Presidente usa como base a expansão de 4,3%, que classificara de “mais ou menos”
Secretário do Ministério da Fazenda estima que PIB potencial do país já esteja acima de 4% e que chegue a 5% até o final de 2010
Depois da notícia sobre o crescimento do emprego formal nos cinco primeiros meses de 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agora diz que a economia brasileira vai crescer além dos 5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
É um índice superior à meta estabelecida no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de 4,5% em 2007. Ao inaugurar ontem uma obra viária em Belo Horizonte, Lula comemorou o que chamou de “recorde todo mês”, referindo-se aos 913.836 novos postos de trabalho com carteira assinada criados de janeiro a maio deste ano, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Ele lembrou o crescimento de 4,3% do PIB no 1º trimestre -que há uma semana definiu como “mais ou menos”- para afirmar que neste ano o país romperá a barreira dos 5%.
“Como a economia está crescendo -cresceu 4,3% no primeiro trimestre, vai crescer um pouco mais no segundo, no terceiro e no quarto-, eu posso dizer que nós não apenas atingiremos crescimento de 5% como poderemos passar esses 5%, para que se transforme num crescimento duradouro, sustentável, para recuperar os quase 30 anos de estagnação da economia.”
Lula, no entanto, disse que é preciso atenção para que esse momento seja duradouro, para que possa beneficiar “sobretudo a população mais pobre”, que não seja apenas uma bolha.
PIB potencial
O secretário de Acompanhamento Econômico e braço direito do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na formulação da política econômica, Nelson Barbosa, calcula que o potencial de crescimento da economia já está acima de 4% e atingirá 5% até 2010, fim do mandato do presidente Lula.
No mercado financeiro, o chamado PIB potencial, que mede a capacidade de o país crescer sem aumentar a inflação, está estimado um pouco abaixo de 4%, enquanto o Ipea, instituto de pesquisa ligado ao Ministério do Planejamento, calcula 3,8%.
O potencial de crescimento é um indicador usado pelos economistas e pelo BC para definir a taxa de juros. Se a economia cresce muito acima de sua capacidade, em algum momento faltarão produtos e os preços subirão. Nesses casos, o BC deve aumentar os juros para inibir o consumo. O oposto ocorre se o país cresce abaixo de seu potencial. Por isso a discussão sobre o PIB potencial acaba sendo tão importante para governo e economistas privados.
PAULO PEIXOTO
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO: www.uol.com.br