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Por 09:52 Sem categoria

Trabalhadores bancários do Paraná definem campanha salarial em Praia de Leste; evento ocorre neste final de semana

A categoria bancária do Paraná inicia sua campanha salarial com boas expectativas para este ano. A atual conjuntura político-econômica deve favorecer as negociações das categorias profissionais que têm data-base no segundo semestre.

Os trabalhadores bancários vão exigir aumento real nos salários, portanto, vão lutar por um índice acima da inflação calculada pelo Dieese, segundo as direções do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, e da Federação dos Bancários da CUT, FETEC-PR.

Os índices de correção para o reajuste salarial e outras reivindicações do Paraná serão definidos durante a 9ª Conferência Estadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que acontece nos dias 14 e 15, neste final de semana, nas dependências da Associação Banestado em Praia de Leste, Pontal do Paraná, e que terá a presença de aproximadamente 300 trabalhadores bancários da capital e do interior do Estado.

No ano passado, com inflação de 2,85%, o reajuste nos salários foi de 3,5%. Essa foi considerada uma campanha vitoriosa em dez anos de luta sindical. Mesmo com expectativas de aumento real, os bancários estão em luta constante para diminuir as desigualdades.

No período de 2001 a 2006, por exemplo, a variação do lucro atingido pelos banqueiros foi de 516%. Já a variação de reajuste salarial dos bancários foi de apenas 51,3%, ou seja, índice 5% abaixo da inflação, conforme dados do Dieese/PR.

“A desigualdade entre o lucro dos bancos e o salário médio dos bancários é enorme. Há anos lutamos para equilibrar esta relação e torná-la mais justa. Este ano não será diferente. Além disso, reivindicamos o fim do assédio moral, das metas abusivas e uma maior PLR (participação nos lucros e resultados)”, afirma Marisa Stédile, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. No ano passado, a categoria conquistou uma PLR básica de 80% do salário mais R$ 828 de valor fixo, acrescidos de uma parcela adicional. Nos maiores bancos, os trabalhadores receberam além desta regra básica. No Itaú, por exemplo, esta remuneração foi composta por 02 salários mais o adicional de 1500 reais e, ainda, a luta dos trabalhadores garantiu outros 1200 reais adicionais. Outros trabalhadores que inovaram nos últimos anos neste quesito, são os funcionários do Banco do Brasil, que já garantem a distribuição de 04 porcento do lucro líquido semestral repartidos de forma igual para todos os trabalhadores que atuam no banco.

Para economista, cenário é favorável a negociações

O economista do Dieese, Cid Cordeiro, que fará uma das palestras durante a conferência, avalia como positivo o cenário macroeconômico para negociações salariais no país. Isso porque há uma tendência de queda nos juros, no dólar e um crescimento da balança comercial e de reservas cambiais para o Brasil. Outros fatores referem-se ao aumento da renda da população brasileira de modo geral e do crédito no mercado. Já os bancos vivem um cenário “ideal”, segundo Cordeiro: “eles usufruem da explosão do crédito no país, do bom retorno em títulos públicos e do aumento nas tarifas bancárias”, argumenta.

Eixos de Campanha

Durante a conferência, inúmeras atividades serão realizadas, com o foco voltado para a Campanha Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Além da exposição do Dieese, o evento pretende discutir os chamados “eixos” de campanha (abordando temas como Planos de Cargos e Salários, Participação nos Lucros e Resultados, 14º salário, cesta e vale alimentação, saúde e condições de trabalho) e promover grupos de debates específicos para cada banco.

No domingo pela manhã, acontece a plenária final da conferência, com a eleição dos representantes do Paraná no Comando Nacional (responsável pela condução das negociações com a Fenaban), integrantes das comissões temáticas, representantes das Comissões de Organização de Empregados (de cada banco) e delegados que estarão participando da Conferência Nacional e encontros específicos, que acontecem de 27 a 31 de julho, em São Paulo.

Terceirização

Os processos constantes de terceirização e privatização dos bancos também entrarão na pauta. “Precisamos dar um basta na concentração do bem público nas mãos da iniciativa privada e na falta de contratação de funcionários para atender à população”, contesta Marisa Stedile.

Outra questão a ser discutida é o avanço da tecnologia e as conseqüências para os bancários. De acordo com levantamento da Fetec, atualmente existem mais de 60 tecnologias para promover uma “verdadeira automação” dos bancos. Entre as empresas que estão desenvolvendo essa tecnologia está a IBM. O celular será o principal instrumento desta nova “revolução bancária”. Ele servirá como um banco-móvel ou mobile banking. “É fundamental que a categoria discuta estes avanços porque eles certamente vão refletir na redução de seus empregos”, afirma o diretor da FETEC-CUT-PR, Beto Von Der Osten.

Segundo dados apurados até maio de 2007, no Paraná, trabalham 27451 bancários, em todo o Brasil, são mais de 440 mil, estes números são registrados pelo CAGED (Cadastro geral de emprego e desemprego), elaborado pelo Ministério do Trabalho e do Emprego.

Por Kelen Vanzin e Patrícia Meyer
Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região
www.bancariosdecuritiba.org.br

Por Edson Junior
FETEC-CUT-PR
www.fetecpr.org.br

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