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Sindicatos cutistas paralisam agências do Real ABN em todo o Estado

Em Umuarama, o Sindicato dos Bancários fechou agências do ABN e Sudameris no centro da cidade

Se em alguns casos, a classe patronal obtém sucesso em suas investidas contra o movimento sindical, em outros, as tentativas são frustradas. É o que aconteceu na manhã de hoje em todo o país, quando centenas de agências do Real ABN Amro tiveram suas atividades interrompidas pelo período de uma hora. No Paraná não foi diferente. A FETEC-CUT-PR registrou junto aos seus Sindicatos a paralisação de pelo menos 13 agências em todo o Estado.

A paralisação ocorreu de maneira uniforme, com protestos pacíficos em defesa dos trabalhadores do banco nos municípios de Londrina, Guarapuava, Campo Mourão, Paranavaí, Cornélio Procópio e Umuarama. Durante aproximadamente uma hora, os Sindicatos dos Bancários das respectivas regiões fizeram panfletagem nas agências, mobilizando a categoria e explicando sobre os efeitos de uma possível negociação com o Santander.

Em Apucarana, Toledo e Curitiba, dirigentes da Federação dos Bancários da CUT e do Sindicato dos Bancários também entregaram um manifesto condenando a decisão do consórcio de bancos (da qual o Santander faz parte) que pretende comprar o ABN e promover cerca de 19 mil demissões em todo o país. O manifesto é amparado pelos resultados financeiros dos dois bancos nos últimos nove anos. Juntos, Santander e ABN lucraram mais de R$ 15 bilhões.

A trabalhadora bancária Sonya Yamada Mauro, diretora do Sindicato dos Bancários de Campo Mourão e região e coordenadora da Comissão de Empregados do ABN no Paraná, explica que as atividades desta quarta-feira representaram um passo importante na tentativa de mobilizar os trabalhadores, dialogando com os bancos envolvidos na possível transação e ainda sensibilizar a sociedade sobre a importância do Real ABN para o sistema financeiro. “Não podemos aceitar passivamente 19 mil demissões. Vamos à luta com todas as nossas forças”, protestou.

O manifesto em defesa do emprego, distribuído nas agências do Real ABN em todo o país, será publicado no Diário Oficial. “Também solicitaremos aos parlamentares que enviem uma carta oficial do parlamento, com questionamentos e pedidos de esclarecimentos sobre a fusão e o impacto no emprego bancário. Esta carta será encaminhada aos bancos envolvidos no processo, com a cópia da moção aprovada no parlamento e publicada no Diário Oficial dos Estados”, destaca Marcelo Gonçalves, coordenador nacional da Comissão de Empregados do Real ABN.

Confira a seguir o manifesto encaminhado às agências do Real ABN Amro em todo o Estado:

DIA NACIONAL DE LUTA EM DEFESA DO EMPREGO

Lucro recorde dos maiores bancos no primeiro semestre. O Itaú liderou o ranking, com R$ 4,01 bi, 35,7% mais que igual período no ano passado. Foi seguido pelo Bradesco, com R$ 4 bi, alta de 27,9%, e pelo Unibanco, com R$ 1,4 bi, 33% maior. O Real ABN lucrou R$ 1,2 bi, crescimento de 84%, e o Santander, R$ 539 mi, 112% a mais. O Banco do Brasil, embora com queda em relação ao ano passado, ficaria com a terceira colocação, com R$ 2,5 bi.

No entanto, todos, sem exceção, tiveram na expansão do crédito – o que requer trabalho direto do bancário – uma das razões para que obtivessem esses resultados. Bancários são os principais responsáveis pelos lucros e essa é a hora de ele ser reconhecido por todo o esforço.
Precisamos chamar a atenção da sociedade brasileira, e diversos segmentos sociais, para o que poderá ocorrer com a gente, funcionários do banco Real ABN – e mesmo entre os empregados do Santander ou qualquer outro banco brasileiro que comprar o Real ABN -. Vamos expor a “outra face” destes bancos.

O consórcio de bancos – do qual o Santander faz parte – já anunciou que comprando o ABN promoverá 19.000 demissões.

Hoje, 22 de agosto, os bancários e as bancárias do Real ABN realizam uma ampla mobilização em defesa dos seus empregos. Por todo o Brasil, os trabalhadores estão retardando a abertura das agências e dos departamentos do CAO ABN, em São Paulo.

Nós, funcionários, estamos apreensivos quanto ao destino de nossos empregos. Estamos preocupados porque sabemos que nesta mega disputa pelo ABN, o que importa para os acionistas e para as direções dos bancos são as cifras que esta transação envolve.

O Brasil não pode aceitar demissões em empresas lucrativas. O Santander e o ABN juntos lucraram nos últimos nove anos, só no nosso país, mais de 15 bilhões de reais.

Com a possível fusão do Real ABN e o Santander passaremos a ser mais de 55 mil trabalhadores que são responsáveis, diretamente, pelo sustento de aproximadamente 165 mil vidas.

E somos nós que garantimos o funcionamento destes bancos, permitindo que realizem excelentes negócios, dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, com lucros crescentes e extraordinários. Os bilhões de reais de lucro dos bancos são frutos de nossa dedicação, do nosso empenho e, principalmente, do nosso profissionalismo. E, por isso mesmo, temos motivos de sobra para exigir o respeito ao nosso emprego.

Então é preciso exigir do ABN Real a todo o momento, a contrapartida social: o compromisso com o emprego e com os direitos dos trabalhadores brasileiros.


COE Real ABN Amro
Contraf – CUT


Por Edson Junior
FETEC-CUT-PR

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