fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 18:14 Sem categoria

Alta das exportações atrai bancos brasileiros à China

O aumento das negociações comerciais entre Brasil e China poderá refletir na estratégia de bancos brasileiros no país asiático. Depois do Banco do Brasil (BB) e do Itaú – com a Itaú Corretora e o Itaú BBA – que já têm escritório de representação em território chinês, Bradesco e Unibanco poderão ampliar atividades por lá. As instituições visam às atividades de trade finance (lastro com exportações), auxiliando as empresas brasileiras a negociarem no país asiático. Outro campo de atuação é o mercado de capitais, atraindo investidores chineses para os papéis brasileiros.

“O fluxo de comércio entre os dois países está aumentando. Com isso, é natural os bancos irem atrás”, afirma Evaldo Alves, professor de economia internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Quando entrou na China, o BB estava mais preocupado com a inserção internacional do que com a lucratividade. Agora, os outros bancos viram que dá retorno, já que se trata do país com maior crescimento”.

Segundo Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Pedro Moreira Salles, presidente do Unibanco, visitou a China recentemente e ficou animado com o país. “Mas eles ainda não formalizaram pedido para entrar lá”, lembra. Segundo ele, o Itaú BBA é o banco com atuação mais agressiva no mercado chinês.

Já o Bradesco anunciou no final do ano passado que abriria um escritório no país.
Para Tang, há oportunidades para todos os bancos nacionais. “Não só visando as grandes empresas brasileiras que estão lá, mas também as chinesas que investem aqui”, afirma.
Atualmente, mais de 50 companhias brasileiras têm atividade no mercado chinês. Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Petrobras, Azaléia, Votorantim e Fame são algumas delas.

Depois de ter iniciado a abertura de seu setor bancário em dezembro de 2006, após ingressar na Organização Mundial de Comércio (OMC), a China tornou-se atraente para a maioria das instituições financeiras internacionais. HSBC, Citibank, Bank of América, JP Morgan, são alguns dos bancos que entraram na corrida por uma fatia no mercado mais populoso do mundo (1,3 bilhão de pessoas) e cujo volume de depósitos chega a US$ 4,3 trilhões. No Brasil, a competição pelo mercado chinês ainda é embrionária, mas promete se acirrar.Para Augusto Braúna, diretor da área internacional do BB, o setor bancário chinês está se abrindo gradualmente. O BB tem dois escritórios no país, um em Xangai, que existe há três anos, e outro em Hong Kong, que opera há 20.

“O escritório de Hong Kong é especializado em atividades de mercado de capitais com foco no sudeste asiático. Já em Xangai buscamos atividades comerciais para as empresas brasileiras”, explica. O banco tem acordos com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), o maior do país, de troca de tecnologia e linhas de comércio exterior.

Segundo Braúna, o BB estuda outras parcerias. “Depende do que avaliaremos como potencial de demanda”. Para ele, as empresas brasileiras têm dificuldades para conhecer a cultura chinesa. “Damos ajuda nesse sentido”.

Com base no estudo “Chinas Bank Sector”, divulgado pela consultoria Deloitte,, “os bancos estrangeiros com maior potencial de obter sucesso são os que respeitam as diferenças locais”, afirma a pesquisa, endossando que a alta demanda não é suficiente para garantir lucro.
A consultoria prevê que, até 2010, os depósitos bancários na China devem subir 29%.

Na opinião de Rodrigo Tavares Maciel, secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico Brasil-China, o lucro dos bancos estrangeiros na China registrou crescimento de 40% nos cinco primeiros meses do ano de 2007, totalizando volume financeiro de US$ 40 milhões.”É uma parcela bem pequena, já que o maior banco chinês lucrou US$ 2,4 bilhões. Mas há a estimativa de que os estrangeiros vão dobrar suas equipes na China para 36 mil funcionários até 2010″, afirma, citando pesquisa da PricewaterhouseCoopers.

Segundo ele, outra forma de os bancos entrarem na China é por participação nos estatais, no limite de 25%. Goldman Sachs, American Express e Alliance Group têm 8,45% de participação no ICBC e o Bank of America tem 9,10% do China Construction Bank. O ING Group tem 19% do Banco de Pequim.

O comércio entre Brasil e China poderá refletir-se na estratégia dos bancos. Depois de Banco do Brasil e Itaú, que têm escritório de representação, Bradesco e Unibanco poderão ampliar atividades em território chinês.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO: www.dci.com.br

Close