dados da Contraf – CUT, os gestores de Segurança Pública no Estado atribuíram os índices a dois fatores: a mudança interna nas “dinâmicas criminais” e uma suposta conivência dos vigilantes que atuam nos bancos, acarretada nível elevado de clandestinidade das empresas de segurança.

Na avaliação de Cleber, os dados apresentados são uma mostra do que acontece hoje em nível nacional. “Traçamos um perfil em quatro importantes unidades da federação e a conclusão que chegamos é a de que quando as autoridades civis e militares, as instituições financeiras, as categorias profissionais e a sociedade possuem dados e registros precisos sobre ocorrências nas agências bancárias, o combate à criminalidade se torna mais eficaz. Não existe política de segurança pública sem dados concretos. Para implementar é preciso diagnosticar”, explicou.

Como sugestão, o palestrante deu ênfase à chamada “prevenção situacional”, ou seja, a incorporação de três ações fundamentais para a maximização da segurança nas agências bancárias. São elas: aumentar o esforço exigido para a prática do crime, aumentar o risco para a efetivação do crime e diminuir o tamanho da recompensa oferecida pela realização do crime. “Atualmente, depois da presença do vigilante, as portas giratórias ainda são os meios mais eficazes, mas hoje já se trabalha muito a idéia da vigilância eletrônica e se possível, em tempo real, o que vai permitir uma fácil identificação dos envolvidos nos assaltos”, finalizou.

Por Kelen Vanzin e Patrícia Meyer – SEEB/Curitiba
Edson Júnior – Fetec/CUT/PR
Érica Del Valle – Sindicato dos Vigilantes de Curitiba

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