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Por 18:49 Sem categoria

Para o movimento sindical, banqueiros querem medir forças com a categoria

Os trabalhadores bancários paranaenses continuam demonstrando que não aceitam a apatia e a intransigência dos bancos e seus prepostos nesta Campanha Salarial. A prova disso é a disposição da categoria de articular intensas mobilizações em todo o Estado. A cada rodada de negociações, cresce a possibilidade de greve, uma vez que os banqueiros insistem em não apresentar propostas que mereçam ser levadas a sério. Esta é, contudo, a última cartada, pois ainda há boa vontade dos bancários em negociar.

Para a trabalhadora bancária Marisa Stédile (Itaú), presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, o momento é de mostrar aos banqueiros que o movimento sindical está levando a sério a negociação. “Vamos partir para o ataque. A Fenaban esgotou a nossa paciência”, afirmou. Na manhã de hoje, o sindicato realizou manifestações em frente a seis agências do Bradesco, uma do ABN e outra do Banrisul.

O principal objetivo das atividades desenvolvidas na capital foi rechaçar o comportamento dos bancos (em especial, o Bradesco) por aplicar interditos proibitórios ao direito de greve dos bancários e pela resposta agressiva aos protestos. Para se ter uma idéia da irresponsabilidade do banco, em 2006, um dirigente sindical foi atropelado por um gerente do Bradesco.

Em Apucarana, os dirigentes sindicais circularam pelas agências entregando boletins e convocando os trabalhadores para a assembléia que acontece nesta quinta-feira. Na manhã de ontem, o sindicato já havia realizado uma manifestação no HSBC, com retardamento da abertura da agência durante meia hora. A expectativa é de uma boa participação dos bancários na assembléia.

Em Arapoti, os bancários também foram convocados para a assembléia que acontece amanhã à noite no Sindicato.

Na manhã de hoje em Campo Mourão, os trabalhadores bancários também visitaram as principais agências do município e de toda a região, entregando ainda uma “carta aberta” aos clientes das principais unidades bancárias. Na avaliação de Nivalda Roy, trabalhadora bancária no Unibanco e vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Apucarana e Região, os banqueiros insistem na idéia de “medir forças” com a categoria. “Todos os anos enfrentamos a mesma situação. A Campanha Salarial é uma disputa onde os bancos acham que não temos força junto à base. Espero que essa visão mude, pois a categoria está sempre unida e mais uma vez não vai aceitar passivamente a ingerência patronal,” protestou.

Na região de Cornélio Procópio, no norte pioneiro, os dirigentes sindicais visitaram dezenas de agências bancárias e, em alguns bancos, como a Caixa Econômica Federal, puderam sentir o descontentamento com o andamento das negociações com a Fenaban e com a própria instituição.

Segundo o trabalhador bancário Elizeu Galvão (Itaú), diretor do Sindicato dos Bancários de Cornélio Procópio e Região, o movimento vem ganhando força com a adesão de cada trabalhador e a expectativa é de que assembléia desta quinta-feira confirme essa tendência. “Percebemos que os bancários estão insatisfeitos com as propostas da Fenaban, de modo que os sindicatos precisam entrar nas agências, mobilizar a categoria e garantir novas paralisações a qualquer custo. Precisamos mostrar que somos fortes e unidos. Só assim, os banqueiros vão apresentar de fato uma proposta concreta “, ressaltou.

Em Paranavaí, o Sindicato dos Bancários também percorreu a região no dia de hoje, convocando os bancários para a assembléia, buscando sensibilizar e mobilizar a categoria para a grande paralisação que acontece em todo o país nesta sexta-feira.

Na região de Londrina, muitas atividades vem sendo programadas diariamente pelo Sindicato, com apoio da categoria e também da sociedade. Nesta quarta-feira, os trabalhadores bancários paralisaram as duas agências do Itaú, duas do Unibanco e uma agência dos bancos HSBC, Bradesco, Santander, Real ABN, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. A assembléia desta quinta-feira, que acontece na ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina) deve decidir os rumos da Campanha Salarial na região.

Em Guarapuava, os trabalhadores estiveram nas agências bancárias do município, convocando para a assembléia e entregando o jornal PACTU. A expectativa também é de uma boa participação na assembléia desta quinta-feira.

Na região oeste do Paraná, os trabalhadores bancários também estão sendo chamados a participar das mobilizações da categoria. Em Toledo, o Sindicato dos Bancários foi até as agências e distribuiu o jornal PACTU e outros materiais alusivos à campanha salarial deste ano. Há boas perspectivas de que a assembléia desta quinta-feira, no sindicato, confirme uma paralisação geral da categoria em toda a região.

Os dirigentes do Sindicato aproveitaram a oportunidade nas agências para prestar esclarecimentos aos clientes sobre as filas e as tarifas cada vez mais altas cobradas pelos bancos. “Os bancários não têm culpa das filas imensas que os clientes e usuários encontram atualmente. O problema é que os bancos optam por ganhos cada vez mais altos e não investem na contratação de novos profissionais. Também temos mostrado aos clientes que as tarifas cobradas são cada vez mais altas e, em contrapartida, os banqueiros são os que têm os maiores lucros do país. Até quando vai existir essa desigualdade? É preciso que a sociedade também cobre dos bancos essa responsabilidade”, explicou a trabalhadora bancária Lúcia Vogt (HSBC), diretora do Sindicato dos Bancários de Toledo e Região.

Para os trabalhadores bancários de Umuarama, também está confirmada uma assembléia nesta quinta-feira. A preocupação com as negociações em curso fica evidenciada através das visitas dos dirigentes sindicais às unidades bancárias de toda a região.

O trabalhador bancário Lindomar Soares (Unibanco), diretor do Sindicato, destaca que a negociação já poderia ter sido concretizada. “Nossa reivindicação é viável, pois é respaldada em dados e os banqueiros sabem disso. Temos argumentos de sobra, mas como em todos os anos eles nunca aceitam. Esse ano não está sendo diferente. Eles insistem em medir forças, o que torna o processo moroso e lento. Os banqueiros já poderiam ter encaminhado uma proposta decente para a categoria”, declarou.


Por Edson Junior
FETEC-CUT-PR

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