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Falecimento da companheira Maria Ednalva; morre uma Lutadora

Secretária Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT morre na última segunda-feira (10/9)

Internada desde a madrugada do dia 03/9, em decorrência de uma grave infecção provocada por meningite, a companheira Maria Ednalva Bezerra de Lima, Secretária Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, faleceu às 21h da última segunda-feira (10/9), aos 47 anos. Ednalva estava sendo tratada no Hospital Madre Teodora, na cidade de Campinas, interior de São Paulo e, segundo o diagnóstico dos médicos que acompanhavam o caso, o quadro era irreversível.

O corpo foi velado das 13h às 16h da última terça-feira (11/9), no SETEC / Cemitério da Saudade de Campinas – São Paulo, Praça dos Voluntários de Trinta e Dois, s/n°, bairro Swift. Foram diversas homenagens até seguir para o aeroporto para embarcar para a Paraíba. O velório de Campina Grande/PB, sua cidade natal, será no salão nobre do Gabinete do Prefeito, Av. Rio Branco, s/nº, nesta quarta-feira (12/09), a partir das 10h, e o sepultamento às 16h no Cemitério Monte Santo, Av. Monte Santo, s/nº.

Nos últimos meses, Maria Ednalva havia se dedicado integralmente à organização da II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e da Marcha das Margaridas, realizadas em agosto. “Para fugir da discriminação sofrida diariamente por milhares de mulheres é importante solidificar políticas que melhorem as condições de vida, assim como, estabelecer mecanismos que rompam com o “machismo” que ainda domina o mercado de trabalho”, dizia a dirigente.

Maria Ednalva Bezerra de Lima era paraibana, professora licenciada em Letras com especialização em Educação. Militante de esquerda desde muito jovem, participava da Associação do Magistério Público do Estado da Paraíba (Ampep). Em 1984 teve participação ativa na organização da greve de 100 dias em seu Estado, por melhores salários e condições nas escolas públicas.

Após a criação do Sindicato, integrou o Conselho Diretor no período de 1984 a 1990. Coordenou a Comissão Estadual de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores do Estado da Paraíba de 1989 a 1994, sendo membro integrante da Comissão Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT nos anos 1989 a 1997.

Entre 1994 e 1997 exerceu o cargo de Secretária de Políticas Sociais da CUT/PB.

De 1997 a 2000 foi suplente da Direção Executiva Nacional da CUT e, paralelamente, coordenou o Núcleo Temático de Gênero, responsável por desenvolver subsídios e reflexões teóricas e metodológicas sobre capacitação em gênero para a política nacional de formação da CUT.

Ainda em 1997 passa a coordenar a Comissão Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, até 2003. Nesta época, por ocasião do 8º Congresso Nacional da CUT e, fruto da organização e do trabalho das mulheres no interior da Central, coordenado por ela, é aprovada a resolução congressual criando a Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora – SNMT/CUT.

Membro efetiva da Direção Executiva da CUT Nacional desde 2001, em 2003 Maria Ednalva Bezerra de Lima assumiu o cargo de Secretária Nacional sobre a Mulher Trabalhadora – SNMT/CUT cujo mandato seria até 2009.

Ednalva sempre teve participação ativa nas questões de mulher e gênero, tornando-se uma liderança de referência nacional e internacional nos movimentos de mulheres e sindical, principalmente.

Temas como o aborto e saúde da mulher, combate à violência contra a mulher, participação e empoderamento, foram temas permanentes na trajetória de Maria Ednalva. Nas comemorações do 8 de março deste ano, Dia Internacional da Mulher deste ano, fez a seguinte declaração: “Temos três bandeiras este ano: salário igual para trabalho de igual valor; contra a violência à mulher e participação e poder. A lei Maria da Penha vem de encontro com a nossa Campanha no Combate a Violência contra a Mulher Tolerância Nenhuma. Mas para que ela favoreça nossa luta, é necessário mobilizar a todos, principalmente os governos estaduais e municipais”.

Representação Nacional: Pela CUT, foi membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República do Brasil.

Consultora do Colmeias – Coletivo de Mulheres, Educação, Intervenção e Ação Social.

Membro da comissão tripartite de igualdade de Oportunidadess e de Tratamento de Gênero e Raça no Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

Representou a SNMT nas Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro.

Integrante do Núcleo de Reflexão Feminista sobre o Mundo do Trabalho Produtivo e Reprodutivo.

Representação Internacional: Foi integrante e coordena a Comissão de Mulheres da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul – CM-CCSCS – que reúne Entidades de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile.

De 2001 a 2005 foi vice-presidente do Comitê da Mulher Trabalhadora da Organização Regional Interamericana de Trabalhadores – ORIT/CIOSL.

De 2001 até o presente ano foi integrante do Comitê Feminino da Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres – CIOSL.

Integrante da Diretoria Executiva, membro do Conselho Geral e do Comitê Feminino e vice-presidente da CSI – Central Sindical Internacional.

Por Paula Brandão e Michele Lopes com informações do Portal Correio – Wellington Farias

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cut.org.br.
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Marcha Mundial das Mulheres saúda trajetória militante de Maria Ednalva

A nossa luta para mudar o mundo e a vida das mulheres é todo dia. Mas há dias em que essa luta fica mais difícil. Hoje é um deles. Faleceu na noite do dia 10 de setembro a companheira Maria Ednalva Bezerra, 47 anos, militante sindical feminista e atual Secretaria Nacional de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores – CUT e parte da executiva da Marcha Mundial das Mulheres.

Sua trajetória militante mostra-nos, que a construção de autonomia das mulheres é possível; é uma luta diária e deve ser travada em todos os espaços. Por onde passou, mostrou-se uma mulher aguerrida, lutadora e determinada em construir um novo mundo para mulheres e homens, sem machismo, sem pobreza, sem violência, sem guerra, um mundo de igualdade e respeito. A sua, e nossa utopia, continuará mobilizando nossas lutas para fortalecer um feminismo militante como ação política das mulheres, fonte de energia que nos permite continuar acreditando que juntas mudaremos o mundo e vida de todas as mulheres.

Continuaremos sua luta, que também é nossa.

Saudades,

Marcha Mundial das Mulheres

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