Quem andou pelo centro da cidade na última sexta-feira, antes de torrar o que sobrara dos rendimentos de setembro no último final de semana do mês, pôde notar que as agências bancárias estavam fechadas. Somente os terminais de auto-atendimento funcionaram.
Os bancários realizaram paralisações em todo o país, e negociaram com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ao longo da tarde.
Conversa vai, conversa vem, os grevistas recusaram o reajuste de 5,2% apresentado pela Fenaban. Eles querem pelo menos 10,3% a mais no contracheque, além de participação no lucro e outras reivindicações.
Maria Stedile, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, porta-voz da categoria nessas paragens, deu o tom dos protestos: “A proposta é insuficiente, pois os bancos têm lucros exorbitantes. Queremos um reajuste salarial condizente com essa lucratividade. Vamos partir para greve nacional”.
Noutras palavras, a partir de amanhã a sua rotina deve mudar. Isso porque os bancários podem iniciar na terça-feira uma greve por tempo indeterminado.
A classe está determinada. Desde 28 de agosto articulam a campanha salarial. Durante setembro realizaram atos, encontros e até botaram a boca no trombone, literalmente, mas não impediram o atendimento aos clientes. Evitaram os piquetes.
Mas na sexta-feira passada a paciência dos bancários começou a dar sinais de que está no limite. A categoria fez uma greve de 24 horas. Dez mil bancários cruzaram os braços.
Manifestações como a realizada pelos bancários lembram o povo que o associativismo civil faz parte do jogo político. Que grupos de pressão podem virar a mesa, se necessário.
Por Fábio Campana [01/10/2007].
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.parana-online.com.br.