A Caixa Econômica Federal apresentou na tarde de ontem (5) uma proposta para o movimento sindical sobre a cobrança das participações atrasadas do Saúde Caixa de seus trabalhadores. Durante dois anos, a Caixa tentou internalizar o sistema de cobrança (que era feito pela empresa Datamec) e, não obtendo êxito, também não descontou a contrapartida dos seus trabalhadores. Com a falha no processo, a Caixa está atualizando os valores, e, inicialmente pretendia cobrar, além da mensalidade, 20% a mais (sem correção).
O representante da Comissão Executiva dos Empregados junto à FETEC-CUT/PR, Antonio Fermino participou da reunião. Segundo ele, a proposta é lesiva aos trabalhadores. “Na reunião anterior pontuamos alterações que não seriam toleradas pelos trabalhadores, especialmente porque quem causou o atual problema no plano foi a própria Caixa”. Na avaliação dos representantes dos bancários, na proposta apresentada, os empregados serão penalizados pelo problema no sistema.
Segundo a proposta apresentada ontem pela CEF, haveria a cobrança de TR (Taxa Referencial) sobre as participações ocorridas entre março de 2005 e abril deste ano, período em que o sistema não funcionou e os valores não foram cobrados. O banco também propôs o parcelamento em até 24 vezes, sendo a parcela mínima estabelecida em R$ 50.
Outro ponto que não foi respeitado é o pagamento dentro da margem consignável de no máximo 10% dos vencimentos, conforme previsto nas regras do Saúde Caixa. Segundo Fermino, o banco também propôs fazer o débito na conta corrente dos empregados e não no contra-cheque como reivindicam os representantes dos trabalhadores.
A Caixa quer iniciar a cobrança a partir de 20 de setembro, com a opção do empregado em pagar tudo de uma vez ou parcelar em até 24 vezes. “A proposta será debatida e vamos formular uma contra-proposta até o início de agosto. Nova reunião de negociação está marcada para dia 8 de agosto”,explica Fermino. “Só vamos fechar acordo se estes pontos prejudicais aos bancários forem retirados”.
A Contraf-CUT também cobrou da Caixa a abertura de negociações sobre as dívidas impagáveis do antigo PAMS, já que a empresa restabeleceu o processamento de dados. Também foram pautados os problemas enfrentado pelos bancários como a rede credenciada do Saúde Caixa. “O Conselho de Usuários tem recebido reclamações de várias localidades do país sobre a rede credenciada. Reafirmamos para o banco nossa proposta de formar, no âmbito das gerencias de filial de pessoas, comitês de acompanhamento de credenciamento e descredenciamento, formado por representantes indicadao pelas entidades sindicais e associativas”, destaca Plínio.
Essas questões serão debatidas pelo Grupo de Trabalho sobre Saúde, da Caixa, que reúne-se nos próximos dias 10 e 11, em Brasília.
A Contraf-CUT cobrou respeito na política da Caixa que restringe o uso da internet para os empregados. Ela é discriminatória, porque bancários de um determinado nível para cima têm acesso sem restrições. A Caixa argumentou que está verificando os problemas apontados pelos trabalhadores no dia-a-dia e que há previsão de instalação de alguns equipamento com internet livre nas agências, para serem utilizados nos momentos de intervalo.
Sobre os caixas RETPV, o banco informou os resultados de um estudo que aumenta o número de iniciais de 380 para 601 cargos, sendo 504 já providos. A Contraf manifestou estranhamento ao estudo e defendeu que cada RETPV tem de ter pelo menos um caixa.
Outras pendências cobradas foram sobre o auxilio alimentação para aposentados, a correção das concessões de vale transporte hoje irregular por causa de uma interpretação equivocada da lei e a reabertura do saldamento do REG Replan. A Caixa informou que ainda não tem posição para todos esses itens. “Estamos preparando o Congresso dos Empregados e esses temas estarão pautados. Vamos cobrar avanços e lutar muito durante na campanha salarial”, finalizou Plínio.
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO: www.bancariosdecuritiba.org.br, adpatada pela FETEC-CUT/PR.