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Por 05:13 Sem categoria

Bancos já competem na área do microcrédito

O microcrédito começa a deixar de ser o patinho feio do mercado financeiro e já provoca disputa entre os bancos. O Banco ABN AMRO Real acaba de contratar 50 dos tarimbados agentes que trabalhavam para o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) na região nordestina.

O BNB não se abateu. Responsável por um dos maiores programas de microcrédito produtivo da América Latina, o CrediAmigo, com R$ 3 bilhões desembolsados desde o seu lançamento, em 1998, mantém os planos de expansão.

Na verdade, o presidente do banco, Roberto Smith, aguarda competição ainda maior com a entrada do Banco Azteca, do México, na região.

O microcrédito não só dá prestígio e ajuda o banco a cumprir seu papel social de fomento, como também está se tornando um bom negócio, graças à baixa inadimplência. Nos período de três anos entre 2003 e 2006, a taxa média de crescimento no volume de microcrédito contratado no banco cresceu 22,1%. A manutenção do ritmo leva à previsão de que as contratações deste ano chegarão a R$ 705 milhões. No primeiro semestre, R$ 351,6 milhões já foram contratados. Em todo o ano passado, foram R$ 639,6 milhões.

A média diária de operações está em 3.034, contou Smith, o dobro do patamar registrado entre 2002 e 2003. São 260 mil os clientes ativos.

Apesar do aumento dos negócios, a inadimplência subiu apenas ligeiramente. O percentual de operações com atraso a partir de um dia está em 1,16% da carteira, o dobro dos 0,73% do final do ano passado, mas ainda assim abaixo dos 1,81% e dos 2,09% de 2003 e 2002, respectivamente.

Além disso, a inadimplência do microcrédito ainda é menor do que a registrada na carteira total da instituição, que foi de 4,7% em maio passado.

Elogiando o concorrente, o presidente da Real Microcrédito, José Giovani Anversa, disse que a instituição tem um ambicioso plano de crescimento em todo o país. A Real Microcrédito quer ter 500 mil clientes em 2010. Atualmente, a Real tem 30 mil e uma carteira de R$ 34 milhões. Quando a meta foi lançada, em 2006, eram 11 mil. O número de agentes também cresceu, de 78 para 258.

O Banco Real entrou no microcrédito há cerca de quatro anos, com parceria e sociedade (1%) da ONG americana Acción e operações concentradas em grandes centros urbanos. Isso já representou uma inovação em relação aos modelos vencedores existentes em Bangladesh (Grameen Bank) e no México (Compartamos), que deram certo na área rural. “Passou o momento de aprender”, disse Anversa, acrescentando que agora a experiência será replicar em outras regiões e incluirá outros modelos. Do crédito individual concedido nos grandes centros, a Real está partindo para o crédito solidário, que normalmente reúne até seis participantes; e até bancos de comunidade, para grupos maiores de pessoas (até 50).

O BNB também está explorando novos modelos e pretende trocar o Pronaf pelo microcrédito no atendimento da população rural, no programa já batizado de AgroAmigo. O microcrédito, disse Smith, tem a vantagem de oferecer ao tomador de crédito a assessoria de uma organização de interesse público (Oscip), que ajudará a desenvolver seu empreendimento. Isso é muito importante porque 60% dos tomadores de microcrédito são analfabetos funcionais.


NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO: www.valoreconomico.com.br

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